quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O EXTERMINADOR DO FUTURO - DESTINO SOMBRIO (2019) "Terminator: Dark Fate" de "Tim Miller"



Retorno acertado de Linda Hamilton e trama simples alivia a confusão dos filmes anteriores e propõe ritmo acelerado.

O Exterminador do Futuro atingiu seu apíce no imenso sucesso de público e crítica que foi O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day, de 1991), em seguida foram lançados produções sem muito cuidado e sempre tumultuando todo arco de personagens. A volta de Linda Hamilton como Sarah Connor (afastada da franquia desde então) e a presença carismática do exterminador velho bondoso T-800 de Arnold Schwarzenegger busca dar fôlego a saga bastante lembrada por fãs de ação e sci-fi. Apesar de ser a sexto filme de uma franquia que tem somente os dois primeiros filmes como referência, seu argumento principal se esgotou e há pouca renovação neste filme, a nostalgia e a inovação se confundem em direções opostas em uma guerra entre o passado e o futuro. Funciona como filme pipoca e deixa a desejar na falta de ousadia. Na trama, 27 anos após os eventos de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, um novo e modificado Exterminador de metal líquido (Gabriel Luna) é enviado do futuro pela Skynet para exterminar Dani Ramos (Natalia Reyes), uma híbrida de ciborgue com humana (Mackenzie Davis) e seus amigos. Sarah Connor (Linda Hamilton) vai a seu auxílio, assim como o Exterminador original (Arnold Schwarzenegger), em uma luta pelo futuro. Dirigido por Tim Miller, o responsável pela direção do primeiro filme do Deadpool, foi escolhido por James Cameron, que assina a trama como produtor. A proposta do novo Exterminador é que ele seja o primeiro filme de uma nova trilogia, isso se não repetir o fiasco de O Exterminador do Futuro: Gênesis lançado em 2015. O filme é bem cuidado, com bons efeitos especiais e cenas de ação eletrizantes, mas infelizmente aposta no mais do mesmo, seguindo a cansativa trama já apresentada nos filmes anteriores de perseguição para salvar o futuro da humanidade se transformando em um Reboot. Recomeçar do zero requer mais atenção em como manter a história atrativa e não se tornar mais um filme saga perdido e ofuscado pelo clássico filme original e sua continuação espetacular. Os novos personagens não são tão charmosos como Sarah Conor e T.800, só cumprem bem suas funções. Para quem busca um bom filme de ação e extremamente bélico, é uma boa pedida, quem procura novidade vai se decepcionar novamente. ENERGÉTICO.


O filme estréia nos Cinemas Hoje 31/10 pela FOX FILMS.


O Meu Hype assistiu ao filme na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.



Hype: BOM - Nota: 7,0

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A ODISSÉIA DOS TONTOS (2019) "La Odisea de los Giles" de "Sebastián Borensztein"


Representante da Argentina para uma vaga na Categoria de Filme Internacional no Oscar é uma obra conectada com a crise política do país em uma comédia-dramática esperta e eficiente.

O cinema argentino ganha mais uma produção sofisticada em sua linha de produção cinematográfica cada vez mais consolidada no cone sul da américa, com filmes que conseguem transitar entre o cinema comercial e ainda possuir características próprias do país. A produção possui narrativa contemporânea repleta de soluções facéis e absurdas facilitando o roteiro não tão empolgante, a trama não se preocupa em construir apego aos personagens, apenas promove a simplificação dos mesmos ainda que cada um tenha um papel bem definido e explicado na trama, o envolvimento do expectador ocorre principalmente pela sucessão de reviravoltas no foco principal da história, o plano mirabolante arquitetado pelos personagens para a possível redenção dos "tontos". A dramaturgia argentina segue bastante madura em suas produções, neste filme, consegue facilmente transitar em variadas proporções com fluidez, principalmente nos momentos trágicos. No fim das contas é uma decisão acertada para incorporar uma certa leveza a um filme bobo mas repleto de camadas interessantes a seu favor.  A trama se passa na Argentina de 2001, uma turma de amigos decide juntar dinheiro para reabrir uma cooperativa agrícola e aquecer os negócios da pequena cidade onde vivem. Mas, assim que fazem o investimento, a economia argentina entra em colapso e eles descobrem que sofreram um golpe do advogado e do gerente do banco. O grupo, então, decide montar um plano para recuperar o dinheiro. O filme é baseado no livro La Noche de la Usina, do escritor Eduardo Sacheri. Dirigido por Sebastián Borensztein (Um Conto Chinês), A Odisseia dos Tontos mostra como grandes acontecimentos sociais podem afetar diretamente o cidadão comum e impactar sua vida, essa narrativa simples e importante, cresce em uma produção cheia de bom humor com elenco bem alinhado e com destaque a Ricardo Darín, que certamente é um dos atores mais requisitados no país vizinho pela sua qualidade. O filme cumpre bem seu papel de entretenimento mesmo se estendendo um pouco na duração e também na conclusão bastante convencional. MESCLA DE EMOÇÕES.


O filme estréia nos Cinemas nesta Quinta-Feira 31/10 pela WARNER BROS.

O Meu Hype assistiu ao filme na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: BOM - Nota: 7,5

terça-feira, 29 de outubro de 2019

A VIDA INVISÍVEL (2019) de "Karim Aïnouz"



A tortura e o brilhantismo de uma produção elegante, serena e feminista de natureza!

Essa é a história de duas vidas específicas, duas irmãs que vivem a atmosfera de ser mulher no Rio de Janeiro da década de 50. O retrato de uma violência doméstica que permanece de uma forma sútil e ainda tornam muitas mulheres invisíveis, até hoje. Essa pegada social do filme é perceptível e espontânea, a visibilidade que buscam as mulheres está ligada simplesmente no desprendimento, de deixar de ser sombra do instinto masculino tóxico. O filme é um bom exemplo de como desde sempre elas são sugadas por uma sociedade que cultua o machismo. Estamos no país aonde o feminicídio cresce junto com o fascismo, difícil não se sensibilizar com a estrutura até um pouco cruel da vida dessas personagens. Uma boa característica do longa é que mesmo inspirado por um livro, ele toma a liberdade de ter vida própria, de ser um melodrama repleto de belos quadros, com fotografia impecável e uma musicalidade contagiante. O cinema feito no Brasil se choca com o cinema Hollywoodiano e com charme de filme europeu graças a ótima produção, fotografia e ambientação. Independente de qualquer definição, seu estilo é cinematográfico em todos aspectos, desde seu texto apurado, a personagens muito bem situados que transitam na diversidade de uma cidade paradisíaca e perdida do subdesenvolvimento intelectual das raízes do tradicionalismo patriarcal. O tropicalismo representado nesta obra se choca com a realidade bucólica de suas encantadoras personagens, tentando lutar contra as forças sociais que insistem em frustrá-las. Invisíveis em uma sociedade paternalista e conservadora, se desdobrando para seguir em frente. Um filme que pulsa junto com a emoção de uma elipse de 50 anos na vida dessa de duas irmãs. Na trama, no Rio de Janeiro, da década de 1950, Eurídice (Carol Duarte) é uma jovem talentosa, mas bastante introvertida. Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor com Antenor (Gregório Duvivier). Guida e Eurídice são cruelmente separadas, impedidas de viverem os sonhos que alimentaram juntas ainda adolescentes. O diretor Karim Aïnouz (Praia do Futuro e Céu de Suely) consegue ser imaginativo e criativo no retrato do Rio de Janeiro e seu grande foco está nos espaços privados onde ocorrem momentos bonitos de contemplação. Ele cria uma surpresa natural ao criar vínculo do espectador com os personagens, o filme no fim das contas nem trata da resistência da mulheres e sim de suas vidas interrompidas, a produção de Rodrigo Texeira (RT features) é primorosa assim como toda equipe de produção pelo belo cuidado técnico. Destaque também para a bela participação de Fernanda Montenegro, em um filme completo em sua plenitude, com um final triste e arrebatador. UM NOVO CLÁSSICO.
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Longa foi o escolhido do Brasil para concorrer a uma vaga na disputar pelo Oscar na categoria Filme Internacional, antiga categoria Filme Estrangeiro.

O filme estréia em 21 de novembro nos cinemas pela Vitrine Filmes e Sony Pictures.

O Meu Hype assistiu ao filme em sua pré-estreia realizada no icônico Cine Brasília.

Hype: EXCELENTE - Nota: 9,0



quinta-feira, 24 de outubro de 2019

FLEABAG (Temporada 1 e 2) de "Phoebe Waller-Bridge"



Seriado consagrado pelo Emmy é uma produção contagiante, inteligente e cheia de personalidade.

A série Fleabag é uma produção britânica criada e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge. A atriz produz a série e interpreta a personagem principal, uma mulher em seus 30 e poucos anos que lida com as frustrações da vida de forma caricata e com pitadas de melancolia. Phoebe transforma Fleabag não apenas em uma comédia de erros, como apresenta uma trama interligada e sagaz que se comunica com seu público, isso graças a quebra da chamada "Quarta Parede", a protagonista conversa com o público enquanto tem diálogos com os outros personagens, essa interação funciona de forma brilhante, com características do teatro para a televisão. A série é o típico caso onde uma produção pequena ganha projeções grandiosas, principalmente quando a Amazon deu visibilidade mundial ao programa. Rapidamente a produção ganhou admiradores até chegar em seu ápice, vencer o Emmy 2019 de Melhor Série de Comédia.  Sua criadora considera Fleabag como encerrada e segue em outros projetos, com a série Killing Eve e com o 25º filme de 007, pois Daniel Craig, assumidamente fã da série, pediu para que ela participasse do roteiro, levando um toque de humor para o filme de ação. Uma ascenção meteórica para sua criadora que de forma despojada cria uma das séries mais interessantes atualmente para se assistir. Na trama, Solteira, com 30 e poucos anos, Fleabag é uma mulher solitária. Logo no começo, vemos cenas dela com seu namorado e já conseguimos entender que ela não é muito boa para se relacionar devido a sua personalidade. E não é só em relacionamentos afetivos e sexuais que isso acontece mas também com sua família. Ela precisa lidar com seu pai e sua madrasta, sua irmã e seu cunhado. A sua irmã, Claire (Sian Clifford), é uma das pessoas que sentem mais dificuldades em lidar com a personalidade da Fleabag, a relação entre as duas é de cumplicidade e proteção, mesmo que não seja dito em palavras e quase nunca em atitudes. Um dos maiores dramas da série é a relação de Fleabag com sua melhor amiga e um porquinho da índia. Essa ligação é mostrada ao longo das duas temporadas  com flashbacks do passado que justificam os acontecimentos do presente e as atitudes da protagonista. Outra interação incrível que acontece com Fleabag é quando surge um padre na história para fazer o casamento de seu pai e sua madrasta. Desbocado e divertido, o sarcedote tem a mesma faixa etária da protagonista e eles acabam se dando bem desde o início. Fleabag é uma série curta e com poucos episódios, isso não significa, no entanto, que seja apenas uma comédia para passar o tempo, seus temas trazem por trás do humor os sentimentos de angústia, solidão e sofrimento. O humor é uma estratégia de defesa, seja para lidar com os problemas da vida ou para fingir que está tudo bem. Difícil resistir a essa personagem e toda a atmosfera da série. IMPERDÍVEL

  Fan Vídeo produzido pelo Teleporte Sounds

A série está disponível em duas temporadas (12 episódios) no Amazon Prime Video.

A produção concorreu ao Emmy 2019, principal premiação da TV, vencendo a categoria de Melhor Série de Comédia e sua criadora Phoebe Waller-Bridge de Melhor Comediante Feminina.

Hype: EXCELENTE - Nota: 10

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A FAMILIA ADDAMS "The Addams Family" de "Conrad Vernon" e "Greg Tiernan"



Nova animação da clássica família mórbida aborda problemas atuais com inteligência e bom humor.

A Família Addams nasceu nos quadrinhos desenhados por Charles Addams que fazia as tiras da família gótica para a revista New Yorker na década de 1930. Os personagens são todos sátiras macabras e irônicas da família tradicional norte americana, eles não se importam em como o mundo os vê. Os Addams também acreditam que nunca morrerão pois até a morte os despreza. Com o sucesso dos quadrinhos, eles ganharam uma série de TV nos anos 60, um seriado animado na década de 70 e um filme em 1991 com continuação em 1993, esse sendo a mais popular das representações com um elenco inesquecível composto por Anjelica Huston (Morticia), Raul Julia (Gomez), Christopher Lloyd (Tio Chico) e Christina Ricci (Vandinha). Em 2012 os personagens estiveram em um musical baseado na obra e agora voltam aos cinemas com uma nova roupagem em uma animação com traços modernos e bastante conectada com a atualidade. O projeto é da MGM Studios com a Cinesite Studios, todo em computação gráfica com um trabalho impecável e pela primeira vez trazendo os personagens em 3D. O desenho já tem continuação confirmada para 2020. Os personagens da Família Addams ficaram tão queridos pelo público com diversos produtos culturais e esse novo desenho mesmo com a modernização, consegue captar de alguma forma a mensagem e a essência desses personagens de forma correta. Na trama, acompanhamos o início da formação da família até a mudança para um lugar isolado em uma montanha devido a intolerância das pessoas pelo modo de vida que eles levam. Ao descobrirem que a montanha tem uma cidade vizinha e tipicamente americana, a família começa a ser alvo de uma moradora que não os aceita por perto e organiza um motim contra eles. Nesse meio tempo, Vandinha, filha adolescente do casal Morticia e Gomez, começa a questionar sua vivência na escuridão e decide estudar em uma escola pública e conviver com outros jovens dessa cidade, além disso, Feioso o outro filho Addams, precisa se integrar a uma tradição familiar mesmo contra sua vontade. O longa animado possui ótima dublagem em português e traz as vozes originais de Oscar Isaac (Gomez), Charlize Theron (Mortícia), Chloë Grace Moretz (Vandinha), Finn Wolfhard (Feioso), Snoop Dogg (Primo Itt) e Bette Midler (vovó).  A trilha sonora também é um atrativo a parte com canções originais por Christina Aguilera com a música "Haunted Heart" e o combo Migos, Karol GSnoop Dogg e Rock Máfia com a canção "My Family" inspirada na música clássica da família. Inegável que todo apelo dark dos personagens ficaram em segundo plano, talvez esse seja o principal motivo do estranhamento dessa nova proposta a ser percebida por fãs mais tradicionais, mesmo assim, o tom do desenho acerta em cheio com essa nova geração de crianças e adolescentes com importante mensagem de aceitação e uma leve ironia do estilo atual de convivência entre as diferenças. Um desenho engraçado, com piadas leves e na medida para toda família. DIVERTIDO!



O Longa animado chega aos cinemas brasileiros no dia de Halloween, 31/10 com distribuição da Universal Pictures.

O Meu Hype assistiu ao desenho em sua Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: BOM - Nota: 7,5

terça-feira, 22 de outubro de 2019

OS 3 INFERNAIS -"3 from Hell" de "Rob Zombie"


Rob Zombie dá continuidade a sua obra sobre a América sem lei e o culto a violência sádica.

Primeiro foi A Casa dos 1000 Corpos (2003). Então houve Rejeitados pelo Diabo (2005). Após mais de uma década, o famoso cantor de rock, roteirista e diretor, Rob Zombie, vem com o fechamento da sangrenta trilogia conhecida por "Firefly Family", que busca inspiração no caos e na insanidade dos crimes mais violentos da história, apresentando sua conclusão em Os 3 Infernais. Com um gancho bizarro, meio Jason (Sexta-Feira 13), Otis (Bill Mosley) e Baby (Sherri Moon Zombie), juntamente com o meio-irmão Foxy Coltrane (Richard Brake), milagrosamente sobrevivem a uma chuva de balas em uma estrada deserta, o filme começa justamente nesse fatídico final de Rejeitados pelo Diabo e todo o frenesi da mídia com a sede de sangue dos personagens. Essa obsessão e o culto aos personagens é a narrativa inicial do filme, conduzida de maneira esperta porém monótona. O que descobrimos neste terço inicial é que, desde que eles foram mortos a tiros (mas sobreviveram), os "Rejeitados" se tornaram uma sensação da mídia. Não muito diferente de outros monstros como Ted Bundy ou Charles Manson, a Família Firefly ganhou infâmia e também apoiadores e admiradores lascivos enquanto passam por tribunais e as celas da prisão. A produção é ágil em apresentar esse universo e tem seu charme de Filme B mesmo sem novidades na enxurrada de filmes similares, contando apenas com uma inspiração insana, fruto da mente criativa e sanguinária de Rob Zombie. Na trama, deixando um rastro de morte, os três infernais estão em direção à liberdade com destino para o México. Promovendo um verdadeiro Dia dos Mortos, Winslow Coltrane, Baby e Otis Firefly precisam enfrentar uma das mais respeitadas gangues mexicanas até então comandada por Rondo (Danny Trejo). O elenco ainda possui  a participação do ícone personagem de terror, Sid Haig, que viveu o personagem Captain Spaulding nesta série de filmes e que recentemente faleceu.  O excêntrico multi realizador Rob Zombie (54 anos) de “Halloween – O Início” e “Halloween II”, ganhou notoriedade devido aos seus filmes emblemáticos e que agradam principalmente os fãs do gênero de Terror e Slasher. Seu estilo é bastante característico da sua personalidade, com um toque meio gótico e meio cafona em toda sua concepção, isso para alguns pode ser um charme e para outros um problema. Essa continuação passa longe de seus bons momentos como diretor mais vale pelos personagens clássicos e as maluquices do realizador. REPLAY SANGUINÁRIO.


O filme estréia nos cinemas nessa Quinta-feira 24/10 pela Paris Filmes.

Hype: REGULAR - Nota: 5,5

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

ZUMBILÂNDIA – ATIRE DUAS VEZES (2019) “Zombieland: Double Tap” de “Ruben Fleischer”


Continuação do sucesso de 2009 é um deleite aos fãs do original com um arsenal de boas piadas em uma aventura sangrenta e divertida.

O universo de Zumbilândia retorna uma década depois do original com o mesmo elenco principal, composto por Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone e Abigail Breslin. Ter os personagens principais de volta é um ponto positivo e uma enorme vitória dos produtores, já que nesse meio tempo muita coisa aconteceu na vida deles, todos conseguiram visibilidade em Hollywood. Zumbilândia foi um filme que cresceu muito com o tempo se tornando cult, principalmente com a febre que os zumbis atingiram com o sucesso inesperado de The Walking Dead. Com uma premissa simples e eficiente que mistura elementos clássicos do terror pós- apocalíptico com ação e comédia, a trama se mantém fresca e divertida com o  surgimento de novos tipos de zumbis que evoluíram desde o primeiro filme (Eles são batizados conforme suas habilidades, com hilárias referências!), outros detalhes nessa jornada incrementam o objetivo de chegar a um lugar seguro, os clichês são usados da melhor forma possível. Mesmo não sendo exatamente obrigatório ter visto o original, existem inúmeras referências importantes e engraçadas que parecem preparadas para os fãs. O filme faz pipocar referências da Cultura Pop a todo momento com muita esperteza, é um caso raro aonde a continuação se torna mais atrativa que a própria fonte de origem. Difícil não se divertir com a produção super caprichada e com um elenco excepcional. Na sequência, os caçadores de zumbis devem seguir buscando a sobrevivência no caos que se espalhou por todo mundo e ainda lidar com alguns sobreviventes humanos e com os problemas de relacionamento que surgem em seu sarcástico e improvisado núcleo familiar. O filme possui “gags” espertas e inesperadas e se torna um road movie (filme de estrada) com destaque para os ótimos coadjuvantes, principalmente a personagem da atriz Zoey Deutch que rouba a cena. A parte dos sócias é uma surpresa muito bem vida também. diretor Ruben Fleischer (Venom) e os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick (Deadpool) conseguem flexibilizar situações complicadas e criar uma jornada que cresce com agilidade respeitando as particularidades dos personagens sem atravessar o tempo de construção da história. O filme é despojado como uma diversão inconsequente aonde as cenas de ação e os zumbis decepados parecem ser apenas um acréscimo na aventura com jeito de videogame. O mais importante é que toda essência desses personagens foram preservadas ou melhoradas, cativando ainda mais o expectador com suas motivações rumo a uma sobrevivência tragi-cômica. Não deixe de ver as cenas pós créditos! Hilário! A MAGIA DE UM FILME B. 

O filme estréia nos cinemas em 24/10 pela SONY PICTURES.
O Meu Hype assistiu ao filme na PRÉ-ESTRÉIA oficial realizada em Brasília.
Hype: ÓTIMO- Nota: 8,0

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

MALÉVOLA: DONA DO MAL (2019) “Maleficent: Mistress of Evil” de “Joachim Ronning”


Disney amplifica universo da personagem de Angelina Jolie em filme com todos elementos para agradar aos fãs da icônica vilã sem ir além do óbvio.

O sucesso de Malévola em 2014 foi uma iniciativa corajosa que recria o conto de A Bela Adormecida com foco na principal vilã da história, interpretada de maneira incontestável por Angelina Jolie, o filme foi um grande sucesso de bilheteria com destaque principal em não estender a história que a princípio funciona pela maneira exuberante de sua abordagem assim como sua conexão com o empoderamento feminino, as diferenças entre seres e a proposta "dark" em um conto de fadas. Com a enxurrada de adaptações em Live-action dos clássicos Disney, o estúdio aproveitou para trazer a personagem novamente as telas neste filme aonde o maior foco está em sua afilhada, Aurora. A trama abusa de todos os clichês de histórias infantis como desculpa para justificar sua existência, de casamento conflitante devido as diferenças na família a uma vilã em busca de poder a todo custo, resumindo, toda fórmula de sucesso desse tipo de fantasia sem qualquer novidade. O roteiro contradiz a elegância e eficiência construída no primeiro filme transformando a problemática em algo maior do que realmente é, o tom épico arquitetado se torna meio desnecessário, Malévola parece meio desconfortável e fora de tom em uma saga do bem contra o mal com propósitos não devidamente esclarecidos. Visualmente bonito, Dona do Mal falha em não conseguir intensificar a personagem de Aurora anulando a saga de Malévola com as criaturas similares a ela, transita na fantasia infantil em um universo de certa forma descolado, com textura que encanta mas sem personalidade. Não foge do lugar comum e não apresenta grandes novidades. Na trama, cinco anos após Aurora (Elle Fanning) despertar do sono profundo, a agora rainha dos Moors é pedida em casamento pelo príncipe Phillip (Harris Dickinson). Ela aceita o pedido e, com isso, parte rumo ao reino de Ulstead ao lado de Malévola (Angelina Jolie, no intuito de conhecer seus futuros sogros, John (Robert Lindsay) e Ingrith (Michelle Pfeiffer). O jantar entre eles deveria ser de celebração entre os reinos, mas os interesses de Ingrith vêm à tona quando é criado um atrito com Malévola e os demais seres mágicos. O diretor Joachim Ronning segue a principal cartilha de contos de fadas da Disney na tentativa de realizar algo maior do que apresentado no primeiro filme, junta todos elementos para agradar quem já está habituado ao universo dos personagens sem se preocupar em trabalhar melhor o que já possui, estabelecer os personagens. O filme se torna meio arrastado na parte final principalmente durante a longa guerra entre os reinos. Outro incômodo é não aprofundar os personagens de Moors desperdiçando inclusive grande potencial e criaturas mágicas que só servem de enfeite cinematográfico com pouca função na história. Um filme que funciona bem como distração, principalmente para as crianças, inclusive com bonitos efeitos em 3D, tudo muito orquestrado como em um espetáculo ensaiado porém vazio, sem substância, sem apresentar a relevância merecida a sua personagem principal que dá nome ao filme. Pouco memorável só cumpre tabela no catálogo da Disney. NADA ESPECIAL.



O filme está em cartaz nos cinemas pela DISNEY.
O Meu Hype assistiu ao filme a convite da SKY na PRÉ-ESTRÉIA realizada em Brasília.
Hype: REGULAR - Nota: 5,5

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A LUZ NO FIM DO MUNDO (2019) - "Light of My Life" de "Casey Affleck"


Drama interessante é uma história de sobrevivência com foco no afeto e no senso de proteção. 

Imagine um mundo sem mulheres? É com essa premissa, em uma hipótese no mínimo bizarra que surge o drama pós apocalíptico de Casey Affleck (Irmão de Ben Affleck), na história de "Light of My Life", seu segundo trabalho como roteirista e diretor, que em 2010 se aventurou no traumático filme "Eu Ainda Estou Aqui", que até hoje rende problema ao cineasta devido aos episódios de assédio a mulheres nos bastidores. Com um ritmo contemplativo e sem muito a entregar sobre a tal pandemia que exterminou as mulheres do mundo, o que sustenta o filme é a relação de sobrevivência entre pai e filha, isso é realizado de forma correta, muitas vezes emocionante e cativante, sem dúvidas o ponto alto do filme. O pai busca proteger sua filha, ela possivelmente seja a última mulher viva fora de algum cativeiro e sua sobrevivência depende de como ela conseguirá se manter afastada de homens mal intencionados. Pode parecer bizarro, mas esse é o ponto de partida da problemática do filme. Mesmo muito bem dosado na tensão e no drama, além de um bom desempenho de Casey Affleck e Anna Pniowsky, a produção testa a paciência de quem espera algo mais, informações detalhadas da tal pandemia e até mesmo um direcionamento de como eles sobreviverão ao próximo dia, se essa era a intenção do diretor (deixar o expectador no escuro) ele consegue com êxito, em resumo, é um dramático conto que acompanha até onde vai essa instigante fuga de proteção em um mundo sem saída e sem muitas perspectivas. Na trama, em uma realidade pós-apocalíptica, onde quase toda a população feminina do planeta foi devastada, um pai (Casey Affleck) precisa proteger sua filha (Anna Pniowsky) do perigo que os homens representam. Rag era apenas um bebê quando a pandemia global da Peste Feminina fez inúmeras vítimas e transformou a sociedade em um verdadeiro caos. Desde então, pai e filha vivem isolados na floresta, como forma de se protegerem de todas as possíveis ameaças. Rag é a única menina sobrevivente de que se tem notícia e, mesmo dez anos após a pandemia que tirou a vida de todas as mulheres, incluindo sua mãe (Elisabeth Moss), ela e seu pai ainda precisam lutar diariamente por sobrevivência. O filme foi exibido pela primeira vez no Festival de Berlim de 2019 com uma boa recepção. Casey Affleck (vencedor do Oscar de Melhor Ator por ‘Manchester à Beira Mar’) que, além de protagonista da história, é também o responsável pelo roteiro e pela direção do longa afirmou em entrevista que: “Muito do filme é baseado em sua experiência como pai”. O cineasta consegue dar a volta por cima e consolidar sua carreira cinematográfica após ser grande foco de tablóides devido a escândalos em sua vida pessoal, o filme tem seu valor e seu trabalho é satisfatório. No geral, um drama simples com uma mensagem até positiva de como os pais preparam os filhos para os perigos do mundo com o instinto de proteção, no caso do filme com um foco paterno, quase como uma mensagem de perdão do ator pelos seus erros estúpidos do passado com as mulheres, não deixa de ser nobre sua intenção em se redimir usando a arte a seu favor. A LUZ DA MINHA VIDA.



O filme estréia hoje nos cinemas pela IMAGEM FILMES.

Hype: BOM - Nota: 7,0

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

VESTIDO MALDITO - "In Fabric" - 2019 de "Peter Strickland"


Terror do estúdio indie A24 virou sensação em vários festivais pelo mundo com uma perturbante história de um vestido amaldiçoado. 


O aclamado diretor alternativo Peter Strickland, autor singular por trás do suntuoso romance sadomasoquista "O Duque de Burgundy" e do terror "Barberian Sound Studio" apresenta um filme que flerta com o sombrio e o agoniante, quase como um pesadelo, canalizando sentimentos presentes na moda com um violento derramamento de sangue em uma produção de terror surpreendente que funciona quase como um delírio. O filme aborda aspectos que combinam suspense, horror e romance em uma trama que seduz o expectador ao mesmo tempo que se mostra um retrato sinistro de um vestido vermelho "artéria" que causa estragos na vida daqueles que são infelizes o suficiente para usá-lo. Curiosamente, este vestido não possui usuários - ele tem sua própria agência, que de certa forma cuida de sua atmosfera. Os simbolismos apresentados na trama e a realidade se misturando com o bizarro é o atrativo de uma produção independente que apresenta frescor em sua concepção, não espere uma construção comum e explicativa, tudo envolto a história possui mistério. Na trama, uma mulher solitária (Marianne Jean-Baptiste), recentemente separada do marido, visita uma encantadora loja de departamentos de Londres, durante as promoções de inverno. Ela busca um vestido que transformará sua vida e sai da loja com uma peça vermelho-artéria - que, com o tempo, desencadeará uma maldição malévola e um mal imparável, ameaçando todos que entrarem em seu caminho. O vestido amaldiçoado passará de pessoa para pessoa, causando todo tipo de infortúnio para a vida de quem quer que entre em contato com ele. Mesmo que o filme possa ser contemplativo em sua penetração, In Fabric consegue ser sucinto em sua edição conseguindo transitar tanto na fantasia como como no terror, sua metáfora sobre a construção do consumismo é charmosa, a experiência de fazer compras nesse filme surge como uma experiência transformadora e transcendental, esse prisma é alcançado de maneira cômica e um tanto assustadora. Por exemplo, os vendedores estão vestidos com um estilo glamourosamente gótico, enchendo os ouvidos dos compradores com declarações fantásticas. O filme faz alusão aos possíveis males do consumismo, mas não parece ser um ataque direto à cultura capitalista. Em vez disso, o mal aqui parece funcionar em um nível espiritual e não cultural. A loja de departamentos, sua equipe e o vestido vermelho parecem estar ligados a algo que é cult, oculto e satânico. Testemunhamos anúncios fascinantes em telas de televisão que mostram os funcionários se passando por algum tipo de cerimônia, acenando para os clientes entrarem na loja. De fato, esse ritual é repetido todas as manhãs antes que os compradores sejam bem-vindos. O fato de o vestido ser vermelho é significativo; uma cor que é tipicamente associada ao mal, contudo, enquanto o vermelho é visto como a cor do mal, também é conhecido como a cor do amor e da luxúria, tema que passa a ir de encontro aos personagens. O vestido vermelho é usado como um meio de encontrar amor pelos personagens deste filme. Em primeiro lugar, com Sheila, ele é comprado para um encontro às cegas. Depois de Sheila, Babs tenta despertar o interesse de seus noivos, perguntando como ela fica no vestido. Reg também é forçado a usar o vestido em sua noite de despedida de solteiro. O que une esses três personagens é que usar este vestido representa algo de esperança para cada um. O amor é representado como algo decepcionante e neste filme cada personagem está condenada a partir do momento em que o vestido entra em suas vidas. Investida na interessante história de Sheila, o rápido corte para os personagens de Babs e Reg é inesperado e pode decepcionar quem espera uma construção comum. Essas narrativas têm um tom diferente e, embora nosso interesse congela na personagem de Sheila, no entanto, isso demonstra que o enredo está girando em torno da trajetória do vestido vermelho e não dos personagens humanos. In Fabric tem uma linha parecida com Suspiria lançado esse ano, colorido, com história contemplativa, produção caprichada e elenco interessante além uma boa pitada de humor negro bizarro. No geral, o filme tem várias qualidades incomuns que o tornam memorável, na sua mistura gêneros, na penetração lenta, em seus simbolismos e com muitas ambiguidades que deixam os expectadores com muito a refletir depois, uma experiência tenebrosa. TERROR PSICOLÓGICO.


Disponível no Amazon Prime Video!

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0


segunda-feira, 14 de outubro de 2019

EL CAMINO - UM FILME DE BREAKING BAD -"El Camino: A Breaking Bad Film" de "Vince Gilligan"


Netflix apresenta filme com trama que se passa após os eventos finais do seriado de sucesso, o resultado é satisfatório e digno ao personagem de Jesse Pinkman, foco do filme.

O seriado Breaking Bad se tornou um fenômeno na TV, foram 5 temporadas com uma história muito bem amarrada e também cheia de camadas. Na série, o professor de química Walter White, personagem principal interpretado por Bryan Cranston, descobre um câncer terminal e decide arriscar tudo para ganhar dinheiro enquanto pode, transformando sua van em um laboratório de metanfetamina. Walter White virou uma referência na Cultura Pop ao encarnar seu alter-ego Heisenberg, o último episódio da série foi exibido na TV em 29 de setembro de 2013 com forte aclamação da crítica e do público. Em 8 de fevereiro de 2015 chegou a TV americana uma (Prequel) de Breaking Bad que acompanha a jornada do advogado Jimmy McGill (Bob Odenkirk) e sua transformação no infame Saul Goodman, personagem coadjuvante que se destacou na trama. O seriado funcionou perfeitamente e mesmo ainda em exibição com 4 temporadas fechadas e uma em produção, agradou quem acompanhava o original respeitando toda a essência de sua fonte de inspiração. Desta vez o criador e diretor Vince Gilligan muda o direcionamento e transita no futuro, com acontecimentos após o final da série, o foco é Jesse Pinkman (Aaron Paul), o principal coadjuvante, o ex-aluno de Walt e parceiro de produção, um personagem que até teve seus momentos mas sempre sem protagonismo mesmo quando ocorre as mudanças de comportamento de White. O mais interessante é que o diretor consegue transitar tranquilamente entre passado, presente e futuro com um universo bem estabelecido e sempre com sua marca registrada, um misto de drama de ação e crime interligando cada espaço deixado por Breaking Bad. El Camino é uma história de fuga que dá a Jesse um destaque merecido, sua jornada em busca da própria liberdade possui muitas coisas de seu passado que precisam ser resolvidas para que seu futuro aconteça. São traumas que perturbam sua paz aliado a todas consequências de seus atos e sofrimento nas mãos de seus inimigos. A quebra de expectativa acontece com o próprio personagem que se mostra dentro da história como um jovem com uma carga pesada para levar mas falta tempo para criar algo maior, o formato filme não é tão inspirador quanto os dois seriados, ainda assim não deixa de ser especial e fundamental para quem acompanha as criações de Vince Gilligan, mestre em conectar todas as suas histórias de maneira criativa. Certamente ele irá conectar esse filme com a última temporada de Better Call Saul, os fãs agradecem. INSTIGANTE.




O filme está disponível na Netflix.

Hype: BOM Nota: 7,5

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

CAMPO DO MEDO (2019) "In the Tall Grass" de "Vincenzo Natali"


Nova adaptação de Stephen King pela Netflix funciona pela simplicidade mas não surpreende.

O escritor Stephen King e seu filho Joe Hill realizaram juntos o conto "Campo do Medo", uma obra não muito popular que ganha adaptação pela Netflix. O principal problema dessas adaptações que brotam rapidamente é pegar carona com a atual tendência quente do escritor mesmo que seja para entregar algo cru e sem requinte. O escritor teve uma das suas obras recentemente lançada nos cinemas, a bem sucedida parte 2 de IT, já possui um próximo filme agendado para novembro, Doutor Sono, a aguardada continuação de O Iluminado e ainda tem a segunda temporada de Castle Rock do Hulu, tudo dentro de alguns meses. A produção se revela simples e com poucas saídas para um diferencial marcante. Lembrando que King possui obras que também envolvem plantações, caso da franquia Colheita Maldita e de 1922. O filme começa bem, com boa produção que detalha o ambiente com belos planos e também tenta instigar o espectador a acompanhar essa jornada imprevisível com a sensação claustrofóbica de estar perdido na plantação sem saber o que vem adiante. Infelizmente a história não consegue se sustentar, o filme não tem ganchos interessantes e a dupla central não ajuda muito. O senso de perigo vai se esvaziando e as explicações do que está acontecendo são previsíveis e tornam o filme esquecível e um mero passatempo. Na história, dois irmãos Becky e Cal estão seguindo viagem por uma estrada, ao ouvirem  gritos de um garoto perdido e pedindo ajuda em um campo de grama alta, eles se aventuram para resgatá-lo, mas percebem que o lugar não tem saída e estão presos ali e que o local  possui uma força sinistra. O elenco tem Patrick Wilson (Invocação do Mal), Laysla de Oliveira conhecida por várias séries e os novatos Will Buie Jr. (Bunk’d) e  Avery Whitted. O diretor é Vincenzo Natali com vasto currículo na TV e também já dirigiu os filmes de terror cult Cubo (1997) e Splice – A Nova Espécie (2009). Campo do Medo é um terror bem filmado, com ação e suspense suficiente para manter a atenção de quem assiste mas se torna frustrante em não ir além, ele quase se iguala as outras duas produções próprias da Netflix adaptadas do mestre do terror, Jogo Perigoso (2017) e 1922 (2017). A produção é intrigante, bem ambientada e peca na falta de ousadia sem produzir um retorno satisfatório para surpreender. TERROR DE LEVE.


O filme está disponível no catálogo da NETFLIX.

Hype: REGULAR - Nota: 5,0

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

ANGRY BIRDS 2 - O FILME (2019) "The Angry Birds Movie 2" de "Thurop Van Orman" & "John Rice"


Longa animado é um divertido e inofensivo passatempo.

Em 2016 a Sony lançou os personagens do jogo Angry Birds no cinema e viu a produção se destacar nas bilheterias, sendo seu principal sucesso do ano. Era uma questão de tempo para lançarem uma segunda aventura do popular jogo de smartphone onde você catapulta pássaros para achatar porcos verdes. O novo desenho é visualmente mais atrativo que o anterior e apresenta melhora nos traços, seus personagens principais possuem carisma e identidade própria graças também ao bom trabalho de dublagem, seja no original ou na versão brasileira. Essa nova história funciona como se o espectador avançasse no jogo para uma próxima fase, como uma evolução da trama anterior. Angry Birds 2 apresenta estrutura quase rudimentar de desenho animado, com poucos elementos para um encantamento emocional e longe do frescor de outros desenhos inovadores, como as produções da Pixar ou Laika.  Tomando a estrutura de um filme de missão, ele avança com rapidez suficiente para nem percebemos o quão se torna simples a jornada dos personagens, com tempo para uma trama paralela envolvendo pequenos filhotes tentando recuperar alguns ovos que perderam. As piadas são despretensiosas e vão alegrar as crianças, aos adultos sobra uma distração leve. Na trama, os porcos e os pássaros descobrem uma terceira ilha e fazem uma trégua para enfrentar o inimigo em comum: as águias. O foco é nessa nova ameaça que coloca tanto a Ilha Bird quanto a Ilha Pig em perigo, Red (Jason Sudeikis), Chuck (Josh Gad), Bomb (Danny McBride) e Mighty Eagle (Peter Dinklage) recrutam a irmã de Chuck, Silver (Rachel Bloom) e os porcos Leonard (Bill Hader), sua assistente Courtney (Awkwafina) e o técnico Garry (Sterling K. Brown) para forjar uma trégua instável e formar uma super-equipe improvável para salvar suas casas da ameaça. Se os passarinhos estão de volta, os comediantes também voltaram na versão nacional do desenho, Marcelo Adnet, Fábio Porchat e Dani Calabresa emprestam suas vozes, novamente, para Red, Chuck e Matilda, três anos após a animação original. A versão nacional possui uma dublagem bem cuidada e acertada. Infelizmente, mesmo sendo efetivo para as crianças e talvez adultos, assim como o jogo, Angry Birds não consegue se sustentar por muito tempo com uma trama básica e com piadas que com o tempo se esgotam, repetindo clichês em seu argumento principal.  Ainda assim,  a nova equipe criativa composta por Thurop Van OrmanJohn Rice realizam um desenho agradável com um visual vistoso e cheio de texturas mesmo com certa previsibilidade na história. LEGAL.



O Meu Hype assistiu ao filme em sua Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

O Longa Animado chega aos cinemas nesta Quinta - Feira (03/10) pela Sony Animation.

Hype: BOM - Nota: 6,0

terça-feira, 1 de outubro de 2019

CORINGA (2019) “Joker” de Todd Phillips



O infame e perturbador personagem dos quadrinhos da DC Comics ganha filme de origem brilhante e crível em toda sua concepção.
Os quadrinhos possuem uma fonte quase inesgotável de obras e personagens, é bastante conveniente para um grande estúdio realizar um filme sobre um dos vilões mais interessantes do universo dos quadrinhos do Batman. Essa lógica é esvaziada pela abordagem escolhida para retratá-lo, a produção é diferente do que geralmente é apresentado em filmes baseados em HQ, não é um filme que propõe diretamente a ação, se enquadra como um thriller psicológico com foco nas camadas e nuances de Coringa, com seu drama intenso pincelado com arte, poesia e também um pesado manifesto a anarquia. O filme pode desagradar quem não espera tal contemplação de um produto tão pop quanto Batman, Joaquin Phoenix encarna o personagem e se entrega de corpo em alma, chega a ser perturbador acompanhar sua transformação ao mesmo tempo que enriquece o expectador com toda concepção que adquirimos do vilão. O Coringa possui grandes interpretes que conseguiram com bastante sucesso transcender o óbvio, seja na TV, nos Desenhos ou no Cinema, as atuações mais lembradas são de Jack Nicholson em Batman (1989) e de Heath Ledger, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel em Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008). O diretor Todd Phillips, experiente em comédias de sucesso, consegue aliar muito bem os momentos quase manipulando nossos sentimentos com muito talento em tudo que a história propõe, sua paciência narrativa deixa tudo no seu devido lugar, é um filme transgressor que se revela a cada desdobramento como uma orquestra caótica de uma pessoa pacata que se transforma em um mortal criminoso de Gotham City. Na trama Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante. Contar mais qualquer detalhe estraga a experiência de imersão desta devastadora recriação de um personagem icônico em sua representação, fluindo de maneira urgente mesmo retratando o passado de uma civilização cada vez menos humana. Vale ressaltar que o roteiro se inspirou em outras obras como O Rei da Comédia (1982), protagonizado por Robert de Niro que também participa do filme. É possível também pegar referência do trabalho de Alan Moore no HQ, A Piada Mortal, que também ganhou um longa animado pela DC. Ainda há outras inspirações como o personagem do filme Taxi Driver (1976) e similaridade aos trabalhos de Jack Nicholson e de Heath Ledger interpretando o personagem, impossível não enxergá-los de alguma forma. O desempenho de Phoenix é impressionante e não será surpresa se ele ganhar o próximo Oscar pela a atuação ou mesmo o filme concorrer as principais categorias, afinal ele ganhou o Festival de Veneza deste ano de forma unânime com 8 minutos de aplausos. No geral, um filme tenso e que certamente polarizará a opinião do público com a certeza de que todo processo de reimaginação do personagem funcionou perfeitamente se encaixando de forma pontual em um universo tão constantemente abordado na Cultura Pop, esse registro deixa sua marca de forma épica. UM CULTO A UMA SOCIEDADE TÓXICA.

O filme contará com Pré-estréia nesta Quarta-Feira (03/10) e estréia nos Cinemas na Quinta - Feira (04/10) pela WARNER BROS.
O Meu Hype assistiu ao filme em sua Cabine de Imprensa realizada em Brasília.
Hype: OBRA PRIMA – Nota: 10