sexta-feira, 31 de maio de 2019

ANOS 90 (2018) "Mid 90s" de "Jonah Hill"


Nova produção do estúdio A24 é frescor adolescente em época de transformações.  

Jonah Hill em sua estréia na direção traz bastante vitalidade em filme que busca em uma doce nostalgia, representar uma época onde a tecnologia não era foco para os jovens e a autodescoberta se tornava essencial no processo de vivência. "Anos 90" é um filme que traz a amigável história de Stevie (Sunny Suljit) de 13 anos próximo da maioridade na era homônima. Seguindo o fluxo da principais histórias desse gênero aonde o personagem com um espírito aventureiro vive a tentativa de absorver alguma noção do mundo à sua disposição a diferença deste filme é no "feeling" do seu diretor. Sua simples jornada reflete na lembrança de uma geração que vivenciou momentos intimistas para definir o fluxo das coisas com quase total ausência da tecnologia. Destaque para as performances sutilmente reais dos personagens, a viagem nostálgica nas cores ou na trilha sonora específica do período, que vai dos Pixies ao Wu-Tang Clan. A última década do século 20 é retratada com frescor e só representa um atual momento aonde se agrega valor ao papel da década de 90 na cultura pop graças a diversos produtos atuais que trazem a época em evidência. No âmbito popular, a Globo traz um folhetim novelesco "Verão 90" que foca na época citada no Brasil, a Marvel trouxe uma representação interessante no filme Capitã Marvel com ótimas piadas e lembranças e a Netflix trouxe "Everything Sucks" também recriando aquela época, só para citar alguns exemplos. "Anos 90" não tem essa pretensão de mostrar elementos da época e sim só provocar uma reflexão em torno de um garoto dessa época. A trama acompanha Stevie em sua pré-adolescência aonde vive com sua mãe solteira (Katherine Waterston) e com o irmão mais velho e introvertido Ian (Lucas Hedges). Ele encontra identidade em um grupo de skatistas, no início ele não sabe como se relacionar com esses novos conhecidos e começa a descobrir sozinho como se virar em relação a drogas, sexo e ao sistema das ruas. A trama não chega a ser surpreendente, uma vez que sua premissa se instala conforme o personagem alça vôos de descobertas escondido de sua família, tudo flui naturalmente. Pouco a pouco, as artimanhas da rua trazem sinais de problemas, e é apenas uma questão de tempo antes que Stevie se machuque de alguma forma no processo de endurecer-se para um novo capítulo da vida. Suljit, emoldurando uma série de expressões suaves, fornece uma atuação poderosa em todas as cenas sendo o centro de toda ação. A esperteza de Hill na direção traz argumentos na hora certa, assim como as resoluções além de um clímax que se inclina sobre toda a provação do personagem deixando um gosto de quero mais ao expectador. Essencialmente esses jovens transitam em um universo até meio fútil de festas caseiras e encontros onde jovens entediados se rebelam contra o nada. Há uma razão para os cineastas acharem essa ambientação quase um reflexo da época, graças ao sucesso do independente de Kids ( de 1995 e um marco dos anos 90) da MTV dos anos 90 e do "Grunge" surgindo com uma cena forte de protesto substituindo o "Punk", esse é um modelo atraente para explorar o caminho sinuoso até a idade adulta, é um meio para um cineasta mostrar potencial sem sobrecarregar sua ambição. SIMPLES E EFICAZ.


O Filme está em cartaz nos cinemas pela Diamond Films. 

Hype: BOM

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