terça-feira, 31 de dezembro de 2019

BEST OF 2019 - TV e Streaming


Chegou a hora de apresentar o que mais gostamos na TV/Streaming em 2019!

:: SÉRIE DO ANO ::

CHERNOBYL - (HBO) - Minissérie


Produção lida com uma difícil e assustadora tragédia real de maneira detalhada e dramática. O roteirista e criador Craig Mazin e o diretor Johan Renck viajam no acontecimento para intensificar a trama. É provável que uma pessoa que conhece profundamente o ocorrido vai reparar alguns pontos de desvio mas que não atrapalham essa visão cinematográfica. A produção virou uma sensação em 2019, foi amplamente aclamada pelo público e pela crítica e instigou fãs a procurarem mais fatos sobre o que realmente aconteceu na usina nuclear em 1986. Começa como recreação visceral e gráfica e termina como um colapso sistemático das limitações de um governo que esconde segredos mórbidos sobre o ocorrido. Certamente um marco na TV. Mistificadora e enterrada em pavor existencial.

2. FLEABAG (AMAZON PRIME VIDEO) - Temporada Final


O seriado que foi consagrado pelo Emmy em 2019 é uma produção contagiante, inteligente e cheia de personalidade. Um dos maiores dramas da série é a relação de Fleabag com sua falecida melhor amiga e um porquinho da índia. Outra interação incrível que acontece com Fleabag é quando surge um padre na história para fazer o casamento de seu pai e sua madrasta. Fleabag é uma série curta e com poucos episódios, seus temas trazem por trás do humor o sentimento de angústia, solidão e sofrimento. O humor é uma estratégia de defesa, seja para lidar com os problemas da vida ou para fingir que está tudo bem. Difícil resistir a essa personagem e toda a atmosfera da série.

3. EUPHORIA (HBO) - Primeira Temporada


Seriado tem temporada inicial avassaladora, promissora e empolgante. Uma metralhadora de assuntos delicados com uma abordagem refinada, atual e bastante interligada com essa geração. A primeira série "teen" do canal HBO em anos, se entrega em um universo incrível de personagens, todos com sub-camadas e reflexões sobre o direcionamento de sua vidas. Com Primeira Temporada bastante focada na apresentação dos personagens e seus problemas, ficaram muitas pontas soltas para os futuros episódios e ainda sobrou tempo para um episódio final tenso e emocionante.

4. THE HAINDMAID'S TALE - (HULU) - Terceira Temporada


Terceiro ano da série demarca território em seus horrores e se consolida na esperança de uma revolução. Essa temporada começou forte e continuou a dar sequência a história que traz pontos significativos sobre o patriarcado, o direito das mulheres, fascismo e religião, embora o material baseado no romance já tenha se esgotado na 1ª temporada da trama. A Terceira Temporada chegou ao fim se mantendo como uma das tramas mais interessantes para se ver na TV atualmente, mesmo com uma certa preguiça em sua continuidade e andando em círculos em alguns momentos, é uma história complexa e cheia de nuances.

5. WATCHMEN - (HBO) - Primeira Temporada


A série tem como premissa explorar o mesmo universo perverso e corrompido introduzido por Alan Moore e Dave Gibbons nos quadrinhos, com influência da adaptação de Zack Snyder, mas sob a ótica de novos personagens. O grande destaque é a excelente produção que caprichou na identidade visual e na recriação do ambiente já explorado anteriormente. É um mundo cínico e sombrio, um prato cheio para teorias de conspiração. Embora a premissa seja mexer com novas criaturas, é difícil dissociar Watchmen de Rorschach, Coruja, Comediante, Espectral, Doutor Manhattan e Ozymandias. A série tem alguns momentos empolgantes e várias referências para os fãs. Começou morna e pega fogo na metade final.

6. DESVENTURAS EM SÉRIE - (NETFLIX) - Temporada Final


A série das desventuras dos órfãos Baudelaire chega em sua Terceira e última temporada com um final digno para uma ótima adaptação realizada pela Netflix. A famosa saga de livros encontrou seu lugar na TV graças a um trabalho impecável de produção e um elenco carismático que conta com uma atuação inspirada de Neil Patrick Harris como o vilão Conde Olaf além de ser uma fantasia agradável de se assistir. Cada livro adaptado de "A Series Of Unfortunate Events" se divide em 2 episódios, onde cada história é como se fosse um filme de 2hs. O tom melancólico e o humor aliado a sua fotografia fantasiosa faz o seriado ser deslumbrante e cativavante.

7. SE EU FECHAR OS OLHOS AGORA - (GLOBOPLAY) - Minissérie


Produção da Globo surpreende em qualidade e conteúdo com realização caprichada, elenco inspirado e história bastante estimulante baseada no romance homônimo do autor e jornalista Edney Silvestre. Com trama de época que se passa na década de 60 e cheia de bela nostalgia, o expectador tem a garantia de uma representação de época repleta de referências interessantes, seja na simplicidade ou no luxo de sua cenografia e fotografia impecável. O elenco é responsável por alguns dos pontos mais altos da obra. A minissérie sabe como poucas, combinar personagens cativantes, suspense policial, contundentes críticas sócio-políticas e entretenimento de alto nível.

8. BONECA RUSSA - (NETFLIX) - Primeira Temporada


Série da Netflix surpreende em se despreender da própria proposta e se deixar levar pela brincadeira já bastante utilizada de voltar no tempo e suas consequências. Sua bonita estética somado a uma esperta trilha sonora combinam perfeitamente com a direção de Amy Poehler incorporando um ar simpático-blasé. A analogia a boneca russa Matrioska que na tradição do país significa "longevidade" só ressalta que estamos diante a uma produção muito antenada no que propõe e com teorias que podem resultar em novas temporadas tão empolgante como essa.

9. UNBREAKABLE KIMMY SCHMIDT - (NETFLIX) - Temporada Final


Temporada final da "sitcom" criada e desenvolvida por Tina Fey e Robert Carlock para a Netflix não ganhará novos episódios e se despede como começou, hiperativa, divertida e atual porém engolida pela enxurrada de produções da gigante do streaming. Estrelada por Ellie Kemper e Tituss Burgess, Unbreakable Kimmy Schmidt foi  uma das primeiras produções originais da Netflix e certamente ficará marcada por tal feito. Essa comédia de absurdos fará falta em um mundo de risadas organizadas e politicamente corretas.

10. THE BOYS - (AMAZON PRIME VIDEO) - Primeira Temporada


Série da Amazon é uma adaptação de um excêntrico HQ com bom potencial de sobrevida. O ponto focal desta primeira temporada é a famosa reunião de heróis chamada The Seven, quase uma paródia da Liga da Justiça da DC, com heróis de egos inflados e longe de serem pacíficos. Em um ano que os holofotes ficaram centrados em Watchmen, é uma série que zoa desse universo com todas as ferramentas para se destacar com vida própria.

OUTRAS PRODUÇÕES DA TV E STREAMING QUE NOS AGRADARAM EM 2019: SEX EDUCATION (Netflix), COISA MAIS LINDA (Netflix), SANTA CLARITA DIET (Netflix), BIG LITLE LIES (HBO), STRANGER THINGS (Netflix), BLACK MIRROR (Netflix), GAME OF THRONES (HBO), SPECIAL (Netflix), SEGUNDA CHAMADA (Globoplay), THE TWILIGHT ZONE (Amazon Prime Video), GOOD OMENS (Amazon Prime Video)e MODERN LOVE (Amazon Prime Video).

NOS VEMOS EM 2020!


segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

BEST OF 2019 - Música


Chegou a hora de apresentar os 20 álbuns que mais gostamos de 2019 de uma lista enorme do que escutamos neste ano.

:: ÁLBUM DO ANO ::


BILLIE EILISH" "When we fall asleep, where do we go?"

O ano foi dela, com uma história peculiar a jovem de 17 anos que conquistou a internet lançou seu primeiro e empolgante álbum de estréia. A cantora praticamente dominou as paradas musicais e alcançou sucesso nas principais plataformas digitais. Sua estética visual remete aos jovens que convivem com depressão e a pressão pelo glamour e sucesso. Elogiada por várias frentes da música, não há como resistir a cantora teen e seu retrato de uma nova geração "blasé" e espertamente consciente que é necessário cuidado aos excessos. A cantora usa bem sua metáfora de conto de fadas de um jovem conectado ao mundo por meio da internet e muitas vezes avesso a própria realidade e a sociedade. "When We Fall a Sleep Where Do We Go?" possui deliciosas canções Pop como "Bad Guy", "Burry a Friend", "When the Party's Over" e "Xanny" e dominou 2019 com bastante propriedade.

2. FONTAINES D.C - "Dogrel"


O grande destaque entre os lançamentos de rock do ano foi  a estréia contagiante dos irlandeses do Fontaines D.C com um disco praticamente perfeito em que guitarras cortantes e melodiosas se juntam para saudar as melodias agressivas do punk, consturadas com poesia e mostrando que o gênero será sempre relevante independente da época. É uma carta de amor para Dublin, o sotaque do cantor Grian Chatten atua como um dedo médio para quem diz que sotaques regionais não funcionam. O álbum em si é uma mistura de singles lançados anteriormente (regravados para o álbum e com um som melhor) e material novo. "Hurricane Laughter" e "Too Real" permanecem poderosos. "Roy's Tune" e "Dublin City Sky" são lindos e nostálgicos, às vezes até genuinamente comoventes e "Sha Sha Sha" é uma canção chiclete e viciante.

3. THOM YORKE - "Anima"


Terceiro álbum solo de vocalista do Radiohead é um deleite eletrônico e sentimental. Uma poesia sobre a solidão urbana e o cotidiano cada vez mais vazio. O trabalho contempla nove faixas em uma mistura sólida de batidas eletrônicas e melodias com poesias e distopia na substância dos sons que o cantor traduz como uma moderna sinfonia que aguça os sentidos e questionam a realidade. "Anima" vem de uma palavra latina que significa "alma", muito presente nas novas composições, a abordagem assintomática de sensações e vibrações nem sempre expostas voam na imaginação e nos sonhos de maneira positiva sem se abalar pelas desilusões de uma vida "industrial". Não é um trabalho que vai te levar para baixo, é uma obra que pode gerar reações emocionais e até mesmo uma meditação.

4. PROFISSÃO DE URUBU - "Na Sombra"


Segundo disco da banda revelação brasiliense é um dos trabalhos mais bonitos de 2019. Com um som repleto de criatividade sonora e extraindo o melhor da nossa música popular, o trabalho é um convite a conhecer a banda e todo seu trabalho com inspirações claras a  Chico Buarque e Tom Jobim. O álbum demonstra a maturidade de uma banda pronta para cair no gosto popular em belas composições, com letras cuidadosas e belas melodias em um misto de tristeza e alegria. Um álbum excepcional.

5. CAGE THE ELEPHANT - "Social Cues"


O quinto álbum de estúdio da banda de rock americana é intenso e incorpora uma das bandas mais interessantes em atividade. O álbum passa pela turbulenta trajetória de seu vocalista Matt Shutz, onde cada palavra traduz angustias, desabafos e sofrimentos. Coração partido, ascensão e desilusão com a fama, pressões da indústria musical, medos, incertezas e revoltas, tudo se mistura a um som de conceito sombrio e que se destaca por sua atmosfera problemática. Um trabalho que mergulha fundo na escuridão em canções de sonoridade ampla e acessível.

6."THE CHEMICAL BROTHERS" - "No Geography"


O nono álbum dos britânicos que são grande referência das pistas eletrônicas, traz uma vibe instrospectiva, o trabalho no agregado é uma mistura de sons que movimentam a pista de dança ou faz dela um lounge delicioso e misterioso. A ideia era fazer em "No Geography" música como eles costumavam fazer antes da modernidade, essa inspiração é bem vinda e quem acompanha a carreira deles perceberá como o grupo permanece relevante. As vibrações das músicas tem uma lembrança de uma época mais criativa na música eletrônica com baterias eletrônicas e barulhentas, sintetizadores e um som típico que agitava as raves. Não chega a ser o melhor trabalho deles mas captura a essência e a emoção de maneira eficiente e com a identidade marcante do grupo.

7. "VAMPIRE WEEKEND" - "Father of The Bride"


Em trabalho ousado, grupo americano incorpora seu estilo em uma mistura de influências musicais com complexidade e talento em sinergia com variados estilos musicais e alinhado com o mundo. Disco apresenta uma banda madura e exige vontade do ouvinte pois cresce a cada audição mediante a uma criatividade musical repleta de frescor. A banda segue dentro de seus parâmetros na criação de músicas que podem ser ouvidas por quem aprecia diversos gêneros sem se apegar somente ao Indie Rock. O Quarto álbum da banda é um trabalho para a contemplação e se destaca pela qualidade técnica, inclusive o álbum se tornou o terceiro trabalho da banda a atingir o topo das paradas e figura entre os trabalhos de rock com maior visibilidade em 2019.

8. SUPERVÃO - "Faz Party"


Primeiro álbum da banda gaúcha traz manifestação e experiência sonora empolgante. A banda faz um som espertamente classificado como uma transformação de diferentes intensidades seja com a desconstrução musical como a incorporação de estilos em uma tendência que vem sendo chamado carinhosamente de Neu Tropicália. Basicamente é uma música com melodias e ritmos brasileiros misturada a distorções características do rock, do indie psicodélico acrescentando beats de música eletrônica e experimentalismos. Uma estréia em grande estilo, musicalmente atraente e cheia de boas referências, a banda transita em diversas idéias de som com eficácia sem precisar de definições.

9. PAPISA - "Fenda"


Primeiro álbum do projeto oferece conforto e tranquilidade em belas canções. PAPISA já alguns anos chama atenção no meio alternativo, a paulista Rita Oliva e uma cantora, compositora e multi-instrumentista de voz suave que criou o projeto. Intitulado Fenda, o disco produzido e tocado quase inteiramente pela própria artista encontra na força da sensibilidade feminina versos marcados por um mergulho no existencialismo e a melodia amparada em uma melancolia acolhedora, em vários momentos se entregando quase ao psicodélico, principalmente pela presença de metáforas interessantes em suas letras. Um albúm delicioso de escutar.

10. FRIENDLY FIRES - "Inflorescent"


O trio de indie rock inglês sai do intervalo de oito anos com álbum para dançar esbanjando alegria e euforia afastando sentimentos ruins. Mesmo com uma certa bagagem fica claro nessa nova investida que a alegria do grupo está em produzir músicas dançantes. O álbum tem co-produção do Disclosure e só comprova a regeneração das músicas para um público cada vez mais exigente com a arte de dançar e viver boas sensações. São músicas que cumprem bem seu papel sendo inofensivas porém bem trabalhadas e que crescem a cada audição. Serve para a pista de dança, para um lounge ou simplesmente para evocar boas sensações.

11. SIGRID - "Sucker Punch"


A cantora norueguesa Sigrid é promessa da música já há bastante tempo e esse ano ela lançou seu primeiro álbum de estúdio. "Sucker Punch" não é perfeito, mas sem dúvidas é uma obra coesa, honesta e recheada de refrãos bem construídos e pegajosos. Sigrid é enérgica mesmo tratando de temas como desilusões, cotidiano e a não adaptação ao convencional, sua forma de compor as canções é interessante trazendo descrições de cenas, pessoas e lugares. O álbúm não tem um grande hit, mas "Strangers" tem um explosão irresistível  em seu refrão, outros destaques do trabalho é “Sucker Punch” e “Basic”. Um álbum muito gostoso de ouvir.

12. METRONOMY - "Metronomy Forever"


Grupo britânico apresenta sexto álbum com variações sonoras e intensa experiência musical. Musicalmente diferente do que a banda apresenta em trabalhos anteriores, Metronomy Forever soa como novidade, como uma mutação de gêneros que funcionam tanto quando você precisa de uma calmaria ou mesmo ser contagiado por vibrações dançantes. A banda corre riscos necessários, quebra expectativas e surpreende positivamente em canções que fluem com semelhança ao primeiro álbum da banda. Um som que agrada qualquer público com um toque elegante e bastante misturado de estilos e criatividade.


13. FOALS - "Everything Not Saved Will be Lost" Part 1. e Part 2.


O quinto trabalho de estúdio da banda de rock britânica foi dividido em duas partes com um forte mantra em cada canção que dá nome ao trabalho: "Tudo o que não for salvo será perdido".  O lançamento de dois álbuns em menos de seis meses superou muito bem as expectativas, a parte dois complementa a narrativa da parte 1, cada um com seu devido valor musical. Na parte 1 do trabalho há um toque intencionalmente mais silencioso e a parte 2 surge mais intenso e direto ao ponto. As canções continuam examinando a ansiedade do nosso atual estado político e os problemas decorrentes do isolamento intelectual. Um trabalho potente e envolvente utilizando o dramático e o autêntico.

14. TERNO REI - "Violeta"


O quarteto paulistano Terno Rei apresentou em Violeta uma sonoridade que flerta com elementos de lo-fi e dreampop, fugindo do lugar comum que a banda transitava. O grupo abraça de vez o pop, sem descartar o que já havia dado certo nos outros trabalhos, o álbum apresenta uma espécie de fusão entre tudo de bom que caracterizava a banda, como a alternação precisa dos tempos e o instrumental grave em meio a uma letra intimista em um conjunto alinhado ao som proposto. Um albúm consistente, leve e com estética sonora bem trabalhada.

15. KAKKMADDAFAKKA - "Diplomacy"


A banda de indie rock norueguesa é conhecida por sua energia contagiante e em alguns momentos tranquila já demonstrada em trabalhos anteriores. Diplomacy é uma espécie de alerta para uma sociedade cada vez mais dificíl de conviver, com canções que trabalham a sanidade mental e a pacificação entre os povos. Com um misto de percussão, sintetizadores e guitarras são acompanhados de rimas simples e percepção quase intuitiva de um trabalho leve, porém, promissor e maduro. O trabalho pode ser enquadrado como um euforia calma de um rock vibrante.

16. HOT CHIP - A Bath Full Of Ecstasy


Grupo veterano com quase 20 anos de carreira apresenta em novo álbum uma coleção de melodias agradáveis e dançantes que demonstram um fôlego extra em uma carreira consolidada e fora do mainstream. "Um banho cheio de êxtase" em sua tradução literal é a explicação mais certeira de A Bath full Of Ecstasy, precisamente o encontro dos dois estilos distintos já evidenciados pela banda em trabalhos anteriores, seja estilosamente quente e dançante ou friamente calculista e hedonista. O álbum é um dos trabalhos mais sólidos da banda e superando com sobra o último álbum lançado, o apagado porém agradável Why Make Sense? de 2015. A banda prova seu frescor como um bom vinho que melhora cada vez mais seu sabor com o passar dos anos.

17. MUNA - "Saves The World"


O trio de garotas de  Los Angeles lançaram seu segundo álbum com canções que libertam o pop do lugar comum, transitando entre a melancolia e os sintetizadores eletrônicos em um resultado amplo e livre de amarras. "Saves The World' é um trabalho que apresenta uma coleção de canções sobre desgosto e amor próprio, o single "Number One Fan"reintroduziu o grupo após mais de dois anos de folga como um hino emocionante para a autopreservação e indicando ao ouvinte para ele ser seu próprio fã número um. O trabalho tem todos elementos de um pop moderno e atual.

18. BOOGARINS - "Sombrou Dúvida"


A celebrada banda goiana de rock psicodélico apresentou seu quarto álbum gravado nos E.U.A despontando como uma das bandas mais interessantes da cena de rock independente brasileira. Sem se incomodar com o relativo sucesso, o grupo apresenta trabalho investindo em tudo que deu certo nos álbuns anteriores e implementando o lado "pop" do grupo aliado as misturas que são um misto de sons. A banda se firma com letras que flertam com o obscuro ao mesmo tempo que lançam estímulos ao ouvintes. O ideal é se entregar ao imaginário musical da banda e alinhar expectativas com uma viagem transcendental de melodias.

19. MARK RONSON - "Late Night Feelings"


O quinto álbum de estúdio do produtor musical britânico reforça seu talento em construir canções pop com energia e colaborações vibrantes de nomes de peso como: Miley Cyrus, Likke Li, Camila Cabello, Alicia Keys, King Princess e outros. O produtor que faz muito sucesso nas canções que produz, sua última produção "Shallow" se tornou o maior hit da carreira de Lady Gaga, só para citar o seu toque de midas no pop. Com canções para deixar a pista de dança mais emotiva e pensativa, repleta de saltos tristes e sonhos quebrados, as nuances melancólicas do trabalho dão ao álbum uma carga bastante satisfatória e avanços em uma carreira cada vez mais promissora e de estética adulta e contemporânea.

20. TWO DOOR CINEMA CLUB - "False Alarm"


O albúm é um conjunto de canções inofensivas permitindo a banda leves experimentações que agradam pela simplicidade. False Alarm é quase uma continuação de "Game Show" de (2016), o álbum mais fora da curva da banda. O trabalho é tão simples que se torna agradável, traz a banda tentando se afastar de amarras que fizeram seu último álbum não levantar vôo, assumindo riscos calculados e priorizando uma diversão minimalista porém admirável. As músicas crescem a cada audição e agrada pela simplicidade elegante.

Listamos outros álbuns que adoramos em 2019: TORO Y MOI - "Outer Peace", KAREN O & DANGER MOUSE - "Lux Prima", DEAD FISH - "Ponto Cego", MALIK DJOUDI - "Tempéraments", DIGITALISM - "Jpeg", MODESELEKTOR - "Who Else", THE FAINT - "Egowerk", !!! - "Wallop", "FUJIYA & MIYAGI - Flashback, HOLY GHOST - "Work", YEASAYER - "Fluttering in The Floodlights", LADYTRON - "Ladytron", THE NEW PORNOGRAPHERS - "In The Morse Code of Brake Lights", CASSIUS - "Dreams", SCALENE - "Respiro", KINDNESS - "Something Like a War", CHROMATICS - Closer to Grey, DERHUNTER - "Why Hasn"t Everything Already Disappeared", TIAGO IORC - "Desconstrução", LANA DEL REY - "Norman Fucking Rockwell", MELANIE MARTINEZ - "K12", BANG RAIDERS – "Horizons", THE CRANBERRIES - "In The End', FRANCISCO EL HOMBRE - "Rasgacabeza", ELZA SOARES – “Planeta Fome”, ARIANA GRANDEThank U Next,  BAIANA SYSTEM - O Futuro não Demora, PANDA BEAR - Buoys, LINIKER E OS CARAMELOWS -"Goela Abaixo" e BANKS - III.

Confira algumas das músicas que mais gostamos em 2019 na Nossa PLAYLIST - HypeList no SPOTIFY:



Confira também o "BEST OF 2019" do nosso Editor do blog Sérgio Ghesti:


Tem também uma pasta com os "HITHIS" de 2019:



NOS VEMOS EM 2020!


domingo, 29 de dezembro de 2019

BEST OF 2019 - Filmes


TOP 20 do “Meu Hype” - Filmes de 2019

Chegou a hora de apresentar os 20 filmes que mais gostamos de 2019 de uma lista enorme que assistimos neste ano. 

:: FILME DO ANO ::



CORINGA - EUA - "Joker" de "Todd Phillips" (Warner.Bros Pictures)

Dificilmente quando o ano de 2019 começou se previa que um filme da DC/Warner iria se tornar um dos filmes baseados em HQ de maior sucesso de todos os tempos e iria fazer tanto barulho na cultura pop e ainda meio que ofuscar a épica conclusão de Os Vingadores da Marvel. O comediante falido Arthur Fleck (Interpretado de forma magnifica por Joaquin Phoenix) se transforma no criminoso conhecido como Coringa, o maior e mais complexo vilão do Batman. Não é uma história nova, inclusive o personagem possui uma galeria de atuações marcantes que vai de Jack Nicholson a Heather Ledger, Phoenix conseguiu entrar forte no personagem. Mesmo sendo um filme de "Héroi" não é um filme de aventura ou ação e sua contemplação é extremamente pessoal além de não possuir elementos que o torne tão comercial como ele se tornou, vender esse filme era uma tarefa complicada e foi muito além das expectativas, principalmente pelo baixo custo de produção. Seu diretor Todd Phillips nem tinha tanto hype até então, seu trabalho é impecável no filme controlando bem cada momento. A carrreira de sucesso de Coringa começou com a vitória do prêmio máximo concedido pelo júri do Festival Internacional de Cinema de Veneza, o Leão de Ouro. Logo depois a crítica em sua maior parte adorou ou simplesmente julgou o filme perigoso demais devido as nuances de anarquia presente no personagem e ao momento turbulento que o mundo vive atualmente. Recentemente o filme atingiu a importante marca de 1 Bilhão de bilheteria mudial entrando no TOP 10 do ano de maiores bilheterias, ganhou indicações ao Globo de Ouro 2020 e tem forte possibilidade de chegar ao Oscar além de uma provável continuação prevista pelo estúdio devido ao grande sucesso. Um filme completo que consegue ser cinema da melhor qualidade e conversar com o personagem criado no quadrinho, rompe padrões em não ter um ritmo acelerado e mesmo assim deixar o expectador grudado na cadeira. Sem dúvidas é o filme do ano escolhido pelo Meu Hype.

2. PARASITA - Coréia do Sul - "Parasite" de "Bong Joon-ho" (Pandora Filmes)



Diretamente da Coréia do Sul, essa produção ganhou projeção ao ganhar o prêmio máximo no principal festival de cinema do mundo, a Palma de Ouro em Cannes, dirigido pelo aclamado diretor Bong Joon-ho, conhecido por produções independentes e ousadas como O Hospedeiro (2006) e depois por conquistar os EUA com O Expresso do Amanhã (2013) e por OKJA (2017), conseguiu surpreender o mundo com a história de uma família oriental que deseja a ascensão social em uma mistura de segredos e mentiras que geram as cenas mais icônicas do ano aliados a uma fotografia impecável recheado de suspense e tensão na medida certa. O filme vira o ano favorito nas principais premiações do próximo ano como o Globo de Ouro e o Oscar sendo o filme Internacional que mais agradou a crítica e o público em 2019, com bastante méritos, é um filme espetacular e surpreendente.

3. O FAROL - EUA - "The Lighthouse" de "Robert Eggers" (Vitrine Filmes)



Com estréia prevista nós cinemas para a primeira semana de 2020, o filme teve exibições no Brasil na Mostra de SP e também no Festival do Rio. O Meu Hype conferiu o filme em sua Cabine de Imprensa e gostou bastante da produção que tem performances intensas de Robert Pattinson e Willem Dafoe, o terror psicológico e também segundo filme do aclamado diretor de A Bruxa (2015) é um dos trabalhos mais bonitos e tensos de 2019. A trama de dois faroleiros numa ilha isolada ao largo da costa do Maine na década de 1890 é um filme intrigante e belo dentro do seu horizonte de tensão e solidão se tornando uma obra prima insana e imperdível para quem admira cinema em sua essência clássica.

4. BACURAU - Brasil - de "Kleber Mendonça Filho" e "Juliano Dornelles" (Vitrine Filmes)



O sucesso de Bacurau é a certeza que a resistência venceu qualquer barreira imposta pelo retrocesso do cinema no Brasil, Kleber Mendonça Filho que já havia chamado bastante atenção com as produções O Som ao Redor (2012) e Aquarius (2016) realiza um dos filmes mais interessantes dessa safra recente com variados estilos e metáforas que se misturam com crítica social, sarcasmo e uma narrativa ousada. O drama mesmo com ritmo contemplador tem ferramentas que fazem uma mistura de gêneros interessante e maluca. Contagiante e divertido, o filme também conseguiu sucesso em diversos festivais assim como conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2019, tornando-se o segundo filme brasileiro da história a ser laureado no certame geral, após O Pagador de Promessas (1962) de Anselmo Duarte. Foi um dos poucos filmes brasileiros a conseguir atrair multidões aos tradicionais cinemas de rua do Brasil. Vale ser apreciado como um western dos tempos atuais.

5. NÓS - EUA - "US" de "Jordan Peele" (Universal Pictures)



Segundo filme do realizador Jordan Peele (Corra!, 2017) representa um novo cinema americano que não se acomoda dentro de um roteiro, extraindo do expectador a experiência sensorial de sentimentos e ilusões, confundindo o que poderia ser um caminho confortável em uma viagem assustadora e reflexiva. O filme é como um quebra-cabeça sem oferecer conforto, em uma narrativa hipnotizante que flerta com o cinema de arte sem deixar de ser acessível a qualquer um, pode ser um suspense que se comunica com aquelas produções que não precisam de uma explicação lógica para ser empolgante e fazer pensar. Com o sucesso de bilheteria e as críticas positivas é um dos filmes comerciais mais interessantes de 2019.

6. GUERRA FRIA - FRA/UK/POL -"Zimna Wojna"/"Cold War" de "Paweł Pawlikowski" (Califórnia Filmes) 



Mesmo se destacando em 2018, o filme entrou em circuito nos cinemas do Brasil em 2019 acompanhado da enxurrada de prêmios e indicações importantes como no Oscar de 2019 que o filme emplacou três indicações: Melhor Diretor, Melhor Fotografia e Filme Estrangeiro. A produção se apresenta como uma linda poesia repleta de reflexões silenciosas, belas cenas musicais e interessante fotografia. Em resumo, é uma história de amor conduzida como um espetáculo artístico por Paweł Pawlikowski e sua demonstração de segurança na força da história que tem em mãos. O filme é um reflexo pós-apocaliptico de como uma guerra destrói a vida das pessoas e ainda assim há espaço para o amor. Os primeiros minutos do filme se tornam quase um convite a uma fúnebre tumba de sentimentos destruídos e complicados. Essa introdução musical já é sem dúvidas uma das inserções mais bonitas do cinema moderno. Imperdível.


7. A VIDA INVÍSIVEL - Brasil - de "Karim Aïnouz" (Sony Pictures e Vitrine Filmes)


Foi um ano difícil para o cinema nacional e nem precisa citar tudo que aconteceu e vem acontecendo, o retrocesso e a falta de apoio do governo gera enormes barreiras para quem deseja fazer cinema no Brasil. Mesmo nesse cenário tenso da vida real o melodrama de Ainouz chegou em sua primeira exibição conquistando o principal prêmio do Júri da Mostra "Um Certo Olhar" no Festival de Cannes. Além disso o filme coleciona prêmios em diversos festivais, elogios da crítica e uma distribuição nos EUA pela gigante Amazon. O longa foi o escolhido para representar o país entre os filmes internacionais na categoria de Filme internacional no Oscar 2020, mesmo não entrando já representa uma visibilidade enorme para o país, contando uma história que é o reflexo de uma cultura machista que infesta e interrompe a vida de muitas mulheres, não só no Brasil como em todo mundo. É um tema forte, complicado e que ganha um filme elegante e bem produzido além de um elenco qualificado. 

8. MIDSOMMAR – O MAL NÃO ESPERA A NOITE – EUA - “Midsommar” de “Ari Aster” (Paris Filmes)



O segundo longa-metragem do diretor Ari Aster de Hereditário, mesmo sem o impacto de seu primeiro filme, até pela produção não se enquadrar em um gênero específico, transitando entre o horror, o drama e o cult, é uma obra peculiar e interessante. A critica especializada ficou em geral dividida. O filme possui atmosfera sufocante já desde o início, com uma condução lenta e bastante detalhista, conhecemos a jornada pessoal da sua personagem em uma viagem com o namorado e seus amigos a um festival sueco se revelando uma das histórias de terror mais bizarras sobre seitas e cultos. O filme é bastante corajoso em deixar tudo bem explícito, não há limites na perversidade de seu diretor que maltrata o expectador em uma viagem alucinógena e tensa com momentos perturbadores.

9. ENTRE FACAS E SEGREDOS – EUA – “Knives Out” de "Rian Johnson" (Paris Filmes)



Inspirado nas clássicas histórias de Agatha Christie, o filme brinca com esse universo de mistério em apresentar aquela velha história do “quem matou” e todos os clichês do gênero amarrados com uma incrível subversão de expectativas, é uma trama simples que possui um desenrolar surpreendente que prende o expectador na cadeira até seu final apoteótico. A produção ganhou destaque no Festival de Toronto e recebeu elogios da crítica e conquistou um relativo sucesso de bilheteria. O diferencial do filme além do roteiro mirabolante está na condução minimalista de Johnson e no elenco estelar com destaque a Daniel Craig e Ana de Armas. Uma surpresa divertida e despojada.

10. DEMOCRACIA EM VERTIGEM – Brasil – de “Petra Costa” (Netflix)



Discutir politica no Brasil se tornou algo chato, após os eventos da eleição de 2018 o Brasil viveu um período de assimilação de todos acontecimentos até chegar ao momento atual. A cineasta Petra Costa apresenta um documentário atordoante aonde a mesma testemunha a ascensão e a queda de um grupo político e a polarização do Brasil com imagens emblemáticas e momentos moralmente assustadores se revelando um dos estudos mais perturbadores do ano, independente do posicionamento politico de quem assiste. O filme é uma importante ferramenta para debater ideias e tentar tirar alguma conclusão dessa tempestade política que vivenciamos nos últimos anos, mesmo que seja um relato pessoal de sua idealizadora é um relato emocionante e um instrumento para ser analisado em como enxergamos tudo que passou.

11. FORA DE SÉRIE – EUA - “Booksmart” de “Olivia Wilde” (Imagem Filmes)




Estréia de Olivia Wilde (Atriz) na direção de um longa é uma das surpresas do ano, o filme chamou bastante atenção no Festival de Sundance, acostumado a ser um celeiro de produções inovadoras e ousadas. O sucesso do filme é justamente em se desapegar dos tradicionais rótulos, não é um filme sobre duas garotas nerds que querem se vestir como as populares e fazer de tudo para conquistar o carinha descolado, é uma história sobre a amizade entre duas garotas que querem além de estudar aproveitarem a adolescência pois só acontece uma vez na vida. É uma comédia original, moderna e sem filtros, uma história sobre amadurecimento, descobertas e as dificuldades do ensino médio sem puritanismo e falso-moralismo. São personagens profundas com histórias que vão além da "norma" e demonstrando a pluralidade das pessoas. Uma das melhores comédias do ano com destaque também para sua maravilhosa trilha sonora.

12. SUSPIRIA – A DANÇA DO MEDO – EUA - “Suspiria” de “Luca Guadagnino” (Play Arte / Amazon Prime)



A refilmagem do filme de terror cult de Dario Argento chegou com bastante atraso nos cinemas do Brasil e perdeu bastante do impacto causado logo após sua estreia no final de 2018 nos EUA. Primeiramente, não se trata de um filme fácil e isso já é um ponto forte da produção. Com ritmo lento e artístico acompanhado de belas e assustadoras imagens com trilha sonora impactante de Thom York, vocalista do Radiohead, presenciamos um misto de horror, drama e insanidade por trás uma companhia tradicional de balé russo que se revela uma seita de bruxas. O filme exemplifica como o gênero de terror também pode ter sua parcela de arte em uma produção tão especial para os fãs do gênero como sua fonte de inspiração, o filme da década de 70, ganhando vida própria no conjunto da obra e se tornando um filme sem qualquer tipo de lugar-comum.

13. A MÚSICA DA MINHA VIDA – UK – “Blinded by the Light” de “Gurinder Chadha” (Warner. Bros Pictures)



Filme inspirado em uma história real conecta temas delicados com as letras do cantor Bruce Springsteen. A história usa a simplicidade da temática musical para tratar grandes medos de um garoto. Essas canções do cantor americano contavam histórias de jovens que queriam se libertar das restrições, das tradições e muitas vezes querendo deixar suas cidades para trás por algo maior. A mensagem do filme é mostrar ao expectador que em algum momento de sua vida haverá uma luz para os momentos de aflição, seja na música, em um filme, em um HQ ou em alguma outra arte. A premiada diretora Gurinder Chadha do sucesso de 2002, Driblando o Destino, retorna ao cinema comercial em um filme que pulsa a cada momento com bastante sensibilidade com as diferenças culturais. 

14. TURMA DA MÔNICA – LAÇOS – O FILME – Brasil – de “Daniel Rezende” (Paris Filmes)



Os quadrinhos da turma criada por Mauricio de Souza ganharam em 2019 seu primeiro filme em live-action baseado na HQ Laços. A turminha que muitas gerações acompanham ganham uma representação fiel e encantadora mesmo em história simples porém delicada. O filme entrou em cartaz nas férias escolares da criançada competindo com pesos pesados como Toy Story 4 e Pets 2 e mesmo assim conseguiu êxito de público com mais de 2 milhões de espectadores garantindo uma sequência. Destaque para o elenco infantil muito equilibrado e pela fotografia muito bonita. O filme acerta em praticamente tudo, tem um tom infantil e doce para as crianças enquanto aos adultos fica aquele gostinho maravilhoso de infância.

15. CLÍMAX – França/Bélgica de “Gaspar Noé” (Imovision/ Netflix)




Conhecido por obras polêmicas, o diretor franco-argentino Gaspar Noé (Irreversível, 2002) apresenta em seu novo filme uma mistura de todos elementos marcantes de sua trajetória em um musical provocador e hipnotizante que se transforma em um terror moderno. "Noé" nunca foi unanimidade em seus filmes com aquele selo, ame ou odeie. Climax traz o realizador muito mais maduro e esbanjando Cultura Pop em ótimas referências. Sua arte expressamente visual ainda tem tempo para filosofar encontrando um meio termo entre as empolgantes e deslumbrantes cenas de dança (ponto forte do filme!) e o delírio coletivo de seus personagens nesse inferninho criado pelo diretor em uma produção fora do comum e indicada a quem não tem bloqueios com o tipo de filme contemplativo.

16. CASAL IMPROVÁVEL – EUA - “Long Shot” de “Jonathan Levine” (Paris Filmes / Amazon Prime)



Comédia romântica estrelada por Charlize Theron e Seth Rogen tem carisma, inteligência e humor na medida certa em uma surpreendente e divertida sátira que transforma o quase impossível amor de duas pessoas, de vidas diferentes, em uma lição sobre princípios e honestidade nas relações pessoais. O filme trabalha essa relação e usa perfeitamente seu tempo de tela, sua longa duração (2h10) nem é sentida pelo expectador, tornando esse tempo suficiente para se apegar ao casal de protagonistas. Destaque para os coadjuvantes bem postados na história, o humor sagaz ao tratar o jornalismo e a política, a trilha sonora divertida além de boas surpresas quanto as piadas ou "gags" para quem gosta de humor. O filme foi uma das melhores comédias do ano pelo seu conjunto e por fazer milagre em uma problemática bastante utilizada no cinema romântico e conseguir se tornar efetivo na execução e original na condução.

17. ALICE JÚNIOR – Brasil de “Gil Baroni” (Estreia nos cinemas em 2020 pela Olhar Distribuição e Moro Filme)



A comédia juvenil sobre uma adolescente trans e seus dilemas se revela uma das surpresas mais divertidas do ano, o filme só chega aos cinemas em 2020 mas rodou festivais pelo Brasil e o Meu Hype conferiu e adorou o filme em sua passagem pelo Festival de Brasília aonde a atriz Anne Celestino foi a primeira trans a ganhar o prêmio de melhor atriz no festival. Alice Júnior é um filme que traz uma trama LGBTQI+ onde a personagem possui angústias como qualquer outro jovem da sua idade sem necessidade de sobrecarregar o expectador sobre o descobrimento ou o processo de aceitação da personagem, algo que quase sempre acontece em histórias sobre essa temática. O filme pulsa em tela, com interações digitais nas cenas, trilha sonora descolada, elenco gracioso e história que mesmo seguindo alguns clichês básicos desse tipo de trama, surpreende. É uma comédia romântica leve e otimista onde  tudo flui de uma forma bem humorada, com abordagem madura e de sensibilidade apurada. Um filme muito alto astral e contagiante. Imperdível!

18. ROCKETMAN - EUA de "Dexter Fletcher" (Paramount Pictures)



A superprodução que custou mais de 40 milhões de dólares traz nas canções de Elton John muito mais que seu processo criativo ou do homem por trás das músicas, o expectador embarca em uma viagem na imaginação do cantor e flutua em como os traços de sua personalidade o inspiraram. O drama vivido por ele incluem dúvidas quanto a sua sexualidade, sua personalidade reprimida, problemas com a família, vício em drogas além do efeito corrosivo de ser uma celebridade, parte da história do filme é a superação desses obstáculos em sua vida. O filme é uma fantasia épica sobre a incrível história da carreira do cantor além de mostrar a fantástica jornada de transformação do tímido garoto e pianista prodígio "Reginald Dwight" no superstar internacional "Elton John", uma das figuras mais icônicas da Cultura Pop. O filme é delicioso do início ao fim com uma atuação fiel e empolgante de Taron Egerton no papel do cantor. O filme fornece espaço suficiente para permitir que a arte de John fale por si mesma e no fim encontrar um pouco de paz e relevância no meio musical. Consegue êxito tanto na parte musical como biográfica.

19. IN FABRIC – EUA – “Peter Strickland” (A24, sem distribuição no Brasil prevista até essa postagem)



Terror do estúdio indie A24 permanece inédito nos cinemas brasileiros mas virou sensação em vários festivais pelo mundo com uma perturbante história de um vestido amaldiçoado. O aclamado diretor alternativo Peter Strickland apresenta um filme que flerta com o sombrio e o agoniante, quase como um pesadelo, canalizando sentimentos presentes na moda com um violento derramamento de sangue em uma produção de terror surpreendente que funciona quase como um delírio. Os simbolismos apresentados na trama e a realidade se misturando com o bizarro é o atrativo de uma produção independente que apresenta frescor em sua concepção. Não espere uma construção comum e explicativa, tudo envolto da história possui mistério.

20. PEQUENOS MONTROS - "Little Monsters - E.U.A de "Abe Forsythe" (Hulu, sem distribuição no Brasil prevista até essa postagem)



Pequena comédia do streaming Hulu e inédita no Brasil é simples, eficiente e uma surpresa inocentemente bizarra. A produção é um filme com zumbis sem grandes pretensões mas que conquista pela sua inocência, comovendo na medida certa sem cair nas principais armadilhas deste tipo de filme, tudo flui sem necessidade de uma trama mirabolante ou grandes efeitos especiais, trazendo um certo frescor mesmo sem apresentar algo novo. Lupita Nyongo demostra total desenvoltura com sua personagem. O final possui uma das cenas mais bonitas e especiais de 2019, é um filme simples e bastante afetuoso colocando muito blockbuster no chinelo pela pureza.

Listamos  outros filmes que adoramos também em 2019: O IRLANDÊS, HOMEM ARANHA NO ARANHAVERSO, ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD, DOR E GLÓRIA, A FAVORITA, VINGADORES – ULTIMATO, CAPITÃ MARVEL, SHAZAM!, JONH WICK 3 – PARABELLUM, DETETIVE PIKACHU, DUMBO, HISTÓRIA DE UM CASAMENTO, UMA AVENTURA LEGO 2, COMO TREINAR SEU DRAGÃO 3, TOY STORY 4, FROZEN 2, ANOS 90, ASSUNTO DE FAMÍLIA, O TRADUTOR, VICE, ZUMBILÂNDIA 2, PREDADORES ASSASSINOS, HISTÓRIAS ASSUSTADORAS PARA SE CONTAR NO ESCURO, IT 2, ANNABELLE 3 - DE VOLTA PARA CASA, HIGH LIFE, O TRAIDOR, A FEBRE, GRETA, DIVINO AMOR E DOIS PAPAS.

 NOS VEMOS EM 2020!






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