segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

BEST OF 2019 - Música


Chegou a hora de apresentar os 20 álbuns que mais gostamos de 2019 de uma lista enorme do que escutamos neste ano.

:: ÁLBUM DO ANO ::


BILLIE EILISH" "When we fall asleep, where do we go?"

O ano foi dela, com uma história peculiar a jovem de 17 anos que conquistou a internet lançou seu primeiro e empolgante álbum de estréia. A cantora praticamente dominou as paradas musicais e alcançou sucesso nas principais plataformas digitais. Sua estética visual remete aos jovens que convivem com depressão e a pressão pelo glamour e sucesso. Elogiada por várias frentes da música, não há como resistir a cantora teen e seu retrato de uma nova geração "blasé" e espertamente consciente que é necessário cuidado aos excessos. A cantora usa bem sua metáfora de conto de fadas de um jovem conectado ao mundo por meio da internet e muitas vezes avesso a própria realidade e a sociedade. "When We Fall a Sleep Where Do We Go?" possui deliciosas canções Pop como "Bad Guy", "Burry a Friend", "When the Party's Over" e "Xanny" e dominou 2019 com bastante propriedade.

2. FONTAINES D.C - "Dogrel"


O grande destaque entre os lançamentos de rock do ano foi  a estréia contagiante dos irlandeses do Fontaines D.C com um disco praticamente perfeito em que guitarras cortantes e melodiosas se juntam para saudar as melodias agressivas do punk, consturadas com poesia e mostrando que o gênero será sempre relevante independente da época. É uma carta de amor para Dublin, o sotaque do cantor Grian Chatten atua como um dedo médio para quem diz que sotaques regionais não funcionam. O álbum em si é uma mistura de singles lançados anteriormente (regravados para o álbum e com um som melhor) e material novo. "Hurricane Laughter" e "Too Real" permanecem poderosos. "Roy's Tune" e "Dublin City Sky" são lindos e nostálgicos, às vezes até genuinamente comoventes e "Sha Sha Sha" é uma canção chiclete e viciante.

3. THOM YORKE - "Anima"


Terceiro álbum solo de vocalista do Radiohead é um deleite eletrônico e sentimental. Uma poesia sobre a solidão urbana e o cotidiano cada vez mais vazio. O trabalho contempla nove faixas em uma mistura sólida de batidas eletrônicas e melodias com poesias e distopia na substância dos sons que o cantor traduz como uma moderna sinfonia que aguça os sentidos e questionam a realidade. "Anima" vem de uma palavra latina que significa "alma", muito presente nas novas composições, a abordagem assintomática de sensações e vibrações nem sempre expostas voam na imaginação e nos sonhos de maneira positiva sem se abalar pelas desilusões de uma vida "industrial". Não é um trabalho que vai te levar para baixo, é uma obra que pode gerar reações emocionais e até mesmo uma meditação.

4. PROFISSÃO DE URUBU - "Na Sombra"


Segundo disco da banda revelação brasiliense é um dos trabalhos mais bonitos de 2019. Com um som repleto de criatividade sonora e extraindo o melhor da nossa música popular, o trabalho é um convite a conhecer a banda e todo seu trabalho com inspirações claras a  Chico Buarque e Tom Jobim. O álbum demonstra a maturidade de uma banda pronta para cair no gosto popular em belas composições, com letras cuidadosas e belas melodias em um misto de tristeza e alegria. Um álbum excepcional.

5. CAGE THE ELEPHANT - "Social Cues"


O quinto álbum de estúdio da banda de rock americana é intenso e incorpora uma das bandas mais interessantes em atividade. O álbum passa pela turbulenta trajetória de seu vocalista Matt Shutz, onde cada palavra traduz angustias, desabafos e sofrimentos. Coração partido, ascensão e desilusão com a fama, pressões da indústria musical, medos, incertezas e revoltas, tudo se mistura a um som de conceito sombrio e que se destaca por sua atmosfera problemática. Um trabalho que mergulha fundo na escuridão em canções de sonoridade ampla e acessível.

6."THE CHEMICAL BROTHERS" - "No Geography"


O nono álbum dos britânicos que são grande referência das pistas eletrônicas, traz uma vibe instrospectiva, o trabalho no agregado é uma mistura de sons que movimentam a pista de dança ou faz dela um lounge delicioso e misterioso. A ideia era fazer em "No Geography" música como eles costumavam fazer antes da modernidade, essa inspiração é bem vinda e quem acompanha a carreira deles perceberá como o grupo permanece relevante. As vibrações das músicas tem uma lembrança de uma época mais criativa na música eletrônica com baterias eletrônicas e barulhentas, sintetizadores e um som típico que agitava as raves. Não chega a ser o melhor trabalho deles mas captura a essência e a emoção de maneira eficiente e com a identidade marcante do grupo.

7. "VAMPIRE WEEKEND" - "Father of The Bride"


Em trabalho ousado, grupo americano incorpora seu estilo em uma mistura de influências musicais com complexidade e talento em sinergia com variados estilos musicais e alinhado com o mundo. Disco apresenta uma banda madura e exige vontade do ouvinte pois cresce a cada audição mediante a uma criatividade musical repleta de frescor. A banda segue dentro de seus parâmetros na criação de músicas que podem ser ouvidas por quem aprecia diversos gêneros sem se apegar somente ao Indie Rock. O Quarto álbum da banda é um trabalho para a contemplação e se destaca pela qualidade técnica, inclusive o álbum se tornou o terceiro trabalho da banda a atingir o topo das paradas e figura entre os trabalhos de rock com maior visibilidade em 2019.

8. SUPERVÃO - "Faz Party"


Primeiro álbum da banda gaúcha traz manifestação e experiência sonora empolgante. A banda faz um som espertamente classificado como uma transformação de diferentes intensidades seja com a desconstrução musical como a incorporação de estilos em uma tendência que vem sendo chamado carinhosamente de Neu Tropicália. Basicamente é uma música com melodias e ritmos brasileiros misturada a distorções características do rock, do indie psicodélico acrescentando beats de música eletrônica e experimentalismos. Uma estréia em grande estilo, musicalmente atraente e cheia de boas referências, a banda transita em diversas idéias de som com eficácia sem precisar de definições.

9. PAPISA - "Fenda"


Primeiro álbum do projeto oferece conforto e tranquilidade em belas canções. PAPISA já alguns anos chama atenção no meio alternativo, a paulista Rita Oliva e uma cantora, compositora e multi-instrumentista de voz suave que criou o projeto. Intitulado Fenda, o disco produzido e tocado quase inteiramente pela própria artista encontra na força da sensibilidade feminina versos marcados por um mergulho no existencialismo e a melodia amparada em uma melancolia acolhedora, em vários momentos se entregando quase ao psicodélico, principalmente pela presença de metáforas interessantes em suas letras. Um albúm delicioso de escutar.

10. FRIENDLY FIRES - "Inflorescent"


O trio de indie rock inglês sai do intervalo de oito anos com álbum para dançar esbanjando alegria e euforia afastando sentimentos ruins. Mesmo com uma certa bagagem fica claro nessa nova investida que a alegria do grupo está em produzir músicas dançantes. O álbum tem co-produção do Disclosure e só comprova a regeneração das músicas para um público cada vez mais exigente com a arte de dançar e viver boas sensações. São músicas que cumprem bem seu papel sendo inofensivas porém bem trabalhadas e que crescem a cada audição. Serve para a pista de dança, para um lounge ou simplesmente para evocar boas sensações.

11. SIGRID - "Sucker Punch"


A cantora norueguesa Sigrid é promessa da música já há bastante tempo e esse ano ela lançou seu primeiro álbum de estúdio. "Sucker Punch" não é perfeito, mas sem dúvidas é uma obra coesa, honesta e recheada de refrãos bem construídos e pegajosos. Sigrid é enérgica mesmo tratando de temas como desilusões, cotidiano e a não adaptação ao convencional, sua forma de compor as canções é interessante trazendo descrições de cenas, pessoas e lugares. O álbúm não tem um grande hit, mas "Strangers" tem um explosão irresistível  em seu refrão, outros destaques do trabalho é “Sucker Punch” e “Basic”. Um álbum muito gostoso de ouvir.

12. METRONOMY - "Metronomy Forever"


Grupo britânico apresenta sexto álbum com variações sonoras e intensa experiência musical. Musicalmente diferente do que a banda apresenta em trabalhos anteriores, Metronomy Forever soa como novidade, como uma mutação de gêneros que funcionam tanto quando você precisa de uma calmaria ou mesmo ser contagiado por vibrações dançantes. A banda corre riscos necessários, quebra expectativas e surpreende positivamente em canções que fluem com semelhança ao primeiro álbum da banda. Um som que agrada qualquer público com um toque elegante e bastante misturado de estilos e criatividade.


13. FOALS - "Everything Not Saved Will be Lost" Part 1. e Part 2.


O quinto trabalho de estúdio da banda de rock britânica foi dividido em duas partes com um forte mantra em cada canção que dá nome ao trabalho: "Tudo o que não for salvo será perdido".  O lançamento de dois álbuns em menos de seis meses superou muito bem as expectativas, a parte dois complementa a narrativa da parte 1, cada um com seu devido valor musical. Na parte 1 do trabalho há um toque intencionalmente mais silencioso e a parte 2 surge mais intenso e direto ao ponto. As canções continuam examinando a ansiedade do nosso atual estado político e os problemas decorrentes do isolamento intelectual. Um trabalho potente e envolvente utilizando o dramático e o autêntico.

14. TERNO REI - "Violeta"


O quarteto paulistano Terno Rei apresentou em Violeta uma sonoridade que flerta com elementos de lo-fi e dreampop, fugindo do lugar comum que a banda transitava. O grupo abraça de vez o pop, sem descartar o que já havia dado certo nos outros trabalhos, o álbum apresenta uma espécie de fusão entre tudo de bom que caracterizava a banda, como a alternação precisa dos tempos e o instrumental grave em meio a uma letra intimista em um conjunto alinhado ao som proposto. Um albúm consistente, leve e com estética sonora bem trabalhada.

15. KAKKMADDAFAKKA - "Diplomacy"


A banda de indie rock norueguesa é conhecida por sua energia contagiante e em alguns momentos tranquila já demonstrada em trabalhos anteriores. Diplomacy é uma espécie de alerta para uma sociedade cada vez mais dificíl de conviver, com canções que trabalham a sanidade mental e a pacificação entre os povos. Com um misto de percussão, sintetizadores e guitarras são acompanhados de rimas simples e percepção quase intuitiva de um trabalho leve, porém, promissor e maduro. O trabalho pode ser enquadrado como um euforia calma de um rock vibrante.

16. HOT CHIP - A Bath Full Of Ecstasy


Grupo veterano com quase 20 anos de carreira apresenta em novo álbum uma coleção de melodias agradáveis e dançantes que demonstram um fôlego extra em uma carreira consolidada e fora do mainstream. "Um banho cheio de êxtase" em sua tradução literal é a explicação mais certeira de A Bath full Of Ecstasy, precisamente o encontro dos dois estilos distintos já evidenciados pela banda em trabalhos anteriores, seja estilosamente quente e dançante ou friamente calculista e hedonista. O álbum é um dos trabalhos mais sólidos da banda e superando com sobra o último álbum lançado, o apagado porém agradável Why Make Sense? de 2015. A banda prova seu frescor como um bom vinho que melhora cada vez mais seu sabor com o passar dos anos.

17. MUNA - "Saves The World"


O trio de garotas de  Los Angeles lançaram seu segundo álbum com canções que libertam o pop do lugar comum, transitando entre a melancolia e os sintetizadores eletrônicos em um resultado amplo e livre de amarras. "Saves The World' é um trabalho que apresenta uma coleção de canções sobre desgosto e amor próprio, o single "Number One Fan"reintroduziu o grupo após mais de dois anos de folga como um hino emocionante para a autopreservação e indicando ao ouvinte para ele ser seu próprio fã número um. O trabalho tem todos elementos de um pop moderno e atual.

18. BOOGARINS - "Sombrou Dúvida"


A celebrada banda goiana de rock psicodélico apresentou seu quarto álbum gravado nos E.U.A despontando como uma das bandas mais interessantes da cena de rock independente brasileira. Sem se incomodar com o relativo sucesso, o grupo apresenta trabalho investindo em tudo que deu certo nos álbuns anteriores e implementando o lado "pop" do grupo aliado as misturas que são um misto de sons. A banda se firma com letras que flertam com o obscuro ao mesmo tempo que lançam estímulos ao ouvintes. O ideal é se entregar ao imaginário musical da banda e alinhar expectativas com uma viagem transcendental de melodias.

19. MARK RONSON - "Late Night Feelings"


O quinto álbum de estúdio do produtor musical britânico reforça seu talento em construir canções pop com energia e colaborações vibrantes de nomes de peso como: Miley Cyrus, Likke Li, Camila Cabello, Alicia Keys, King Princess e outros. O produtor que faz muito sucesso nas canções que produz, sua última produção "Shallow" se tornou o maior hit da carreira de Lady Gaga, só para citar o seu toque de midas no pop. Com canções para deixar a pista de dança mais emotiva e pensativa, repleta de saltos tristes e sonhos quebrados, as nuances melancólicas do trabalho dão ao álbum uma carga bastante satisfatória e avanços em uma carreira cada vez mais promissora e de estética adulta e contemporânea.

20. TWO DOOR CINEMA CLUB - "False Alarm"


O albúm é um conjunto de canções inofensivas permitindo a banda leves experimentações que agradam pela simplicidade. False Alarm é quase uma continuação de "Game Show" de (2016), o álbum mais fora da curva da banda. O trabalho é tão simples que se torna agradável, traz a banda tentando se afastar de amarras que fizeram seu último álbum não levantar vôo, assumindo riscos calculados e priorizando uma diversão minimalista porém admirável. As músicas crescem a cada audição e agrada pela simplicidade elegante.

Listamos outros álbuns que adoramos em 2019: TORO Y MOI - "Outer Peace", KAREN O & DANGER MOUSE - "Lux Prima", DEAD FISH - "Ponto Cego", MALIK DJOUDI - "Tempéraments", DIGITALISM - "Jpeg", MODESELEKTOR - "Who Else", THE FAINT - "Egowerk", !!! - "Wallop", "FUJIYA & MIYAGI - Flashback, HOLY GHOST - "Work", YEASAYER - "Fluttering in The Floodlights", LADYTRON - "Ladytron", THE NEW PORNOGRAPHERS - "In The Morse Code of Brake Lights", CASSIUS - "Dreams", SCALENE - "Respiro", KINDNESS - "Something Like a War", CHROMATICS - Closer to Grey, DERHUNTER - "Why Hasn"t Everything Already Disappeared", TIAGO IORC - "Desconstrução", LANA DEL REY - "Norman Fucking Rockwell", MELANIE MARTINEZ - "K12", BANG RAIDERS – "Horizons", THE CRANBERRIES - "In The End', FRANCISCO EL HOMBRE - "Rasgacabeza", ELZA SOARES – “Planeta Fome”, ARIANA GRANDEThank U Next,  BAIANA SYSTEM - O Futuro não Demora, PANDA BEAR - Buoys, LINIKER E OS CARAMELOWS -"Goela Abaixo" e BANKS - III.

Confira algumas das músicas que mais gostamos em 2019 na Nossa PLAYLIST - HypeList no SPOTIFY:



Confira também o "BEST OF 2019" do nosso Editor do blog Sérgio Ghesti:


Tem também uma pasta com os "HITHIS" de 2019:



NOS VEMOS EM 2020!


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