quarta-feira, 31 de maio de 2017

NETFLIX - HOUSE OF CARDS - (QUINTA TEMPORADA)


Nova temporada de House of Cards mantém seriado em alto nível com muita agilidade e reviravoltas. Kevin Spacey e Robin Wright dão show de interpretação e seus personagens estão cada vez mais surpreendentes assim como a trama cada vez mais próxima da realidade.

House of Cards é uma série dramática sobre a política americana desenvolvida e produzida por Beau Willimon. É uma adaptação de uma minissérie anterior de mesmo nome da BBC baseada no livro de Dobbs Michael. A série conta a história de Frank Underwood (Kevin Spacey), democrata do 5º distrito da Carolina do Sul, que, depois de ser preterido na promoção a Secretário de Estado, decide vingar-se daqueles que o traíram. Retrato cruel e fiel da política americana e, mais amplamente, das relações humanas a série é inspirada em duas tragédias de Shakespeare (Ricardo III e Macbeth). A vida imita a arte ou a arte imita a vida? No caso de House of Cards não deixa de ser surpreendente que os acontecimentos retratados na ficção estão cada vez mais próximos da realidade politica do mundo. Não entrando muito a fundo, a série inclusive zombou o Brasil na divulgação desta temporada divulgando que estava difícil competir com os constantes escândalos vividos em nosso país que chegam a ser tão chocantes quanto aos acontecimentos da série. Essa temporada começa exatamente aonde aonde parou a quarta temporada, na tumultuada eleição aonde Frank Underwood (Kevin Spacey) que concorre ao alto cargo de poder nos Estados Unidos, a presidência e precisa lidar com seus conflitos pessoais, sua esposa Claire Underwood (Robin Wright) e seu interesse em participar cada vez mais ativamente da casa branca, seu concorrente a presidência e todas as tramas envolvidas nas temporadas passadas. Não tem nem muito tempo para respirar, tudo flui com uma rapidez sem nenhum tipo de enrolação deixando os episódios cada vez mais interessantes. Nem tem como negar que mesmo com coadjuvantes excelentes, Kevin Spacey e Robin Wright estão cada vez mais afiados dentro da história e seus personagens assim como suas nuances de indentidades estão cada vez mais claros para o expectador que muitas vezes tem a oportunidade de ficar cara a cara com eles em suas reflexões. A série passou a ter um papel importante a partir do momento em percebemos que muito do que é retratado pelo seriado se repete na politica em todo mundo, seja com as manipulações, o jogo de interesses e até aonde vai limite em busca do poder. Assistir House of Cards se torna obrigatório e se confunde com nossa triste realidade atual de corrupção e nenhum respeito ao povo que eles representam. 

    

MEU HYPE: FORTE

segunda-feira, 29 de maio de 2017

NETFLIX - WAR MACHINE


Filme original da Netflix mesmo com interessante abordagem da guerra com humor negro não engrena, Brad Pitt até se esforça em atuação segura mais trama baseada em livro pouco se difere de outros filmes que falam do mesmo tema com mais fôlego.


Baseado no livro The Operators: The Wild and Terrifying Inside Story of America's War in Afghanistan, de Michael Hastings, a trama é centrada em Glenn McMahon, um general do alto escalão do exército americano (Brad Pitt) cuja reputação e histórico letal o levam a comandar sua tropa da Guerra do Afeganistão. Determinado a ganhar a guerra de uma vez por todas com uma nova abordagem, o general e seus comandantes, ao lado de uma assessoria de imprensa, buscam aliados em todo o mundo por novas tropas e alianças internacionais, combatendo a política suja de Washington e a gestão da guerra em si. Desde o ótimo filme Três Reis de 1999 brotaram milhares de sátiras sobre a guerra e sua imbecilidade diante de um mundo tão complexo. A guerra é uma obsessão para os americanos e sua soberba de querer comandar o mundo, ter o controle. War Machine, nova produção original da Netflix busca inspiração em acontecimentos reais para satirizar com humor negro a presença das tropas americana no Afeganistão. Sem tocar muito na ferida da culpa dos americanos na morte de milhares de civis ou na destruição causada por eles, só mostra o quanto o longa foge do próprio debate que ele propõe. Se como filme de guerra não funciona, mesmo um pouco fora de tom Brad Pitt acaba sendo o principal destaque do longa, sem a imagem de galã ou herói, o ator consegue transitar bem entre o humor e a seriedade das situações vividas pelo personagem. A principal falha é não dar foco aos fatos retratados distraindo o espectador com o humor que raramente pega, os coadjuvantes de luxo que são mal aproveitados, a visão jornalística dos fatos é abordada de forma vaga e tudo isso somado deixa todo seu desenvolvimento sem impacto nenhum. A repetição do tema durante os anos deixam a trama sem fôlego e os poucos momentos de tensão também não engrenam. Dessa vez a Netflix não conseguiu aproveitar toda sua mídia para apresentar uma obra memorável e que com certeza será esquecida e somente lembrada pelos fãs de Brad Pitt, tanto que o filme chega ao catálogo do streaming sem burburinho. 


  
Hype: FRACO

CINEMA - PIRATAS DO CARIBE - A VINGANÇA DE SALAZAR


SINOPSE:  O azarado capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) encontra os ventos da má sorte soprando mais fortes quando um grupo de perigosos piratas fantasmas liderados por seu antigo inimigo, o terrível Capitão Salazar, escapa do Triângulo do Diabo determinado a matar todos os piratas do oceano, inclusive ele. A única esperança de sobrevivência de Jack é a busca do antigo Tridente de Poseidon - um poderoso artefato que dá ao seu possuidor o controle total dos mares.

HYPE: FRACO


Novo filme da franquia Piratas do Caribe é o mesmo filme contado pela quinta vez. Bobo e sem graça, história beira o marasmo da falta de criatividade e atuação preguiçosa de Johnny Depp só mostra que a fórmula se esgotou!       


Nem a Disney esperava que Piratas do Caribe fosse tão longe. Quando lançado em 2003, o interessante Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra foi um sucesso espetacular, tendo em vista que filmes sobre piratas dificilmente alcançavam essa enorme repercussão além de mostrar um Johnny Depp criativo em apresentar um pirata divertido e cheio de trejeitos. Inspirada em uma das atrações dos parques da Disney rapidamente Piratas do Caribe virou franquia e caiu nas graças do público mesmo sem ter muito o que dizer e perdendo todas as qualidades nas inúmeras  e cansativas sequências. A Vingança de Salazar é uma nova história mas que bebe de todos os elementos das histórias passadas sem praticamente nenhuma surpresa, chega a ser constrangedor quando se percebe que o filme não tem nenhuma pretensão maior que ser um mero passatempo de Sessão da Tarde. O mais assustador é perceber que o principal personagem Jack Sparrow está aparentemente cansado e é interpretado por um Johnny Depp preguiçoso sem qualquer carisma ou até mesmo vontade de divertir o espectador. O casal coadjuvante da trama também não ajuda, sem sal, passa longe da boa química de Orlando Bloom e Keira Knightley. A história é esquecível e previsível e tem apenas como destaque o sempre atuante Javier Bardem como o vilão Salazar que infelizmente não tem todo peso assustador dos trailers de divulgação. No mais o filme é recomendado para quem realmente é fã de Piratas do Caribe e quem consegue se divertir com qualquer coisa sem se preocupar em ver/assistir a mesma história de sempre como se fosse uma atração fixa e repetida de um parque da Disney só que no cinema.


quarta-feira, 24 de maio de 2017

NETFLIX - DOCUMENTÁRIO - LAERTE-SE


  Documentário produzido pela Netflix mostra de uma forma bem humorada e ao mesmo tempo humanizada a interessante intimidade da cartunista Laerte e seu dia dia de questionamentos sobre como é ser uma mulher transexual no Brasil.     

Laerte passou quase 60 anos se expressando e sendo identificada como homem, até que decidiu revelar sua identidade de mulher transexual. Uma das cartunistas mais reconhecidas do Brasil, Laerte teve três filhos e passou por três casamentos. O documentário da Netflix acompanha uma investigação sobre o mundo feminino na intimidade do cotidiano. Durante uma reforma em casa, Laerte se pergunta sobre se deve ou não fazer um implante de seios: a partir desta questão, desenrola-se uma série de questionamento sobre o que é, afinal, ser mulherPrimeiro Documentário Brasileiro original produzido pela Netflix, Laerte-se é muito mais que um Doc. é um estudo do que pensa e vive uma das mentes mais criativa do Brasil. Laerte Coutinho já participou de importantes publicações no Brasil com Charges e com vários personagens criados, sempre explorando o bom humor fatos cotidianos. Sua vida ganhou imensa repercussão quando aos 57 anos de idade se revelou uma mulher transsexual. Sua vida então ganhou outro significado além da arte, buscou entender qual era o significado de sua mudança para as pessoas e como isso mudou seu jeito de ver a vida e entender as mulheres. A artista tornou-se cofundadora de uma instituição voltada a pessoas com a nuance de gênero de "Crossdressing"já que desde que se manifestou mulher transsexual começou a se comportar como tal inclusive nas entrevistas e em seu dia dia em casa. Mesmo sendo um tema bastante político e complexo o documentário é leve assim como a própria vida de Laerte, bastante simples e com uma simpatia e veracidade em tudo que é mostrado. Um dos pontos altos é a inclusão de charges durante o filme de uma forma que elas muitas vezes complementam a história. Sensível, humano e interessante, Laerte foi uma excelente escolha para a primeira produção documental da Netflix no Brasil.



HYPE: FORTE

CINEMA - REI ARTHUR - A LENDA DA ESPADA


SINOPSE:  Arthur (Charlie Hunnam) é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir, enfim, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern (Jude Law) que destruiu sua família.

HYPE: FRACO


Diretor Guy Ritchie erra a mão novamente e transforma o Rei Arthur em um super herói rodeado de clichés em trama previsível. Visual impressiona mas o exagero em quase tudo causa incômodo.       



O padrão Guy Ritchie de contar histórias tem seus altos e baixos. Filmes como Snatch: Porcos e Diamantes e Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes certamente ditaram o rumo da carreira do diretor e todos os outros filmes acabaram sendo influenciados ou comparados pelo seu jeito de contar histórias. Talvez o melhor equilíbrio em sua carreira tenha sido no mediano Sherlock Holmes. Em Rei Arthur - A Lenda da Espada essa formula "Cool" do diretor se mostra datada e enjoativa, no inicio do longa ao contar a trajetória do Rei Arthur até virar adulto ela funciona e depois apegado nos clichés mais básicos desse tipo de história (Traição na família, rei tirano e mau, de pobre a herói e muitos outros) o mais difícil e ter paciência de uma trama tão previsível. O visual somado aos efeitos em 3D talvez sejam os únicos atrativos além da edição ágil e trilha sonora que acompanha muito bem as cenas de ação. Por falar nisso, quando vão entender que cenas de ação precisam muito mais que efeitos grandiosos e poluição visual, precisa fazer sentido, coisa que em Rei Arthur em muitos momentos estão destoados do real propósito da história, essa que por sinal acaba sendo vazia a ponto de ser esquecida como praticamente todas as outras adaptações de Rei Arthur já realizadas, afinal, para quê ficar requentando histórias ano após ano e só mudando o jeito de contar. Não vejo muito sentido. Talvez funcionaria como jogo do Playstation mas como filme passa longe de ser bom.


CINEMA - O RASTRO


SINOPSE:  João Rocha (Rafael Cardoso), um jovem e talentoso médico em ascensão, acaba encarregado de uma tarefa ingrata: supervisionar a transferência de pacientes quando um hospital público da cidade do Rio de Janeiro é fechado por falta de verba. Quando tudo parece correr dentro da normalidade, uma das pacientes, criança, desaparece no meio da noite, levando João para uma jornada num mundo obscuro e perigoso.

HYPE: FORTE



Terror brasileiro tem visual impecável, atuações convincentes e mesmo com alguns problemas em sua narrativa consegue ser macabro e surpreende como opção em um mercado dominado por comédias.       



Os filmes brasileiros de terror infelizmente nunca engrenaram com o público local que sempre preferiram as obras estrangeiras, mesmo quando ruins. Na terra de Zé do Caixão as comédias e romances dominam as bilheterias e nem por isso deixamos de ter algumas obras interessantes. Quando eu era vivo, O Diabo mora aqui são alguns bons exemplos de um gênero que cada vez mais ganha repercussão devido a suas qualidades e deixa de ser filmes de "festival" para ser filme de circuito também. O que se percebe é a resistência a acreditar que a obra brasileira é capaz de assustar e ser macabro, um exemplo claro disso foi a série da Rede Globo Supermax, que mesmo sendo boa se viu um fracasso dentro do próprio nicho e pouco se difere em qualidade de obras como The Walking Dead e Supernatural por exemplo. Pena, o terror e suspense ainda é visto com bastante rigidez pela crítica e pelo público que desconfiam e exigem demais aonde não existe grandes exigências. Em O Rastro está tudo no lugar, elenco bem escolhido e no tom correto, boas doses de sustos com um som agoniante, visualmente interessante e bem feito. Com tantos atrativos ainda se observa o preconceito com o terror nacional e a falta de paciência da crítica e do público com esse caminho que precisa antes de mais nada de aceitação para o incentivo a novas produções. O caminho está sendo trilhado e O Rastro é sim um bom indicador do cinema de terror do Brasil mais pelas suas qualidades que pelos seus defeitos. 



sábado, 20 de maio de 2017

TV - UNBREAKABLE KIMMY SCHMIDT (TERCEIRA TEMPORADA)


Terceira Temporada da sitcom chega com "timing" perfeito de piadas, sobra até para Beyoncé com um episódio dedicado a Lemonade!, Crossover com Orange is The New Black e até La La Land, série continua alto astral e com ótimos personagens para guiar. 

Unbreakable Kimmy Schmidt  é uma série de comédia norte-americana, feita pela Netflix, criada e desenvolvida por Tina Fey Robert Carlock, que são também os produtores executivos, juntamente com David MinerEstrelada por Ellie Kemper e Tituss Burgess, o seu enredo centra-se numa mulher que temendo o apocalipse, é aprisionada por um pastor maluco num bunker durante anos e após ser resgatada, recomeça a sua vida na Cidade de Nova IorqueComédia da Netflix se firma em Terceira Temporada menos afobada e concentrada nos seus maiores méritos, os personagens irreverentes com as piadas ácidas sobre a ostentação e o mundo pop. Séries de Comédia, conhecidas nos EUA como Sitcom, que traduzido para o português seria algo como comédia de situação, ganhou relevância quando Seinfeld e Friends ganharam o mundo e o coração dos espectadores apenas mostrando o dia dia de seus personagens. De lá pra cá o gênero se banalizou um pouco e poucas séries conseguiram sucesso de público e critica. O comum já não traz aquela risada automática de antigamente. Foi preciso as séries pensarem no texto e contexto para chamarem a atenção de uma sociedade cada vez mais hiperativa. Inicialmente quando surgiu em 2015, UKS tinha tudo para ser mais uma dessas séries querendo chamar a atenção do público fazendo gracinha, mesmo com sua história interessante e cheia de gags maravilhosas, a série era um pouco apressada e dificultava um pouco o entendimento das piadas, principalmente do público mais comercial que está acostumado a sitcons como The Big Bang Theory e outras que se concentram basicamente nas tais situações de seus personagens e na autoreferência de esteriótipos. UKS além de ter esses personagens coadjuvantes de destaques ainda possui uma metradora de referências pop e piadas que se borbulham na tela junto com a tal comédia de situação. Mérito também para Tina Fey que certamente observou que o público alvo que consume Netflix quer muito mais que uma comédia de situação, quer rir de boas piadas e de personagens que chocam justamente com esse esteriótipo da TV americana, mesmo em partes querendo fazer parte dele também. Os episódios são curtos e possui uma sinergia entre eles, as piadas com o mundo pop continuam afiadas e cada vez mais se percebe uma evolução dos personagens e o texto dá tempo maior para compreender as referências pop. Se rir é o melhor remédio, receito Unbreakable Kimmy Schmidt.   




MEU HYPE: FORTE

sexta-feira, 19 de maio de 2017

TV - FEUD (PRIMEIRA TEMPORADA)


RAIO X: Feud acompanha as grandes rivalidades reais da histórias, com um novo conflito por temporada. Nesta Primeira Temporada acompanhamos Joan Crawford (Jessica Lange) e Bette Davis (Susan Sarandon) dois nomes muito conhecidos, não somente por suas carreiras nas telonas, mas também pela lendária rivalidade que existe entre elas. Desavenças à parte, as duas resolveram se unir em 1962 para estrelar em um filme, que mais tarde seria aclamado pelas crítica. A tensão entre as duas, no entanto, é só um exemplo do que há nos bastidores. O mundo dos famosos é ainda mais agitado.



PRIMEIRA TEMPORADA (FOX) 



MEU HYPE: FORTE



Rivalidade histórica de duas grandes estrelas do cinema, Joan Crawford e Bette Davis rendem a Ryan Murphy mais uma antologia de sucesso e brinda o espectador com uma temporada arrebatadora e brilhante.

Não há como negar que Ryan Murphy é um Produtor/Diretor com bastante faro na indústria da TV. Com os sucessos de Nip Tuck e Glee já encerradas surgiram outras histórias que permanecem ativas como American Horror Story, American Crime Story e o próprio Feud, que já tem Segunda Temporada confirmada. Em tempos em que constantes adaptações de HQ, Filmes e retorno de séries canceladas invadem a TV, o produtor investe na criatividade para contar histórias que aguçam a curiosidade do espectador e traz atuações inspiradas de seus artistas. Após chamar muita atenção com a excelente temporada de American Crime Story - The People V.S OJ Simpson que contou em detalhes a conturbada história de O.J Simpson e ganhou inúmeros prêmios, novamente ele mexe em um grande mistério, a interessante rivalidade de duas grandes atrizes de Hollywood que foram do estrelato ao fundo do poço e tumultuaram os bastidores dos grandes estúdios na década de 60. Mais que contar uma fofoca de bastidor, FEUD (que traduzido ao português seria algo como rixa) é uma aula de Cinema, mesmo sendo na TV. Jessica Lange e Susan Sarandon estão excepcionais e certamente vão tomar conta das próximas premiações. As interpretações beiram a perfeição e até na releitura de cenas clássicas se confundem com as originais. As atuações tem bastante sentimento e dificilmente o espectador não se sensibilizará com as duas. O clássico filme O Que Terá Acontecido com Baby Jane é o principal foco da história pois foi o momento que mais se acentuou a rixa entre elas. Em apenas 8 episódios muito bem desenvolvidos somos transportados a esse universo de uma época em que Hollywood enaltecia o ego de suas divas assim como alimentava a insegurança de quem envelhecia e perdia mercado para as atrizes mais novas. Acompanhar a decadência delas é triste e comovente, não é uma história sobre brigas e fofocas e sim sobre duas figuras que cada vez mais são admiradas pelo talento e particularidades que as rodearam em meio a uma época que o Glamour cada vez mais dava espaço ao cinema comercial. Sem dúvidas o último episódio é um dos melhores momentos da TV esse ano em abordar a solidão de uma figura pública com uma pitada de melancolia e David Lynch.  


CINEMA - A AUTÓPSIA


SINOPSE:  Tommy Tilden (Brian Cox) e Austin Tilden (Emile Hirsch), seu filho, são os responsáveis por comandar o necrotério de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Os trabalhos que recebem costumam ser muito tranquilos por causa da natureza pacata da cidade, mas, certo dia, o xerife local (Michael McElhatton) traz um caso complicado: uma mulher desconhecida foi encontrada morta nos arredores da cidade - "Jane Doe", no jargão americano. Conforme pai e filho tentam descobrir a identidade da mulher morta, coisas estranhas e perigosas começam a ocorrer colocando a vida dos dois em perigo.

HYPE: FRACO


Suspense  com bom argumento acaba trilhando lugar comum mesmo em atmosfera interessante que remete aos filmes de terror dos anos 80. Boas sacadas são desperdiçadas e tornam o filme mais do mesmo.       


Filme quase independente mesmo contando com dois atores de peso, A Autópsia investe na formula básica de suspense tanto explorada em milhares de filmes do gênero. O filme se passa todo praticamente no necrotério e isso não chega a ser ruim, a atmosfera criada lembra muito os bons filmes da década de 80 e 90 quando uma boa ideia valia muito mais que investimento milionário dos estúdios. As cenas da tal Autópsia são bem produzidas e o filme até tem boas cenas suspense mesmo com grande perda de tempo em tentar criar vinculo aos personagens e falha bruscamente em se desfazer rapidamente de todos argumentos criados. O que mais deixa a desejar é justamente isso, boas sacadas sendo desperdiçadas e personagens que são muito mal aproveitados. A necessidade de achar explicações também incomoda. Escolhendo o caminho mais fácil o filme se torna previsível e perde todo impacto gerado pela interessante Autópsia e pela atuação consistente de Brian Cox sendo mais do mesmo e assustando muito menos do que poderia. Saudades dos grandes filmes de terror dos anos 80 aonde a pretensão passava longe do terror e o charme era justamente a atmosfera de Filme B sem o politicamente correto de encontrar lógica em eventos sobrenaturais que invadiu o terror nos últimos filmes.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

TV - SENSE 8 (SEGUNDA TEMPORADA)


Mesmo sem o tom filosófico da Primeira Temporada a série continua interessante, atual e globalizada. Mais ágil que a primeira, quase tudo se resolve e Segunda Temporada pode ser o inicio do fim.


Série criada por Andy e Lana Wachowski em parceria com J. Michael Straczynski. A trama acompanhará oito pessoas espalhadas pelo planeta que estão conectadas por uma visão telepática muito violenta. Cada episódio acompanhará a história de um personagem diferente enquanto uma corporação tenta uni-los e outra tenta matá-losOusada desde sempre, Sense 8 chegou com bastante burburinho em 2015 e bastante merecido. Depois de um longo intervalo após sua intensa Primeira Temporada e de um episódio especial de Natal (Entediante) a série retorna com bastante intensidade. Desta vez não se precisa de apresentações e muito menos de ligações como no debut, já sabemos quem são os sensates e qual ameaça pode atrapalhar a vida deles. No meio desse desenvolvimento e bastante explicações se perde também a filosofia que é marca registrada de seus diretores que são muito conhecidos por Matrix, clássico do Sci-fi. A ousadia também é deixada um pouco de lado a ganha tom político e sentimental, não que isso seja ruim, os melhores momentos dessa temporada está justamente na resolução dessas questões emocionais dos personagens. Temos a tão comentada cena gravada em SP na Parada Gay ano passado que perde um pouco de impacto com os cortes da edição. A trilha sonora também deixou a desejar com poucas novidades. As cenas de ação cresceram bastante e a série se movimenta bastante até seu clímax final que sem dúvida já entrega que está chegando próximo ao fim. Diante tanto barulho causado por suas inovações e sacadas maravilhosas como uma mais do que justa globalização de personagens e lugares e de mexer com temas atuais e relevantes, Sense 8 continua sendo um alivio entre seriados que permanecem presos em uma fórmula já desgastada de história.


MEU HYPE: MÉDIO

CINEMA - CORRA!


SINOPSE: A história é centrada em um jovem afro-americano que visita a casa da família de sua namorada branca e acaba envolvida em uma trama sinistra de conflito racial. 

HYPE: MÉDIO

Suspense psicológico brinca com absurdo e cria tensão com questão racial e social de seu protagonista. O mérito é conseguir criar interesse mesmo sendo bastante previsível em sua resolução.      


Em parte, o suspense é um gênero que depende muito da expectativa do público em comprar a ideia de seus realizadores. Nesse sentido, Corra! (Get Out) conseguiu se vender muito bem até mesmo pelo potencial de sua história que aborda temas que ainda hoje em dia geram bastante discussão. Essas questões raciais e sociais abordadas no filme geram longo debate e chamam bastante atenção do espectador quando você se coloca no lugar daquela pessoa em questão. O impacto do filme se perde um pouco o impacto devido a grande demora do filme a chegar no Brasil, meses após a estréia nos EUA aonde foi um enorme sucesso e depois de vazar facilmente na internet. O clima assustador dos primeiros atos lembra bastante aqueles clássicos de terror aonde o suspense era muito mais sentimental do que imagens fortes com som alto. Porém, o próprio clima de suspense criado em torno da história se desfaz quando percebemos que o grande mistério do filme é bastante comum e de pouco impacto diante a todo clima criado. Mesmo assim o mérito do sucesso do longa foi com muito pouco recurso e uma boa ideia criar um longa de suspense de bom nível de tensão e enganar quem esperava muito mais do que os produtores tinham a oferecer.

 

TV - BATES MOTEL - (QUINTA TEMPORADA)


RAIO X: Bates Motel é o prelúdio contemporâneo do filme de Alfred HitchcockPsicose (1960). Com a morte do marido, Norma Bates (Vera Farmiga) compra um motel em uma pequena cidade para recomeçar a vida ao lado do filho Norman (Freddie Highmore). Os dois mantêm uma complicada e intensa relação que fez de Norman um assassino em série na idade adulta. A trama conta como Norman Bates  desenvolveu seu lado sombrio e psicótico entre a infância e a adolescência, explicando como o amor de sua mãe, Norma, ajudou a moldar um dos mais conhecidos maníacos da história do cinema.

QUINTA TEMPORADA (ÚLTIMA) SEASON FINALE

MEU HYPE: MÉDIO

Seriado termina com temporada intensa e com grande mudança em relação a Psicose. O saldo é positivo mesmo com altos e baixos. O foco da história é a relação entre mãe e filho e como isso pode ser extremamente macabro além de exaltar o poder da obra de Hitchcock.


Sucesso de público e de crítica, chegou ao fim o seriado Bates Motel. Sem dúvidas abrindo uma grande questão, existem histórias que por mais fechadas que estejam no cinema podem render na TV novas perspectivas e atingir novo público. Quanto a série, o mais interessante é que Bates Motel entra dentro de Psicose sem copiar o longa clássico de 1960. Na verdade houve uma grande mudança na narrativa em relação ao filme. O foco é a relação entre mãe e filho. O elenco agradou com a ótima Vera Farmiga como Norma Bates e Freddie Highmore como Norman Bates. Uma das grandes polêmicas foi a inclusão de Rihanna como a clássica personagem Marion Craine que no filme original foi interpretado por Janet Leight. O seriado foi muito bem aceito e a mudança em Bates Motel foge por exemplo da tumultuada e fracassada refilmagem de Psicose de 1998 de Gus Van Sant. A série pecou um pouco no desenvolvimento pois em 50 episódios houve bastante freio nos eixos principais e dando foco em coadjuvantes inexpressivos. O final chegou totalmente modificado da obra original e sem "spoilers" podemos dizer que obteve sucesso em alguns aspectos e deixou a desejar em outros, como apressadamente entregar o que o público queria ver antes do clímax final, o penúltimo e último episódio da temporada são bastante previsíveis e sem nenhum impacto mas nada que afete tudo que já havia sido feito. No geral uma serie de suspense que é indicada a quem já se identifica com o universo de Psicose e se despede dos espectadores deixando saudades dos momentos memoráveis e de episódios marcantes exaltando todo poder que a obra de Hitchcock ainda possui mesmo depois de anos.  Com o fim do seriado o Canal A&E decidiu encerrar a produção de seriados já que Bates Motel foi seu grande sucesso e o canal não emplacou mais quase nada além dos famigerados Reality Shows. Pena. Provavelmente não será a última série a pegar carona em Longa Metragem de sucesso, aguardem enxurradas de séries similares em outros canais.


sábado, 13 de maio de 2017

CINEMA - ALIEN - COVENANT


SINOPSE: A tripulação do navio-colônia Covenant, ligada a um remoto planeta no lado distante da galáxia, descobre o que eles acreditam ser um paraíso inexplorado, mas na verdade é um mundo escuro e perigoso.

HYPE: FRACO

Em filme confuso que mistura a franquia Alien com Prometheus história fraca compromete o resultado final, funciona pouco como filme de Ação e o que sobra é insuficiente para chegar próximo ao que representa o universo Alien.     


Em uma franquia que estava praticamente morta e esquecida, Prometheus em 2012, prelúdio de Alien serviu como um alivio aos fãs e deu uma gás necessário para a renovação da história. Quando se esperava que houvesse um complemento do que foi abordado no Prelúdio o estúdio Fox decide realizar uma continuação de Alien e abordar o que foi dito em Prometheus. Essa mistura talvez tenha invocado um filme que praticamente destrói o que foi construído para buscar outro caminho e isso se confunde muito durante o filme que infelizmente é bastante previsível. Ridley Scott está irreconhecível e passa longe dos momentos bons de sua carreira. Para piorar novamente entro na questão de qual a necessidade de colocar cenas importantes do longa já no trailer e revelar importantes surpresas ao expectador!? Existem formas muito mais criativas de divulgação de um longa que colocar Spoilers nos trailers, fato esse que incomoda um pouco no filme, quase tudo foi mostrado nas divulgações e o filme pouco oferece além disso. Os Aliens estão bem limitados, os personagens desinteressantes. Difícil explicar a existência desse filme assim como de outros caça niqueis que só querem ganhar muito dinheiro em cima de franquias de sucesso do cinema. Para os fãs fica a doce tortura de mais um filme ruim na Antologia Alien.

 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

CINEMA - GUARDIÕES DA GALÁXIA VOL.2


SINOPSE: Guardiões da Galáxia 2 continua a aventura do grupo, enquanto eles ultrapassam os limites do cosmos. Os Guardiões precisam lutar para manter sua recém descoberta família unida, enquanto descobrem os mistérios sobre o verdadeiro pai de Peter Quill. Antigos inimigos se tornam aliados e personagens conhecidos e amados dos quadrinhos virão ao auxílio dos nossos heróis, enquanto o Universo Cinematográfico da Marvel continua se expandindo.

HYPE: FORTE

Em filme visualmente impressionante, despretensioso e de ritmo acelerado, heróis ganham personalidade em aventura que agrada aos fãs e brota cultura pop de todos os lados. Nunca a Marvel esteve tão a vontade em uma franquia como agora.     


O universo cinematográfico da Marvel ganhou um gás quando decidiram levar as telas os heróis de Guardiões da Galáxia em 2014 superando assim o desgaste natural de seus medalhões nas telonas. Os méritos também vão para o diretor James Gunn que tanto no filme original como nesta continuação conseguiu tornar realidade um universo de personagens interessantes com grande dificuldade de serem adaptados ao cinema. Com todas as apresentações já realizadas no filme de 2014 e esse Volume 2 já chega a todo vapor com uma sequencia após a outra de muita ação e boas piadas de seus personagens. Os efeitos especiais assim como em Doutor Estranho são impressionantes e ganham mais destaque em telas grandes como IMAX e XD e com os efeitos 3D que mesmo convertidos são muito bons. A história do filme mesmo tendo uma lógica obvia de acontecimentos tem um arco interessante ao apresentar novos personagens e valorizando cada personagem da franquia que em determinado momento ganha destaque,  o personagem Groot rouba a cena em todos os momentos, muitas participações especiais divertidas embalados novamente por uma trilha sonora charmosa com hits antigos e muitas cores e referências ao universo Marvel. O Tom dramático do final é necessário para trazer esses personagens um pouco de humanidade. Novamente o que deixa a desejar é a dificuldade da Marvel de criar vilões memoráveis e novamente o vilão deste filme pode decepcionar quem espera algo maior. A longa duração do filme não atrapalha em nada a diversão, só que as cenas pós créditos deixaram um pouco a desejar. Com tantos filmes de heróis sendo adaptadas os Guardiões da Galáxia continuam se destacando.