terça-feira, 17 de agosto de 2021

FREE GUY - ASSUMINDO O CONTROLE (2021) "Free Guy" de "Shawn Levy"

 

"Uma história edificante sobre pessoas artificiais descobrindo sua humanidade em um conceito moderno, com leveza e diversão na medida certa"

     A história de Free Guy é inteiramente inspirada no mundo dos videogames, partindo da premissa de que um NPC (nome dado a um personagem coadjuvante e não jogável) toma consciência de sua condição em um mundo artificial e, a partir disso, inicia uma revolução. Guy mescla sua personalidade divertida, irônica e de cara legal entregando uma brincadeira de ação com cara de videogame, que não chega a ser sútil, vira uma sátira direta as grandes  corporações e uma comédia romântica bobinha e sincera que encanta, ainda que, não apresente nada de extremamente novo. Combinando elementos que vai de Uma Aventura Lego até O Show de Truman, a trama se passa em um jogo de mundo aberto no estilo Grand Theft Auto, grande sucesso do gênero, Free Guy é o mais recente veículo cinematográfico a contar fortemente com os truques da estrela Ryan Reynolds, que também atua como produtor. Ele faz seu trabalho de uma forma agradável, com diálogos inteligentes e ajuda de um elenco de apoio carismático com Jodie Comer e Taika Waititi.


         Na história, Guy é um caixa de banco solitário que vê sua vida mudar ao descobrir que é, na verdade, um personagem secundário em um game chamado 
Free City. Dentro dele, Guy procura uma forma de ser mais importante nessa realidade e conquistar espaço para fazer suas próprias escolhas e fugir de sua vida rotineira alimentando seu peixe dourado e trabalhando no banco. No começo do filme, Guy é uma grande metáfora da vida da maior parte das pessoas do mundo real, que vivem presas a uma rotina muitas vezes tediosa sem se perguntar se existe mais para si. Mas no caso de Guy, ele é um personagem não jogável programado para repetir sempre as mesmas coisas. Essa normativa da vida de Guy era o que os programadores da desenvolvedora fictícia Soonami acreditavam. Guy é um cara romântico e sempre buscou uma mulher idealizada. Sua vida vira de cabeça para baixo ao descobrir que ela na verdade existe quando conhece Molotov Girl (Jodi Comer), uma jogadora determinada a encontrar provas de que Free City usou como base códigos roubados de um game que ela havia criado. Buscando se aproximar dela, Guy decide sair do script e acaba descobrindo que há mais na vida e que sua cidade, que é na verdade um jogo. Guy é o primeiro a quebrar essa barreira e isso é o ponto de partida para a trama decolar.


    Algo importante é que não necessário ser um jogador de videogame para apreciar totalmente a comédia de aventura, ainda que, isso é um ponto muito central do filme para entender as piadas e conexões. Os amantes de games ganham uma abundância de "fan-service escondidos por toda parte e visualmente o filme é bastante atraente e semelhança com filmes como Detona Ralph "Quebrando a Internet" e Jogador Número 1Free Guy tem alguns pequenos problemas, é um pouco longo demais para sustentar a trama, Reynolds praticamente segura o filme por quase 2 horas de duração e cansa um pouco. Mesmo que consiga transitar bem entre o público jovem, o filme acaba não adequado para crianças devido a uma linguagem forte e isso pode desagradar famílias desavisadas. O vilão interpretado por Taika Waititi é tão incrivelmente exagerado que beira o ridículo. Felizmente esses detalhes não atrapalham a experiência, o diretor Shawn Levy torna muito fácil ir e voltar do mundo do videogame para o mundo real. Ryan Reynolds captura o público com seu papel de nerd charmoso e carismático, nada muito novo ou diferente do que ele já entregou em outras oportunidades, Free Guy é divertido e uma boa surpresa. VALE VER!


O filme estreia exclusivamente nos cinemas na Quinta-feira 19/08!

O Meu Hype conferiu o filme na Cabine de Imprensa realizada pela Disney/Fox e Espaço Z

Hype: BOM (🌟🌟🌟) (Nota: 7,5)

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

O ESQUADRÃO SUICIDA (2021) "The Suicide Squad" "James Gunn"

                                   


 "Um acerto em praticamente todos os requisitos, novo Esquadrão Suicida subverte a fórmula batida do filme de "herói" em uma loucura bastante divertida"

        A ideia de investir novamente no grupo de antagonistas da DC Comics soava improvável mesmo com o sucesso comercial do filme de 2016 que teve péssima recepção da crítica e do público. Seguindo sem engrenar e sem empolgar, a DC logo percebeu que uma revitalização de seus filmes era inevitável para ainda conseguir algum prestígio em um meio praticamente dominado pela rival Marvel Studios. Conseguiram superar o fracasso de Esquadrão Suicida com filmes como Mulher Maravilha, Aquaman, Shazam e Aves de Rapina. Com essa empolgante sequência cinematográfica da DCEsquadrão Suicida ficou apagado totalmente. A Warner Bros. apostou no talento e brilhantismo de James Gunn com a missão de dirigir e roteirizar um produto que precisava convencer ou ser cancelado de uma vez. O novo Esquadrão Suicida é um espetáculo criativo e superviolento, o cineasta traz um filme digno dos melhores momentos do HQ no cinema e ainda consegue impor uma originalidade própria com pitadas de acidez. O filme não pode ser considerado um reboot e sim uma continuação do filme que já vimos no cinema mesmo sendo completamente diferente, criativo, com ritmo caótico e sem se apegar a um universo cinematográfico, tudo pode acontecer a qualquer momento em uma diversão imprevisível e insanamente alinhada e coesa.


      O novo filme parte da mesma premissa do longa de 2016: um grupo de super vilões é recrutado pelo governo americano para uma missão secreta, sob o comando de Amanda Waller (Viola Davis). Desta vez, o serviço precisa ser realizado na remota ilha de Corto Maltese, na América do Sul para destruir Jotunheim, uma prisão e laboratório da era nazista que mantinham presos políticos e conduzia experimentos. O filme apresenta um grande elenco, além de Margot Robbie, que protagoniza grandes cenas de ação, o filme traz de volta outros personagens antigos como Amanda Waller (Viola Davis), Capitão Bumerangue (Jai Courtney) e Rick Flag (Joel Kinnaman). Entre os novos nomes do elenco o destaque vai para Idris Elba e John Cena, nos papéis de Sanguinário e Pacificador, respectivamente. O novo Esquadrão, também traz vários atores da Marvel para o time, como a atriz portuguesa Daniela Melchior, como a Caça-Ratos 2, David Dastmalchian, como Bolinha, Sylvester Stallone emprestando a voz a Nanaue, o Tubarão-Rei. A brasileira Alice Braga também está no filme como a guerrilheira Sol Soria, que se alia aos protagonistas contra os inimigos. O Brasil também é representado com três músicas na trilha sonora com músicas de Drik Barbosa, Marcelo D2 e CéuMesmo com vários personagens cada um tem seu momento de brilhar e distante daquela bagunça do filme anterior. Aliás, James Gunn chega a DC com uma liberdade impressionante que faz Deadpool ser brincadeira de criança, tudo graças ao trabalho impecável do diretor, com uma segurança e domínio que chega a igualar as criações de Zack Snyder no estúdio.


      O filme vai muito rápido e nunca dá a chance de recuperar o fôlego. O que pode parecer uma premissa simples deslancha de maneira surpreendente. É uma viagem emocionante e imprevisível que se estende por mais de duas horas sem nunca se perder. O elenco super talentoso e familiar se reveza mastigando o cenário enquanto a praticamente desconhecida Daniela Melchior triunfa como a alma do filme, uma boa revelação. Impossível também não destacar como Margot Robbie entrega uma Arlequina (Harley Quinn) cada vez mais irresistível. O Esquadrão Suicida é sobre criminosos forçados a missões com risco de vida com a promessa de liberdade e a ameaça de morte, ainda assim, por trás de toda ultraviolência muito bem fotografada está algo muito doce e até gentilmente profundo. Essa sensibilidade subversiva de filme B presenteia o fã de quadrinhos com sequências de ação inesquecíveis que certamente constrói um novo e empolgante cinema da DC. Este é sem dúvida o filme mais empolgante de Gunn, um blockbuster bombástico, com coração e traços de terror que adicionam uma profundidade brutal. O roteiro do filme sugere uma busca por redenção para os personagens e até mesmo para Gunn. É uma história sobre pessoas más que ainda merecem amor e esperança. Que o DCEU, carinhoso apelido do Universo Estendido da DC continue voando em alto nível. UMA SURPRESA DIVERTIDA


O filme estreia nos cinemas nesta Quinta-feira 05/08! Em breve no HBO Max!

O Meu Hype conferiu o filme na Cabine de Imprensa realizada pela Warner.Bros Pictures e Espaço Z!

Hype: ÓTIMO (🌟🌟🌟🌟) (Nota: 8,5)