quarta-feira, 15 de maio de 2019

HELLBOY (2019) de "Neil Marshall"


Novo filme do herói naufraga na incapacidade de explorar a mitologia do personagem em filme exaustivo e sobrecarregado de reviravoltas que não consegue nem se igualar a adaptação realizada por Guillermo del Toro de anos atrás. 

Mesmo com o aval do criador do personagem o resultado é totalmente desorganizado, seja como história ou como adaptação do material utilizado dos quadrinhos, usando diversos arcos sem ir a lugar nenhum. O filme tem classificação etária de 16 anos devido a extrema violência, esse é único ponto positivo do filme, seu tom demoníaco e ultra violento é o único acerto junto com sua insanidade como espírito que rege a história. Resumindo, o longa metragem agradará somente quem busca revisitar o personagem pois a  nova versão não injeta vida nova e não empolga. O demoníaco anti-herói foi criado nos quadrinhos em 1993 e vem sendo publicado pela editora Dark Horse sob a tutela do seu criador Mike Mignola voltando as telas sem qualquer cuidado gerando um dos filmes de heróis mais bizarros dos últimos tempos. Na trama, Hellboy (David Harbour) ao chegar à Terra ainda criança, após ser invocado por um feiticeiro contratado pelo governo nazista, foi criado como um filho por Trevor Bruttenholm (Ian McShane), um professor que estava no local no momento em que emergiu do inferno. Já adulto, Hellboy se torna um aliado dos humanos na batalha contra monstros de todo tipo. Quando a poderosa feiticeira Nimue (Milla Jovovich), também conhecida como a Rainha Sangrenta, insinua seu retorno, ele logo é convocado para enfrentá-la. A produção vai para o seu desenvolvimento com inserções de flashes quebrando o ritmo da ação e levando o personagem a correr de uma situação para outra, com interações estranhas. Quem ainda traz um frescor em sua participação é o porco gigante Gruagach (Stephen Graham), lembrando de leve as incríveis criaturas criadas por Del Toro. Gruagach está reunindo os membros de Nimue e ela está ávida para persuadir Hellboy a trazer o caos ao mundo. Fora isso, ainda temos um ato final que tenta ser grandioso mas que por conta de um orçamento baixo perde feio para toda produção de arte simplista dos filmes anteriores. Aqui o diretor Neil Marshall conduz tudo com muita pressa misturando uma fotografia efetiva com uma maquiagem estranha, David Harbour se esforça como Hellboy mas suas piadas destoam das situações de humor sombrio característico do personagem. À vilã de Milla Jovovich tem atuação constrangedora e nada se destaca em um arco previsível e que pode ainda ser bastante julgado pela sua alma "gore" fora de contexto, com muito sangue e corpos decepados com um aspecto de fantasia adulta e de violência gratuita, em muitas vezes de bastante mal gosto. No fim das contas este "reboot" se esforça para equilibrar a lenda arturiana, o drama de pai e filho, a trama sem muito sentido com sustos grosseiros e sequências de ação bem difíceis com truques digitais excessivos e complicados, misturados ainda a uma trilha sonora hard-rock barulhenta. Falta sentido e organização nisso tudo, nada funciona, assista por sua conta e risco. BAGUNÇADO.


O Filme estréia nos Cinemas nesta Quinta (16/05) pela IMAGEM FILMES.

Filme visto na CABINE DE IMPRENSA realizada em Brasília.

Hype: RUIM

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