segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CINEMA - A CHEGADA


Sinopse: Uma Linguista é recrutada pelos militares para auxiliar na tradução de comunicações extraterrestres após misteriosas naves aterrizarem em várias partes do mundo. 

Meu Hype é a estreia do aguardado SCI-FI, A Chegada aos cinemas brasileiros. O Diretor "Denis Villeneuve" dos filmes Os Suspeitos e O Homem Duplicado, novamente nos traz um filme para pensar e refletir não só no enredo do filme mas em nossa existência, qual é realmente nossa essência diante de um embate muito maior do que uma guerra ou uma luta, se é que possa existir. Na verdade tudo que assistimos é interpretação, é sentimento e tudo isso entregando muito pouco da tal "Invasão Alienígena". O filme é modesto, efeitos visuais razoáveis e nada impactante, aliens como meros coadjuvantes mas o resto é intrigante. A Trilha Sonora dita a tensão do filme e em muitos momentos é como se nós espectadores estivéssemos diante das situações abordadas no filme. Como lidar em uma situação que o essencial é a comunicação e não podemos usa-la da forma que conhecemos? Não é um filme de ação e sim de descobertas, de si mesmo. O quão o novo e o desconhecido podem afetar quem  somos como seres humanos e como agir com humanidade quando vivemos em um mundo hostil. Questões complexas que novamente em uma obra de Villeneuve nos fazem ir além de um filme, é uma experiência. Um Blockbuster elegante e um filme de Sci-fi muito próximo de grandes clássicos do cinema como Solaris e 2001. Um filme para ver e rever com a mesma certeza, a natureza humana nunca será total evoluída pois falta o principal, a comunicação. Em breve Villeneuve embarca em um projeto ainda maior, a esperada continuação de Blade Runner, até lá vamos continuar debatendo suas obras cada vez mais complexas sobre a existência e como um ponto de vista diferente muda todo significado da mensagem. 


"A Comunicação é a primeira arma em um conflito"



HYPE: FORTE


SÉRIE - BLACK MIRROR



Meu Hype hoje analisa um seriado que se você não tiver visto certamente já deve ter ouvido falar seja na Internet ou por comentários de amigos. Recapitulando para quem está por fora, Black Mirror é uma série britânica, antológica, criada por Charlie Brooker e após um relativo sucesso na Tv foi adquirida pela Netflix que produziu sua 3° Temporada. Black Mirror se destaca pelos temas controversos misturado com ficção científica que examinam a sociedade contemporânea com suas possíveis consequências. Em sua Primeira Temporada foram três episódios, o tenso Primeiro Episódio "Hino Nacional" que brinca com a Mídia e a politica seguido de talvez o pior episódio na minha opinião "Quinze milhões de Méritos" futurista porém entediante e fecha de forma arrasadora com o episódio "Toda sua História" que aborda um implante de memória que grava tudo que os seres humanos fazem, vêem e ouvem. Algo chocante diante dos acontecimentos abordados. Em sua Segunda Temporada o seriado melhora consideravelmente com temas mais polêmicos a começar com o episódio "Volto Já" aonde um novo serviço permite que as pessoas mantenham contato com os mortos. Esse episódio é muito pesado e mesmo tempo agoniante. No segundo episódio, nada inovador, "Urso Branco" nos deparamos com uma realidade dura e cruel da sociedade. O Terceiro Episódio "Momento Waldo" mistura trama política com um personagem animado que por acidente se candidata a um cargo público, algo não muito longe da nossa realidade aonde muitas vezes o "espetáculo" tem mais valor que a coerência. Finalizando a Temporada o episódio especial de natal que trata de histórias de descontroles na época de natal. Chegamos então a Temporada 3 que chegou a poucos meses na Netflix. Se você acompanhou as temporadas passadas vai se assustar com a evolução dos temas dessa nova temporada, até pela diferença de tempo, foram três anos para Black Mirror voltar e muita coisa no mundo já mudou. Caso você tenha acompanhado fora da sequência eu tenho muita convicção que você vai ficar curioso para voltar e acompanhar os episódios antigos. A Terceira Temporada começa brilhante com a ótima atriz "Bryce Dallas Howard" de Histórias Cruzadas e Jurassic World no episódio "Queda Livre" que aborda uma mulher desesperada para ser notada nas mídias sociais e a cada avaliação positiva recebe privilégios sociais. Difícil não enxergar a realidade atual nesse episódio aonde cada vez mais o sistema de reputação é levando em conta sem se observar os critérios. O Episódio 2 "Versão de Testes" agrada pelo absurdo que a todo momento queremos viver mais e mais experiências sem muitas vezes se preocupar com as consequências. O Terceiro episódio entra novamente na atualidade em "Manda quem pode", um jovem tem seu computador invadido e precisa decidir entre obedecer cegamente as ordens dos Hackers ou ver sua intimidade exposta para sua família. Em tempos aonde vemos milhares de casos de "Nudes" vazados e total invasão de privacidade o tema poderia estar batido porém o final é chocante. O Quarto Episódio "San Junipero" é devastador e qualquer coisa que eu contar estraga a experiência de assisti-lo. Sem dúvidas um dos melhores da série. O Quinto episódio "Engenharia Reversa", após sua primeira batalha contra um inimigo elusivo, um soldado começa a ter sensações estranhas e sentir falhas técnicas, episódio que põe em choque nossas convicções com o sistema. Interessante mas um pouco aquém dos outros. Finalizando a Temporada temos o episódio "Odiados pela nação" que é praticamente um filme, tem 1h30 de duração, e tem um enredo simples e ao mesmo tempo pertubador. Após uma tragédia nas Mídias sociais uma detetive e sua assistente fazem uma descoberta assustadora. Bem, escrever mais estraga toda sensação de ver essa ótima série que agora na Netflix continuará nos surpreendendo com as histórias chocantes sobre as consequências das tecnologias e também uma análise comportamental de todos nós seres humanos. 

"Passamos tanto tempo envolvidos em coisas banais que esquecemos de valorizar o que é Real"

MEU HYPE: FORTE



OSCAR - MELODIA DA BROADWAY (1928)



Meu Hype de hoje revisita o 2° vencedor na Categoria Melhor Filme do Academy Awards (Oscar), prêmio esse recebido em 1929. Esse foi o primeiro grande Musical e também o primeiro grande sucesso falado e cantado no cinema. Mesmo em uma época ainda dominada por filmes mudos devido ao circuito não ter a tecnologia de som adequada para época, foi pioneiro em ter duas versões do mesmo filme, uma falada e cantada e outra muda. As inovações em tecnologia de som do filme foram revolucionárias para a época e obteve o sucesso esperado para o então desconhecido estúdio MGM que se consagraria mais tarde como a casa dos grandes musicais do cinema. O próprio Melodia da Broadway ganhou inúmeras sequências anos depois. O Filme em si tem uma história singela, uma mera desculpa para números musicais e melodramas vividos por duas irmãs, Queenie (Anita Page) e Hank (Bessie Love) que se apaixonam pelo mesmo homem, Eddie (Charles King) em busca do sucesso nos palcos da Broadway. O Gênero musical, arte tipicamente americana ganhava as telas de cinema mesmo com as limitações da época, seja de produção, de som e até mesmo de atuação pois poucos artistas conseguiam atuar no cinema mudo e falado ao mesmo tempo, eram considerados coisas diferentes. Atualmente o cinema respira tecnologia em todos aspectos e se não for levando em conta o fator histórico fica difícil entender como esse filme venceu o Oscar pois a história é ruim, os números musicais são mal encenados, o enredo é arrastado e totalmente defasado. Para quem curte Clássicos e Musicais é obrigatório mas o público em geral deve passar longe ou desistir já nos primeiros minutos de exibição.


MEU HYPE: FRACO  



DISPONÍVEL EM DVD e INTERNET








terça-feira, 22 de novembro de 2016

CINEMA - ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM






Sinopse: 
As aventuras do escritor Newt Scamander na comunidade secreta de bruxas e feiticeiros de Nova York setenta anos antes de Harry Potter ler seu livro na escola de Hogwarts.
Meu Hype de hoje volta ao mundo bruxo de Harry Potter com a estréia nos cinemas de Animais Fantásticos e Onde Habitam, adaptação do livro de J.K Rowling. O filme começa despretensioso com a apresentação de Newt Scamander e seus Animais Fantásticos e o grande acerto é abordar temas mundanos da sociedade daquela época de uma forma leve e despretensiosa, de forma inocente e ao mesmo tempo cutucando. Na chegada de Newt aos EUA, vemos um país repressor e que trata a Imigração com bastante rigidez e preconceito ao mesmo tempo que os Bruxos assustados com uma possível repressão dos trouxas (Seres Humanos) se encondem e evitam se expor. Um cenário não muito diferente e violento do que vemos atualmente. Os personagens são bem construídos mas falta um desenvolvimento melhor, uma história cativante e até empolgante, normal em inicio de saga.Talvez até a própria ameaça do filme (Grindelwald e Nova Salem) são subentendidas e pouco explorados, servindo de preparação para os outros filmes. O foco acaba sendo mesmo os Animais Fantásticos e essa introdução de Newt. A ambientação e a inicialização do universo literário chega a ser minucioso graças a colaboração de J.k Rowling no filme mas a direção de David Yates é estranha. Faltou definir o que o filme se propõe pois o universo Harry Potter era uma abordagem infanto/juvenil, já em Animais Fantásticos nunca fica muito claro se o filme terá uma abordagem adulta e obscura ou Infanto-Juvenil, resumindo, as cenas mais sombrias se chocam com o humor e a leveza do filme. Não é um defeito porém um bom diretor corrigiria e evitaria alguns exageros que ocorrem. É um alivio ver que Eddie Redmayne superou "O Destino de Jupiter" seu pior papel e as atuações pesadas de A Teoria de Tudo e Garota Dinamarquesa. O papel parece cair como uma luva diante sua timidez e inocência e ao mesmo tempo se soltar com a habilidade com os Animais. Estamos diante de uma saga de 5 filmes e como introdução o filme chega até a ser mais interessante que o primeiro filme da saga Harry Potter e com muitos ganchos para as sequências. Diverte, é confuso mas organizado, é tudo que precisamos nas nossas vidas atualmente, embarcar em um mundo mágico diferente e ao mesmo tempo familiar e esquecer um pouco essa realidade dura de nossas vidas. 


HYPE: MÉDIO



OSCAR - ASAS (1927)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

CINEMA: DOUTOR ESTRANHO




Sinopse: Um ex-neurocirurgião embarca em uma jornada de cura apenas para ser atraído para o mundo das artes místicas.
Meu Hype de hoje vai para Doutor Estranho mais uma adaptação dos quadrinhos pela Marvel. Primeiramente essas adaptações estão ficando cada vez menos atrativas já que a empolgação não é mais a mesma de antes e a quantidade de heróis aumenta a cada ano com poucas novidades, tudo padronizado e esquematizado já para futuras sequências. Pelo menos desta vez eles se esforçaram saindo um pouco do lugar comum. Particularmente acho que os filmes da Marvel entraram em uma zona de conforto que pode ser prejudicial ao futuro das franquias já que toda fórmula de sucesso se desgasta se não houver uma renovação. Doutor Estranho inicia bem essa renovação da Marvel e o filme é um espetáculo visual sendo o mais adulto, realista e violento dos filmes do estúdio. Temos um Benedict Cumberbatch pouco inspirado como Doutor Estranho mas nada grave. O Elenco foi bem escolhido, ninguém faz feio, temos uma atuação brilhante de Tilda Swinton (Ancient One), Chiwetel Ejiofor (Baron Mordo) e Rachel Mc Adams (Christine) até se esforçam em pouco tempo de tela. O caso mais grave é de Mads Mikkelsen (Kaecilius) que vive mais um vilão da Marvel esquecível e até constrangedor, não põe medo em ninguém. O diretor Scott Derrickson enche o filme de explicações que de certa forma são necessárias para a introdução mas um pouco exageradas, incomoda um pouco e tenta aliviar com piadas sem graça. No geral o melhor é esquecer os defeitos e se apegar ao que é bom, afinal é apenas um filme pipoca. Os efeitos em 3D são os melhores já feitos, sendo um ponto forte do filme. O Doutor Estranho é um herói fora do comum, pouco comercial e com um profundo universo, difícil de adaptar. Não será o mais adorado porém é um frescor nesse universo batido de heróis bonzinhos da Marvel. Pena que mesmo lidando com o "desconhecido", o "Estranho" a Marvel escolheu as soluções fáceis e novamente abusou de sua fórmula de sucesso tornando o filme menos memorável. 
HYPE: Médio
“Nunca vi um futuro e sim possibilidades” – Doutor Estranho


                                                       


domingo, 6 de novembro de 2016

CINEMA – UM HOMEM CHAMADO OVE


“Dizem que o destino é resultado de nossa própria estupidez” – Ove
O Meu Hype de hoje vai para uma produção até antiga, chegou aos cinemas no seu país natal (Suécia) no final de 2015 e só ganhou uma repercussão maior quando o filme foi escolhido para representar a Suécia em uma possível indicação ao prêmio de melhor filme estrangeiro na próxima cerimônia do Oscar em 2017. Outro fator importante, o filme é a adaptação do livro de mesmo nome do autor Fredrik Backman, sucesso mundial com mais de 2 milhões de cópias vendidas. O diretor do longa, Hannes Holm segue friamente a risca o livro e a adaptação e cria vida própria diante a marcante atuação do ator Rolf Lassgard que vive o personagem principal (Ove), difícil não criar empatia com o senhor e sua conduta sistemática e até antipática inicialmente e que vai se desdobrado de uma forma comovente. Na trama, Ove é um aposentado mal-humorado que passa seus dias impondo regras da associação do bairro aos seus vizinhos. Ele visita regularmente a sepultura de sua esposa e finalmente se sente preparado a encontra-lá. Uma improvável amizade se desenvolve com seus novos vizinhos turbulentos e muda o fluxo dos acontecimentos. O que é mais emocionante é perceber que mesmo com esse jeito visceral de levar seu dia dia, realizando suas “rotas” diárias e encontrando defeitos e erros nas pessoas ao seu redor, Ove é capaz de ser fiel a sua paixão por sua falecida esposa, Sonja e por sua marca de carro favorita. Mesmo assim conhecemos um homem solitário com uma vida deprimida e que tem como seu maior desejo seguir o caminho de sua esposa. Raramente encontramos obras que abordam o suicídio de uma forma crua, real e de certa forma cruel com o espectador. A cada tentativa sofremos junto com ele e mostra o quão dolorido pode ser o fim da vida mesmo para um idoso. O filme deixa uma mensagem que a união, cooperação e sensibilidade com o próximo nunca será piegas onde todos nós em algum momento precisaremos uns dos outros.Um filme que nos eleva, que mostra que acima de tudo temos que ser Humanos mesmo com os modos diferentes de levar a vida.


Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0