O
infame
e perturbador
personagem
dos
quadrinhos da DC Comics ganha
filme
de origem brilhante e
crível
em
toda sua concepção.
Os
quadrinhos possuem uma fonte
quase inesgotável
de obras e personagens, é
bastante conveniente para um grande estúdio realizar um filme sobre
um dos vilões mais interessantes do universo dos
quadrinhos do Batman.
Essa
lógica é esvaziada pela abordagem
escolhida
para
retratá-lo, a produção é
diferente do que geralmente
é
apresentado
em filmes baseados em HQ, não é um filme que propõe
diretamente a
ação, se enquadra como um thriller psicológico com
foco nas
camadas
e
nuances de
Coringa, com seu drama intenso
pincelado
com
arte, poesia
e também um pesado
manifesto a anarquia.
O
filme
pode
desagradar quem não espera
tal
contemplação de
um produto tão pop quanto Batman,
Joaquin Phoenix encarna o personagem e
se entrega de corpo em alma,
chega
a ser perturbador acompanhar sua transformação
ao mesmo tempo que enriquece o expectador com toda concepção que adquirimos do vilão. O Coringa
possui
grandes interpretes que conseguiram com bastante sucesso transcender o óbvio,
seja
na TV,
nos Desenhos ou
no Cinema,
as atuações mais
lembradas são
de Jack Nicholson em Batman (1989) e de
Heath Ledger,
vencedor
do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel em
Batman
– O Cavaleiro das Trevas (2008). O
diretor Todd Phillips, experiente em comédias de sucesso, consegue aliar muito bem os momentos quase manipulando nossos sentimentos com muito talento em tudo que a história propõe, sua paciência narrativa deixa tudo no seu devido lugar, é um filme transgressor
que se revela a cada desdobramento como uma orquestra caótica de uma
pessoa pacata
que
se transforma em um mortal criminoso
de
Gotham City.
Na
trama Arthur
Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de
talentos e toda semana, precisa comparecer a uma agente social,
devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido,
Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os
mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de
Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior
representante.
Contar mais qualquer detalhe estraga a experiência de imersão desta devastadora
recriação de um personagem icônico em sua representação, fluindo de maneira urgente mesmo retratando o passado de uma civilização cada vez menos humana. Vale
ressaltar que o roteiro se inspirou em outras obras como O Rei da
Comédia (1982), protagonizado por Robert de Niro que também
participa do filme. É possível também pegar referência do
trabalho de Alan Moore no HQ, A Piada Mortal, que também ganhou um
longa animado pela DC. Ainda há outras
inspirações como o
personagem do filme Taxi Driver (1976) e similaridade aos trabalhos de Jack
Nicholson e de
Heath Ledger interpretando o personagem, impossível não enxergá-los de alguma forma.
O
desempenho de Phoenix é impressionante e não será surpresa se ele
ganhar o próximo Oscar pela a atuação ou mesmo o filme concorrer as principais categorias, afinal ele ganhou o Festival de Veneza deste ano de forma unânime com 8 minutos de aplausos. No geral, um filme tenso e
que certamente polarizará a opinião do público com a certeza de que todo processo
de reimaginação do personagem funcionou perfeitamente se encaixando de forma pontual em um universo tão constantemente abordado na Cultura Pop, esse registro deixa sua marca de forma épica. UM
CULTO A UMA SOCIEDADE TÓXICA.
O
filme contará com Pré-estréia nesta Quarta-Feira (03/10) e estréia
nos Cinemas na Quinta - Feira (04/10) pela WARNER BROS.
O
Meu Hype assistiu ao
filme em
sua Cabine de Imprensa realizada em Brasília.
Hype:
OBRA PRIMA – Nota: 10
Sensacional crítica!!!
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