segunda-feira, 30 de setembro de 2019

TOVE LO - SUNSHINE KITTY (2019)


Cantora lança quarto álbum misturando tendências do pop sem muitas surpresas.



Ebba Tove Elsa Nilsson mais conhecida como Tove Lo, é uma cantora, compositora e instrumentista sueca que ficou mundialmente conhecida com o single Habits (Stay High) onde atingiu o terceiro lugar no Billboard Hot 100 dos EUA, já na sua estréia. Seu primeiro álbum de estúdio intitulado Queen of the Clouds também foi um sucesso e catapultou sua carreira de uma desconhecida cantora de pop para uma aposta do cenário atual. Além de seu trabalho solo, ela co-escreveu uma série de canções de sucesso para outros cantores, incluindo Love Me Like You Do de Ellie Goulding, canção que garantiu sua primeira indicação ao Grammy Awards, dentre outras colaborações com artistas como Coldplay, Flume, Alesso, Nick Jonas, Adam Lambert, Years & Years, Wiz Khalifa, The Saturdays, Icona Pop, Hilary Duff, Cher Lloyd entre outros. Seu diferencial no meio pop se caracteriza pela influência do grunge e letras autobiográficas carregadas de melancolia e aliviada pela condução musical. Após sua estréia bombástica ela ainda lançou  Lady Wood (2016) e Blue Lips (2017), trabalhos que foram muito bem recebidos. Em Sunshine Kitty a popstar mergulha na melancolia e inquietações de seu som aliviando com uma pegada tropical que inclui base de pop latino e até uma parceria com o funkeiro brasileiro Mc Zaac dono de hits como  Bumbum Granada e Vai Embrazando. No disco ainda tem canções em parceria com Alma, Kylie MinogueJax Jones e Doja Cat. Leia nossas impressões faixa a faixa. O trabalho começa com Gritty Pretty, uma Intro seguido de "Glad He"s Gone" uma balada com letra pesada aliviada pela sintonia "Good Vibes" que engrena aos poucos. Serve como um esquenta e vale pela energia controlada. "Bad as The Boys" tem feat. com ALMA e não intensifica o ritmo mostrando o caminho do álbum, tem pegada R&B sem aumentar o tom de maneira inofensiva e sensual. "Sweettalk my Heart" entra no pop com direito a vocal com eco e sonoridade pronta para um remix de pista. É dançante e cresce a cada audição. "Stay Over" inicia uma parte mais experimental e que lembra muito seu início de carreira, despojado usando sintetizadores combinados com sua voz em ritmo desacelerada e cheio de quebras de expectativa, a faixa é uma das mais interessantes do trabalho. "Are U Gonna Tell Her?" busca inspiração no eletrônico misturado com funk. Tem participação do brasileiro Mc Zaac em uma mistura curiosa e a princípio estranha. "Jacques" tem participação de Jax Jones em um soft pop mudando totalmente o tom do álbum, na verdade a pegada do trabalho por completo não segue uma linha. É intensa, com bom ritmo e várias camadas. "Mateo" é aquela música ora charmosa, ora meio perdida no repertório. "Come Undone" funciona sem surpresas e tem cara de fim de festa. "Equally Lost" tem feat. de Doja Cat com ritmo de pop latino, não empolga como deveria. "Really don"t Like You" tem feat. com Kylie Minogue, uma faixa meio "contra pista" com um pop elegante. "Shifted" tranquiliza o ambiente na medida que apresenta pouco acréscimo."Mistaken" é pontual e tem a cantora com foco no vocal e samples levemente eletrônicos."Anywhere u Go" é uma faixa com a essência da cantora, terminando o álbum pra cima. Tove Lo tenta descaracterizar sua essência e termina entrando em um caminho comum na música Pop abusando de parcerias e caminhando em lugares seguros. Um trabalho pop e acessível. EFETIVO


A cantora fará show no Brasil em Novembro em São Paulo pelo Festival POPLOAD


MÚSICA FAVORITA: Stay Over




São 14 músicas disponíveis nas principais plataformas de streaming pela Universal Music.

Hype: BOM - Nota: 7,0

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

ENCONTROS (2019) "Deux moi" de "Cédric Klapisch"


Drama é uma imersão lúdica a geração do encontro.


O diretor da trilogia de sucesso O Enigma Chinês, Albergue Espanhol e Bonecas Russas, o francês Cédric Klapisch, é acostumado a abordar a pluralidade do mundo e suas relações, ele volta a filmar Paris em sua nova comédia romântica mostrando um reflexo de como se comporta  a geração Tinder e aplicativos de encontros, expondo uma modernidade solitária e perdida entre conexões reais e digitais. Encontros é o 13º longa-metragem do diretor que busca retratar a história de maneira simplista, o expectador acompanha duas pessoas solteiras, com problemas de depressão, no tempo das mídias sociais. Mesmo com tantas opções de encontro se percebe que ambos os personagens tem a dificuldade de construir laços, principalmente no cenário atual onde existe a solidão mesmo estando rodeado de pessoas. A necessidade de amor é quase urgente e a frieza que o diretor constrói os desencontros é a prova mais dura de que o ser humano sentimental se esvazia a cada momento em uma época cheia de escudos. Não é uma comédia romântica comum principalmente em cada cena cuidadosamente preparada para expor algo importante sobre os problemas atuais com frases de efeito, são soluções fáceis para uma problemática complexa.  Na trama, sem se conhecer, Rémy Pelletier (François Civil) e Mélanie Brunet (Ana Girardot) estão na faixa de seus 30 anos e moram em prédios vizinhos em Paris. No entanto, eles compartilham o mesmo cansaço e a mesma pressão no trabalho. Com o agravamento da situação ambos iniciam uma terapia onde permitirá que eles, cada um ao seu lado, vejam com mais clareza o que há de errado em suas respectivas vidas. Eles tentam vencer a solidão em uma cidade grande no mundo moderno. Enquanto ele não tem ânimo para conhecer novas pessoas, ela multiplica seus encontros nos aplicativos de relacionamento. Dois indivíduos, dois destinos, sem saber seus caminhos os levam na mesma direção. Remy é interpretado por François Civil, uma das sensações do cinema francês atual, que somente em 2019 estrelou 3 filmes (Alerta do Lobo, Amor à Segunda Vista e Quem Você Pensa que eu Sou) enquanto Melánie ganha vida através de Ana Giradot, atriz de destaque na série ‘Les Revenants’. É um casal que mesmo distante aguça a cada momento a expectativa de uma conexão. O filme se enquadra em um sub-gênero da comédia romântica, o pós-romance, onde o romantismo dá lugar a pessoas cada vez mais complicadas para se relacionar deixando tudo em uma proposta complexa. O filme é criativo em vários aspectos e exemplifica uma bolha de uma realidade que talvez seja ainda pior na vida real. COMÉDIA ROMÂNTICA SEM ROMANCE



O filme está em Pré-estréia em algumas cidades e estréia em 03 de Outubro nos Cinemas pela IMOVISION.

O Meu Hype assistiu ao filme em sua Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: BOM - Nota: 7,0

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

PREDADORES ASSASSINOS (2019) "Crawl" de "Alexandre Aja"


Filme catástrofe faz o expectador pular da cadeira com ótima ambientação, crocodilos nervosos e muita tensão. 

Muito se especula quando um Blockbuster como este consegue agradar público e crítica, principalmente pelo fato de ser um tipo de filme que se popularizou por conta de clássicos inesquecíveis como Tubarão (1975) de Steven Spielberg e mais recentemente, sem o cuidado necessário, escancarando a linha "Trash" com Pânico no Lago (1999) e Sharknado (2013) e suas várias sequências, esses dois últimos sem qualquer esmero em sua produção e concepção. O último sucesso do gênero foi Megatubarão (2018) que mesmo deixando a desejar em alguns aspectos foi um enorme sucesso de bilheteria e abriu os olhos dos estúdios quanto a possibilidade real de um sucesso explorando uma ameaça da natureza. Predadores Assassinos consegue aliar perfeitamente o filme catástrofe com a forte ameaça dos enormes crocodilos. O suspense é milimetricamente calculado a ponto de instigar o expectador em qual será o próximo passo. É o tipo de filme para se assistir de preferência em uma tela gigante e com o melhor som possível, no Brasil temos várias salas com sistemas que podem ser um atrativo ao expectador, como as salas  IMAX, XD, Macro XE, 4DX, XPlus, RealD e D-Box, verifique a disponibilidade em sua região, a diferença é enorme. Assistimos ao filme na sala XD da rede Cinemark e recomendamos, melhora muito a experiência de assistir ao filme e aumenta em dobro a tensão da produção. Na trama, um imenso furação assola a população da Flórida, os tsnunamis levam todos os habitantes a evacuarem o local. Mesmo assim, a jovem Haley (Kaya Scodelario) se recusa a sair de casa enquanto não conseguir resgatar o pai, desaparecido na tempestade. Aos poucos, o nível da água começa a subir e Haley ao se ferir fica encurralada e ainda precisando enfrentar inimigos inesperados: gigantescos crocodilos que chegam com as águas. A mistura de propostas na história é convincente e esse encontro entre  a ameaça do furacão e os crocodilos gigantes acontece de forma eletrizante e sem atropelos. O diretor Alexandre Aja já havia trabalhado na refilmagem do clássico "Filme B" Piranha (2010), realizando um trabalho que abusava da comédia, aqui ele brinca com o espectador usando todos elementos do cinema de tensão. A produção ainda conta com as mãos experientes de Sam Raimi, com um currículo qualificado.  Sem outro foco além da diversão, é um Blockbuster imperdível por entregar o que promete. NERVOSO.  


Aproveitando a estréia do filme queremos dividir com vocês um jogo que a Paramount desenvolveu para o lançamento do filme com apoio da Rede Telecine, segue o link para o jogo e divirtam-se:  http://bit.ly/2lNcjod

O Meu Hype assistiu o filme em sua exibição na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

O filme estréia nos cinemas em 26/09 pela Paramount Pictures.

Hype: BOM - Nota: 7,0

terça-feira, 24 de setembro de 2019

HEBE: A ESTRELA DO BRASIL (2019) de "Maurício Farias"


Cinebiografia da diva mais adorada da TV Brasileira é um recorte do seu lado humano e ativista, uma personalidade marcada pelo seu carisma e sua luta pela liberdade de expressão.


Hebe Camargo teve uma origem humilde no interior de São Paulo e começou a trabalhar muito nova, aos 14 anos. Ela iniciou sua carreira no rádio na década de 40 e depois com a chegada da TV nos anos 50 foi uma das pioneiras da mídia no Brasil. Sua carreira teve forte apelo popular e durante a década de 60 e 70 se consolidou como uma das principais referências em programa de auditório. Depois de ficar quase 10 anos afastada da TV, voltou na década de 80 na Rede Bandeirantes, é nesse momento que o filme aborda sua vida. Hebe, A Estrela do Brasil foca na fase mais conflitante da personalidade mais querida do país, que se consagrou como uma das apresentadoras mais emblemáticas da televisão brasileira e sua carreira passou por diversas mudanças ao longo dos anos. A época retratada no filme mostra o país enfrentando o período de transição da ditadura militar para a democracia, as pessoas viviam uma mudança de mentalidade e Hebe era um dos principais nomes que enfrentava a censura. Ela aos 60 anos de idade passou a controlar a própria carreira e não deixar de expor ao seu público a verdade de suas opiniões, independente do direcionamento de suas atitudes. O filme faz questão de apresenta-lá como uma mulher promissora em um cenário dominado por homens, era uma época aonde os principais apresentadores de sucesso eram masculinos, seu toque pessoal em seu programa, seja na escolha dos convidados, cenários e a imposição de realizar o programa ao vivo, são demonstrações da sua personalidade forte em uma época aonde a TV aberta se tornava o principal veículo do país, substituindo o Rádio. O programa era monitorado pelo governo que muitas vezes tentava controlar a apresentadora que não deixava de se impor, até mesmo com os executivos poderosos, sempre com um posicionamento honesto e espontâneo. Em sua vida pessoal enfrentou um marido ciumento e que muitas vezes ofuscou seu brilho pessoal, tinha um ex-marido ausente com o filho, que muitas vezes sentia o vazio da ausência dos pais. Fora isso, a apresentadora ainda tinha uma paixão incontrolável pelo cantor Roberto Carlos e gostava muito de bebidas alcoólicas. Ela sempre se revelou para o público como uma mulher extraordinária, capaz de superar qualquer crise pessoal ou profissional e sempre aparecia de forma deslumbrante.  Sem pudor ou medo da crítica, a loira mais famosa do Brasil se revela inteira: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Com direção de Maurício Farias, roteiro de Carolina Kotscho e com Inti Briones como diretor de fotografia. Andrea Beltrão vive Hebe em atuação correta, o elenco do longa ainda conta com Marco Ricca, Caio Horowicz, Danton Mello, Gabriel Braga Nunes, Danilo Grangheia, Otávio Augusto, Claudia Missura, Karine Telles, e Daniel Boaventura. O longa mostra como Hebe quer o direito de ser ela mesma na frente das câmeras, dona de sua voz e única autora de sua própria história. Entre o brilho da vida pública e a escuridão da dor privada ela se torna a mais autêntica e querida celebridade da história da nossa TV. Mesmo o filme não sendo abrangente em muitos fatos, serve como um relato episódico digno do legado dela, para matar a saudade dela mesmo que falte muita coisa de sua biografia. A GRANDE DAMA DA TV BRASILEIRA.



O Meu Hype assistiu ao filme na Sessão de Imprensa realizada em Brasília .

O filme estréia nos Cinemas em 26/09 pela Warner Bros.

Hype: BOM - Nota: 6,5




quinta-feira, 19 de setembro de 2019

RAMBO - ATÉ O FIM (2018) "Rambo: Last Blood" de "Adrian Grunberg"



Clássico personagem de Sylvester Stallone confronta seu passado e finaliza seu legado se esvaziando em viés violento.

A franquia Rambo que já arrecadou mais de 700 milhões de dólares ao redor do mundo e consagrou Stallone como uma verdadeira lenda dos filmes de ação e tinha um principal objetivo, ser a voz do espectador em uma guerra. O combatente que você torce para vencer o inimigo a todo custo das ameças que geralmente promovem o terror. O personagem John Rambo é um veterano da Guerra do Vietnã e soldado do Exército norte-americano, ele apareceu pela primeira vez nos cinemas em 1982 em Rambo: Programado Para Matar, que usa espertamente a situação de trauma dos soldados que voltam da guerra. Ele quer seguir sua vida, mas, provocado numa cidadezinha, reage com fúria. Até então, o clássico "testosterona" tem seu charme mesmo com os outros três filmes pegando carona como desculpas para trucidar seus inimigos. Neste filme, o principal conflito é a inclusão do narcotráfico mexicano, é um tema sério e delicado para se tratar em uma época de extremo preconceito étnico, ainda mais sem a devida tratativa de um roteiro mais elaborado, servindo apenas para justificar um herói já pertubado da guerra a voltar ao terror pela fúria da vingança saciando a sede de violência dos fãs. Rambo: Até o Fim marca o quinto e último capítulo dessa história tentando retomar as origens do personagem, esse é o primeiro filme da série, desde o original, a se passar nos Estados Unidos usando desta vez os mexicanos como os "inimigos da vez", é uma linha tênue perigosa para se transitar. Sem qualquer paciência em tratar os assuntos sérios como os traumas e o sentimento de culpa por ter sobrevivido ao Vietnã, enquanto seus amigos morreram, seu passatempo é construir túneis cheios de armadilhas que convenientemente se tornam o clímax do filme. O alicerce da trama é tão bobo como todos esses filmes dos anos 80 que aprendemos a gostar pelo simples fato de serem a luta do bem contra o mal, com o senso de justiça raso e pouco lúcido e dos vilões mais estúpidos possíveis para amenizar o lado racional. O importante para quem ainda gosta do personagem é tentar esquecer a realidade e embarcar nessa idéia louca proposta de entretenimento, talvez não funcione como antigamente, são outros tempos. Na trama, já com o peso da idade, Rambo (Sylvester Stallone), agora vive recluso em um rancho. Sua vida marcada por lutas violentas ficou para trás, mas deixou marcas inesquecíveis. No entanto, quando uma jovem de uma família amiga é sequestrada, Rambo precisará confrontar seu passado e resgatar suas habilidades de combate para enfrentar o mais perigoso cartel mexicano. A busca logo se transforma em uma caçada por justiça, onde nenhum criminoso será perdoado. Dirigido por Adrian Grunberg (Plano de Fuga) e com roteiro assinado por Matthew Cirulnick (Absentia) e pelo próprio Stallone, a trama não vai além, não surpreende. Rambo se vê forçado a reviver suas habilidades de combate exaltando o lado justiceiro do personagem, se esse é seu objetivo como entretenimento de ação, siga em frente e aproveite cada morte violenta sem qualquer racionalidade. Inclusive o filme ganhou censura 18 anos pela crueldade das cenas, quase um Jogos Mortais de ação. É uma ficção pragmática realizada para esse objetivo, ver Stallone vencer seus inimigos violentamente. Seu fim é decretado de forma melancólica em uma temática que infelizmente se perdeu com o tempo assim como as próprias guerras vividas pelo personagem, quase como um velho rebelde, pertubado, louco, fazendo justiça com as próprias mãos ao se entregar a um acerto de contas. Esse motim funciona na mesma medida que a violência urbana que nos acostumamos a ver no dia a dia sendo pouco recompensador. Talvez essa seja a nova guerra de Rambo. O TÍPICO HERÓI AMERICANO. 



Filme visto na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

O filme estréia em 19/09 no Cinemas pela IMAGEM FILMES e CALIFORNIA FILMES.
Hype: REGULAR - Nota: 5,0

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

A MÚSICA DA MINHA VIDA (2019) "Blinded by the Light" de "Gurinder Chadha"


Filme inspirado em uma história real conecta temas delicados com as letras do cantor Bruce Springsteen. 


Produção usa a simplicidade da temática musical para tratar grandes medos de um garoto, que ao ouvir Bruce Springsteen pela primeira vez tem a capacidade de superar muitos obstáculos em sua vida pela sua conexão com as letras de Springsteen. Essas canções do cantor americano contavam histórias de jovens querendo se libertar das restrições, das tradições e muitas vezes querendo deixar suas cidades para trás por algo maior. Suas músicas também falavam das dificuldades que muitos americanos enfrentaram ou enfrentarão, como recessões, desemprego e casamentos sem amor. A mensagem do filme é mostrar ao expectador que em algum momento de sua vida haverá uma luz para os momentos de aflição, seja na música, em um filme, em um HQ ou em alguma outra arte. A premiada diretora Gurinder Chadha do sucesso de 2002, Driblando o Destino, retorna ao cinema comercial usando como inspiração o livro de memórias do jornalista e roteirista Sarfraz Manzoor. Sua experiência em abordar as dificuldades étnicas é o diferencial para um filme que pulsa a cada momento e com bastante sensibilidade as diferenças culturais. Na trama, em 1987, Javed (Viveik Kalra) poderia ser apenas mais um jovem britânico, filho de paquistaneses, na Inglaterra. Mas para enfrentar as turbulências econômicas, a intolerância racial e as fortes tradições da família, ele imaginou que ser escritor poderia ser uma válvula de escape. Quando entra em contato com a música de Bruce Springsteen, a poesia das canções faz com que Javed desperte para uma nova forma de encarar a vida. A novidade desagrada seu pai, mas o jovem está disposto a seguir em frente para dar vazão aos sonhos reprimidos. Mesmo quando parece que já vimos esse filme antes, o ponto de vista desse garoto aliado ao cenário em que ele vive, transforma a história em algo vibrante mesmo aparentemente previsível. Javed, ao ser atingindo pela energia do rock transborda carisma aliado a uma condução com todos elementos em seu devido lugar. A produção se destaca pela sua fotografia atraente, figurino impecável, trama familiar com abordagem leve e de gravidade moderada, são alguns elementos que demostram o quanto a produção é bem cuidada. Os acordes familiares das músicas de Springsteen possuem sinergia com o personagem, uma pena as letras não serem traduzidas na cópia legendada do filme, uma bola fora da sua distribuidora local. Com uma conclusão emocionante e uma mensagem altamente positiva e otimista, a história representa quem vive seus sonhos pelo impulso da música ou das artes, possuindo toda inocência e doçura necessária para uma história sobre sonhos, fé e luta por um mundo melhor. Independente da sua conexão com Bruce Springsteen, é um filme que merece ser visto. CEGOS PELA LUZ.



Filme visto na Pré-Estréia realizada em Brasília.

O filme estréia nos Cinemas em 19/09 pela Warner Bros.

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

METRONOMY - METRONOMY FOREVER (2019)


Grupo britânico apresenta sexto álbum com variações sonoras e intensa experiência musical.


O grupo eletrônico Metronomy faz uma mistura interessante de seu repertório em trabalho que praticamente celebra a carreira e o amadurecimento da banda sem deixar a diversão de lado. A banda se formou aproximadamente em 1999 até que discretamente em 2009 lançou Nights Out um dos trabalhos mais adorados do indie rock. A banda é formada por Joseph Mount (voz, teclado e guitarra), Oscar Cash (backing vocal, teclado e saxofone), Gbenga Adelekan (baixo e backing vocal), Michael Lovett ( backing vocal, teclado e Violão) e Anna Prior (bateria e backing vocal). O grupo lançou cinco álbuns: Pip Paine (Estréia em 2006), Nights Out (O trabalho que estourou a banda em 2009) e os bem qualificados The English Riviera (2011), Love Letters (2014) e Summer 08 (2016). O grupo sempre diferenciou a concepção de suas criações e nesse novo trabalho usam camadas musicais com bastante lucidez sonora, principalmente em evocar a musicalidade dos trabalhos iniciais da carreira com um "mix" dos trabalhos atuais. O trabalho soa como novidade, como uma mutação de gêneros que funcionam tanto quando você precisa de uma calmaria ou mesmo ser contagiado por vibrações dançantes. Confira nossas impressões faixa a faixa de "Metronomy Forever". O trabalho começa com “Wedding”, um instrumental relaxante que antecede "Whitsand Bay” uma balada tranquila e bem atmosférica."Insecurity” vem em seguida com um vocal bem característico de sons dos anos 90 e tem um vocal bem marcante. Em seguida tem “Salted Caramel Ice Cream” lançada antes do álbum com um eletro-pop dançante e contagiante. A música fecha esse início pop do álbum que continua com a instrumental “Driving” que antecede “Lately”, primeiro single do trabalho e marcada pela força das batida, ritmo crescente e evidente peso na construção das guitarras, rompendo com o estilo inicial do álbum.“Lying Low” é uma música eletrônica e noturna cheia de sintetizadores, uma pequena viagem para promover o lado mais enigmático do trabalho que segue com a faixa “Forever Is A Long Time” também sem vocais com barulhos eletrônicos. Uma nova mudança de tom acontece com a faixa “The Light” uma relaxante balada que muda de frequência se tornando eletrônica e com alguns misteriosos samples. Já “Sex Emoji” evoca o som praticado no primeiro álbum da banda com o vocal mais despojado e divertido da banda, tem uma estrutura sonora bem atraente e pop. O som muda drasticamente com a sequência composta pela faixa “Walking In The Dark” que combina com o som praticado nos trabalhos mais recentes, sendo um som delicado e eletrônico que explode em simplicidade. Já “Insecure” é uma intro espacial para “Miracle Rooftop” uma canção eletrônica viajante muito intensa na concepção quase filtrando o som. Em seguida temos a contemplativa “Upset My Girlfriend”, a canção mais sentimental do álbum. Em seguida o som cresce na batida com a agitadinha “Wedding Bells” uma deliciosa canção que lembra muito o som do "Sonic Youth", bem produzido, limpo e com uma pegada rocker muito disposta a agitar. Em seguida tem outra quebra de ritmo com a faixa “Lately (Going Spare)", com uma balada eletro de fim de festa. O encerramento do álbum fica por conta de “Ur Mixtape” uma elegante e rapidinha faixa com um som quase ambiente. A banda corre riscos necessários com esse trabalho, quebra expectativas e surpreende positivamente. DELICIOSO, MODERNO E ENVOLVENTE



São 17 faixas disponíveis nas principais plataformas de streaming pelo selo Because Music.

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

MIDSOMMAR: O MAL NÃO ESPERA A NOITE de "Ari Aster"


Produção não é exatamente um filme de terror, é uma experiência tensa de horror e desapego aos elos de afeto.


O novato diretor Ari Aster realizou sua perturbadora estréia com um dos filmes mais comentados do ano de 2018, Hereditário, um terror psicológico com características únicas que chocou o mundo positivamente. A expectativa da sequência de sua filmografia era enorme e nesse segundo longa metragem, o diretor não transita só no terror, ele realiza uma mistura de gêneros em uma viagem agoniante e solar com momentos brisantes e alucinógenos. A mente visionária de Ari Aster proporciona momentos de extrema angústia já nos minutos iniciais com um evento traumático e dolorido. Este é o pontapé inicial de uma jornada de superação da personagem principal seguida por belas imagens do caminho e do vilarejo onde o filme se desenvolve, tudo com um design de produção vibrante acompanhado de uma viagem sensorial que poucas produções conseguem despertar. Independente da condução encerrada por circunstâncias de sentimentos ruins manifestadas de forma  maléficas e macabras, o filme surge como um conto de fadas cinematográfico encharcado de pavor onde um mundo de escuridão se desdobra em plena luz do dia. Na trama Dani e Christian formam um jovem casal americano com um relacionamento prestes a desmoronar. Após uma tragédia familiar eles se mantém juntos, Dani, que está de luto, convida-se para se juntar a Christian e seus amigos em uma viagem para um festival de verão único em uma remota vila sueca. O que começa como férias despreocupadas de verão em uma terra de luz eterna toma um rumo sinistro quando os moradores do vilarejo convidam o grupo a participar de festividades que tornam o paraíso pastoral cada vez mais preocupante e visceralmente perturbador. A produção é uma experiência imersiva que convida o expectador a ter as sensações de seus personagens e questionar os acontecimentos que fluem em um tempo de tela um pouco extenso, a duração do filme é de 2 horas e 20 minutos e quem não embarcar na história viverá um pesadelo. Há alguns problemas no que se refere aos personagens, com decisões tomadas de forma precipitada e friamente calculistas, tornando a produção intrigante em toda atmosfera mesmo que tenha que abrir mão de uma dinâmica mais fluida para funcionar melhor com qualquer tipo de público. O foco é a personagem de Dani muito bem interpretada por Florence Pugh e os outros personagens infelizmente ficam com tempo reduzido em tela e sem o aprofundamento de suas vidas, quase como adereços no filme. Isso não chega a incomodar porém faz falta na hora de criar identidade com os mesmos. É uma produção muito bem filmada, confusa, pouco empática mas com toda qualidade do selo A24, o estúdio que apresenta atualmente uma qualidade impecável em suas produções saindo totalmente da linha produção do cinema comercial americano, se é isso que você busca como entretenimento o filme é uma viagem turbulenta com um misto de sensações e emoções. TERROR EM FORMATO DE ARTE.


O filme estréia nos cinemas dia 19/09 pela PARIS FILMES.

Filme visto na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: ÓTIMO- Nota: 8,0

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

ABIGAIL E A CIDADE PROIBIDA de "Aleksandr Boguslavskiy"



Aventura cheia de fantasia steampunk russa é uma colagem de várias produções do gênero sem novidade.
O cinema pipoca Russo tem despertado a curiosidade devido ao número de produções que buscam se aproximar ou mesmo copiar o cinema Hollywoodiano, mas as investidas não conseguem êxito em produções confusas e que entregam ao público algo ainda muito genérico e longe de pelo menos apresentar um bom entretenimento. Produções como "Os Guardiões”, “A Noiva” e “A Sereia: Lago dos Mortos” conseguiram distribuição no Brasil mas passam longe de serem unanimidade. É bom lembrar de uma produção russa que ainda conseguiu êxito lá em meados de 2005, era a trilogia iniciada em Guardiões da Noite (The NightWatch ou no original Nochnoy Bazar) que despontava como uma aventura de ação alternativa. Era observado um certo potencial em fazer das produções do país algo pop e acessível ao resto do mundo. Mesmo após vários anos não houve qualquer evolução e o que se consegue enxergar são filmes sem identidade em sua concepção, esse Abigail e a Cidade Proibida mostra essa linhagem russa, fria e confrontando com um roteiro pouco elaborado e as vezes meio cópia de outras obras populares, a trama pouco inspiradora de Abigail lembra inclusive Harry Potter. O pior defeito da produção é não ser divertida e muito menos carismática. Na trama uma cidade teve suas fronteiras fechadas após uma epidemia tomar conta de grande parte do local. Lá, vive uma jovem chamada Abigail (Tinatin Dalakishvili), que, ainda criança, teve seu pai levado da cidade onde moravam por ter sido afetado por essa doença misteriosa. Mais velha, Abigail decide quebrar as regras e passar por cima das autoridades da região para ir à procura de seu pai. Nessa jornada, ela descobre que ela e a cidade têm poderes mágicos. No geral, a narrativa não se conecta com o público. O progresso da história é bem confuso e meio difícil de acompanhar, alguns expectadores vão se incomodar com a falta de comprometimento da produção que perde o foco em tudo que é apresentado com diversos ruídos que atrapalham a clareza da história. O ponto alto ainda fica com os efeitos visuais que mesmo problemáticos não chegam a incomodar como a total falta de carisma dos personagens e o discurso tão descartável e esquecível . FRIO E BOBO.


O filme está em cartaz nos cinemas pela PLAYARTE PICTURES.

Hype: REGULAR - Nota: 4,0

terça-feira, 10 de setembro de 2019

MELANIE MARTINEZ - K12 (2019)



Cantora lança sucessor do fenômeno "Cry Baby" em formato de álbum musical e filme com metáfora distópica da adolescência de maneira no mínimo curiosa. 

A artista de apenas 24 anos ganhou fama depois de participar da terceira temporada do reality show ‘The Voice’ com seu jeito peculiar e realizando versões de canções famosas, logo depois despertou interesse de empresários da música e lançou seu primeiro e alternativo álbum de estreia intitulado ‘Cry Baby’ (2015), um interessante trabalho que despertou curiosidade da crítica e público, principalmente de qual caminho ela iria seguir. Longe de ser uma cantora comum, ela criou um estilo próprio, colorido e cheio atrativos adolescentes misturando as principais queixas dos jovens, nada que soe muito original diante a tantos artistas que seguem a mesma linha. A cantora permanece firme em suas convicções e apresenta um material consistente e com personalidade "confusa" em K12, uma jornada colegial que pode não ter uma condução certeira ou perfeita, principalmente para quem almeja o mainstream, mas suas inspirações elevadas entrega bons poemas musicais com abordagem tortuosa e estilosa presente nas músicas e na obra visual. Acompanhando as novas músicas a cantora também dirigiu e produziu um filme que teve uma única exibição nos cinemas e já está disponível no YouTube, na qual, ela nos convida para uma distorcida e maluca viagem num colégio repleto de bizarrices em tom pastel e meio burlesco modernista. É um retrato visual das composições e um atrativo a mais para acompanhar as músicas mesmo que por vezes se torne cansativo tanto esteticamente como nas temáticas das canções. Acompanhe nossas impressões faixa a faixa do álbum."Wheels on the Bus" abre o álbum em uma canção pop sobre o tédio da rotina adolescente, é uma canção pop, leve e agradável. "Class Fight" surpreendente com uma delicadeza em sua melodia. "The Principal" é agitadinha sem grandes manobras, eficiente. "Show e Tell" é chamosa mesmo se concentrando demais na letra bobinha. "Nurse"s Office" traz uma pegada com mais detalhes na composição e melodia."Drama"Club" é uma balada que cumpre seu papel sem ser especial. "Strawberry Shortcake" não é inspirada, é uma canção meio termo que pode distrair mas sem o usual cuidado em fugir da mesmice. "Lunchbox Friends" é uma colagem de qualquer música pop atual sem muita personalidade. "Orange Juice" ela busca novamente poetizar uma canção, funciona pela construção. "Detention" traz a tona o espírito que a destacou em "Cry Baby" com sensualidade e melodia pop atrativa. "Teacher"s Pet" não apresenta novidade mostrando uma repetição na composição. Não empolga. "High School Sweethearts" é a mais intimista e interessante do trabalho com boas nuances de construção de melodia e voz. "Recess" encerra o trabalho com uma sensação estranha de "fim de festa". K12 tem tudo para agradar quem busca no pop uma distração com profundidade de brevidades joviais. Mesmo muitas vezes musicalmente andando em círculos e sem muito frescor a cantora investe na sua construção exótica em uma personalidade muitas vezes confusa, não deixa de ser um bom trabalho mesmo que muitas vezes pouco direcionado em algum propósito, disperso de sua própria mensagem, não fica claro onde ela quer chegar. A simpática cantora mostra a confusão que é a cabeça de uma jovem em um trabalho que pode confundir quem busca se entreter. Não é muito fácil de digerir suas mensagens. Não deixa de ser uma marca da cantora fugir de qualquer enquadramento, isso já é um ponto positivo pra ela e para seu trabalho, desconstruindo fórmulas e criando seu perfil no meio pop se baseando na arte mesmo quase como uma colagem de vários estilos. O POP MODERNISTA!


ASSISTA AO FILME K12:



São 13 faixas disponíveis nas principais plataformas digitais de músicas pela Warner Music. O filme, está disponível no You Tube (link acima) e possui pouco mais de 60 minutos com todas as músicas do álbum.

Hype: BOM - Nota: 6,5

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

VAI QUE COLA 2 - O COMEÇO (2019) de "César Rodrigues"



Origem dos personagens é simples, honesta e engraçada na medida certa.

O segundo longa derivado da série Vai Que Cola, exibida pelo Multishow, que já completa sete temporadas no ar, chega para contar o início da turma do Méier quase como um programa especial, só que nos cinemas. Uma regra básica tem sido de valor nas comédias brasileiras, menos inovação e mais humor popular. Infelizmente comédias que buscaram sair da fórmula popular naufragaram nas bilheterias como Loucas para Casar, T.O.C e Uma Quase Dupla.  Essa continuação tem todos elementos para agradar quem não deseja pensar com uma comédia ou muito menos piadas mais elaboradas e descoladas. É o humor "A Praça é Nossa" fazendo escola. O longa se passa num ponto anterior ao primeiro filme da franquia e da série de TV, sanando curiosidades dos fãs da turma. A casa de Dona Jô (Catarina Abdalla) não era pensão e ela vivia sozinha com Jéssica (Samantha Schmütz), uma adolescente em fase de prestar Vestibular/Enem. Já Ferdinando (Marcus Majella) e Máicol (Emiliano d'Avila) moravam no Nordeste e ainda sonhavam em ir para o Rio. Enquanto Terezinha (Cacau Protásio) morava no Morro do Cerol com seu amado Tiziu, o público vai finalmente conhecer a figura de Tiziu (Fábio Lago), grande amor da vida de Terezinha, que nunca foi revelado anteriormente. O grupo todo se encontra, justamente, em uma feijoada que Terezinha organiza para o bicheiro. Estão também no elenco do filme Fiorella Mattheis, Silvio Guindane, Érico Brás, Alice Morena, Paulinho Serra, Mary Sheyla Marcelo Medici. O filme não busca ser ousado em sua narrativa sendo bem inocente e muitas vezes beirando até o conto de fadas, não fugindo muito do seriado a que apresenta o roteiro meio lúdico. Nada que atrapalhe a divertida turma de aprofundar os personagens e quem sabe dá um gás em novos rumos aos personagens na nova temporada na TV. Na trama Muito antes de socializarem quase todos os dias na pensão da Dona Jô, Jéssica, Ferdinando e Máicol sequer se conheciam. Mas Terezinha decide organizar uma grande feijoada no Morro do Cerol, todos eles se encontram pela primeira vez, da maneira mais inusitada possível e claro se envolvem em confusões. Seguindo a linha do primeiro filme, Vai que Cola 2 também foi gravado em locações reais, mas manteve fielmente a identidade cômica do programa, talvez essa linha real seria a melhor solução para a série se renovar e voltar a se destacar, com o passar das temporadas e a entrada de novos personagens tudo ficou meio sem conexão com o argumento inicial, expandir a história é necessário mas sem abandonar a essência inicial. O filme consegue de maneira sútil realmente entregar sinceridade aos personagens que tem cada um seu tempo de tela equilibrado com piadas que conseguem arrancar boas gargalhadas. Afastado do programa na televisão para dar atenção a outros projetos, o ator Paulo Gustavo não participa do novo filme. O grande destaque permanece com Ferdinando, o concierge de dona Jô consegue desde o início do filme impor a identidade do seu personagem roubando a cena, seus bordões pegam fácil, as piadas são descoladas e conectadas com o meio gay com destaque quando ele encarna Xuxa em uma performance de “Lua de Cristal”, com o príncipe de Sérgio Mallandro. Sempre hilário. É um filme para se divertir e rir sem qualquer compromisso de ir além. BOM PASSATEMPO!


O longa estréia dia 12/09 nos Cinemas, uma co-produção Conspiração Filmes, A Fábrica, Universal Pictures International e Globo Filmes e a responsável pela distribuição é a H2O Films

Filme visto na Cabine de Imprensa realizada em Brasília!


Hype: BOM - Nota: 6,0

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

LANA DEL REY - NORMAM FUCKING ROCKWELL (2019)



Cantora lança álbum intimista, maduro e despojado se revelando como uma das compositoras mais descoladas da atualidade.

Elizabeth Woolridge Grant atingiu um alto patamar ao fugir dos porões do indie e explodir no alto escalão do pop mundial nos últimos anos. Mais conhecida por seu nome artístico Lana Del Rey, ela tem uma voz doce e marcante, é compositora, é modelo de corpo e alma e ainda tem talento como atriz. Seu estouro como uma cantora triste e estilosa foi em meados de 2012 com a música Video Games que foi o carro chefe do seu primeiro álbum, Born To Die lançado no mesmo ano. Ela era um promessa interessante da música, o termômetro hype explodia e rapidamente com a ajuda da internet e angariando muitos fãs ao seu estilo inspirado em clássicos e boas sacadas estéticas. A coroa de flores "Lana Del Rey" reinou por um bom tempo entre as meninas. Após um EP que complementou Born to Die ela resolveu ir além em sua sonoridade no intenso segundo trabalho Ultraviolence em 2014, cheio conceitos e despertando cada vez mais uma pegada moderna em seu som e catapultando a cantora a novos patamares. Em seguida a cantora zombou da própria onda que surfava com o álbum HoneyMoon de 2015 quase como um freio aos principais impulsos de seus trabalhos anteriores. Seu último disco, Lust for Life (2017), foi estruturalmente ambicioso e focado no mainstream. O trabalho reuniu um time de peso com o renomado produtor Rick Nowels e alguns nomes do trap, como Metro Boomin além de dividir os microfones com os rappers A$AP Rocky, Playboi Carti e o cantor The Weekend. Norman Fucking Rockwell consolida o êxito comercial da cantora sem abandonar seus principais requisitos que a tornaram o diferencial invadindo o meio pop com seu vocal lírico somado a toda estrutura conceitual do trabalho. Ela se tornou uma diva pop sem soar de fato como tal. O álbum é produzido por Jack Antonoff que também produz estrelas como Taylor Swift, Lorde e St. Vincent. Seu principal dedo no trabalho é instigar as cantoras e deixá-las confortáveis em seu processo criativo, com Lana ele organiza sua pegada pop controlando excessos e equilibrando os momentos sem tornar a obra cansativa. A cantora consegue aproximar seu trabalho a um campo maior de proporções além de usar seu charme para agregar valor ao seu jeito de compor e se apresentar ao público. Confira nossas impressões faixa a faixa do álbum. A faixa que dá nome ao trabalho "Norman Fucking Rockwell" abre o álbum com uma balada com todo estilo da cantora, voz doce, instrumental leve e sua letra sobre homens e como eles podem virar objeto para um mulher ou simplesmente como ela pode se apaixonar por um canalha. Uma canção que mostra seu poder de falar de coisas safadas de forma polida. "Mariners Apartment Complex" segue o clima empodarado sem deixar o lado feminino florescer como um poema com musicalidade crescente a cada trecho. "Venice Bitch" é aquela canção dor de cotovelo pronta para desabafar e longe de passar o porre de álcool, são mais de 9 minutos de lombra. "Fuck it love you" a cantora continua sua ode as dores de cotovelo, revoltada por gostar do boy. Não pulsa como deveria e essa é sua pegada. "Doin' Time" é atrativa no ritmo e tem uma energia contagiante com pegada noturna e nem parece um cover da banda Sublime, tem vida própria. "Love Song" é aquela música romântica que encanta de primeira com todos elementos já apresentados pela cantora nós outros trabalhos, tem seu charme. "Cinnamon Girl" é a virada que o álbum precisava se tornando mais intenso em uma canção irresistível a sua maneira, principalmente no final cheio de beats. "How to Disappear" é aquela música que relaxa ao mesmo tempo que pode deprimir de leve, Lana seduz a cada trecho da letra com total controle do tom de voz entregando aos poucos sua melodia. "California" é a musicalidade que a cantora faz bem mesmo quando não está em seus melhores momentos, domina a canção sem surpresas. "The Next Best American Record" segue como uma balada cheia de camadas interessantes e detalhes atrativos. Não traz novidades mas cumpre seu papel. "The Greatest" é uma música de vibrações, começa rápida e termina lenta com um piano, a pegada certa para um momento relaxante. "Bartender" é uma canção inofensiva mesmo com nuances que envolvem, é o tipo de canção que cresce a cada audição, quase um piano e voz com direito a sussurros. "Happines is a Butterfly" é bem construída sem medo de ser comum. "Hope is a Dangerous Thing for a Like Woman to like me to have - but I have it" é uma conclusão especial com uma canção linda e complexa. Um álbum que pode ser quase considerado perfeito dentro de seus aspectos, bem produzido, estiloso, atual e sem abandonar o estilo saudosista a épocas passadas, marca registrada da cantora que a cada trabalho se torna maior em agregar positivamente seu toque pessoal com simplicidade e sensualidade. Não deixe de assistir aos vídeos deste trabalho incluindo "Doin' Time" que traz a cantora gigante transitando em uma cidade e explodindo beleza. MELANCOLIA DO BEM!




São 14 músicas disponíveis nas principais plataformas digitais de música pela Universal Music.



Hype: ÓTIMO - Nota: 9,0

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

FESTIVAL OCUPA! (Brasília -DF)


NOVO FESTIVAL EM BRASÍLIA COMEÇA DIA 07/09 (DIA DA INDEPENDÊNCIA) COM ÓTIMO LINE UP!
O Ocupa! propõe um mergulho ousado nas artes contemporâneas e alguns de seus expoentes locais e nacionais, com uma programação multicultural de 7 a 29 de Setembro. O projeto foca em três eixos temáticos: Artes Visuais, Música e Cinema. O Ocupa! – 1º Festival de Artes Contemporâneas de Brasília, chega para coroar uma iniciativa inédita de ocupação de área urbana por meio de intervenções de artecenografia, músicadiversão, cultura urbana e comportamento. Ocupar criativamente e culturalmente um espaço antes abandonado, nunca esquecido. O festival acontece na "Piscina de Ondas" que passou mais de vinte anos numa espécie de limbo, deixando de ser o espaço público na definição conhecemos e se tornou reflexo do abandono. O festival tem essa proposta de dar vitalidade a locais que estão esquecidos e segue o ímpeto pioneiro da "Ocupação Contém", inaugurada em 13 de julho e que já reverbera em grandes números, postagens e hashtags. O projeto ganha lançamento com duas mostras de Artes Visuais que apresentam obras espalhadas por sete galerias de arte contemporânea. São dezessete artistas que dedicam obras para Brasília e dialogam com a ação do tempo sem mascarar vestígios. O abandono, lixo e odores fétidos não mais existem, agora a sinestesia aguça fruições entre arte, arquitetura e espaço urbano. O Programa Educativo, coordenado por Renato Acha, vai contar com visitas orientadas onde mediadoras convidam os visitantes ao diálogo em um percurso de fruição de ideias.

Programação


( 7 de Setembro, Sábado )

  • Alice Caymmi (22h30)
  • Chico Chico e João Mantuano (20h30)
  • Jean Tassy (19h)

( 8 de Setembro, Domingo )
  • Marjorie Yamaguti – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (18h)
  • Encerramento da visitação das galerias (22h)

( 13 de Setembro, Sexta )
  • Abertura das Galerias de Arte (17h)
  • Encerramento da visitação das galerias (22h)
  • Cecília Bona – Roda de Conversa / Mostra Visual – Utopias Efêmeras (19h)
  • Gustavo Silvamaral – Roda de Conversa / Mostra Visual – Utopias Efêmeras (20h)
  • Levi Orthof – Roda de Conversa / Mostra Visual – Utopias Efêmeras (21h)

( 14 de Setembro, Sábado )

  • Joana França – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (18h)
  • Zuleika de Souza – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (19h)
  • Samba Urgente (21h)
  • Roberta Sá (22h30)

( 20 de Setembro, Sexta )
  • Abertura das Galerias de Arte (17h)
  • Íris Helena – Roda de Conversa / Mostra Visual – Utopias Efêmeras (19h)
  • Cecília Mori – Roda de Conversa / Mostra Visual – Utopias Efêmeras (20h)
  • João Trevisan – Roda de Conversa / Mostra Visual – Utopias Efêmeras (21h)
  • Encerramento da visitação das galerias (22h)

( 21 de Setembro, Sábado )
  • Cila Mac Dowell – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (18h)
  • Jacqueline Lisboa – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (19h)
  • Raquel Aviani – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (20h)
  • O Tarot (18h)
  • Lupa (19h)
  • Mahmundi (20h30)
  • Clarice Falcão (22h30)

( 28 de setembro, Sábado )

  • Abertura das Galerias de Arte (17h)
  • Waleska Reuter e Raquel Nava – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (18h)
  • Janine Moraes – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (19h)
  • VJ Grazzi – Roda de Conversa / Mostra Visual – Brasília 60 – Novas Candangas (20h)
  • Natália Carrera (18h)
  • Raquel Reis (19h)
  • Ellefante (20h30)
  • Encerramento da visitação das galerias (22h)
  • Céu (22h30)

Local:  Piscina com Ondas no Parque da Cidade (Estacionamento 07) - Brasília-DF

Ingressos no LINK: SYMPLA (Os Ingressos gratuitos podem estar esgotados!)

Mais informações no LINK: FESTIVAL OCUPA



terça-feira, 3 de setembro de 2019

IT - CAPÍTULO DOIS - "It: Chapter Two" de "Andy Muschietti"


Ato final da adaptação de Stephen King é uma obra completa e satisfatória, muito mais emocionante que assustadora.  

A nova visão da perturbadora da obra de Stephen King ganha sua conclusão com todos os elementos que fizeram o filme de 2017 um enorme sucesso. O êxito do filme na fidelidade com o material de origem, o livro, dá um gás em acompanhar cada vez mais adaptações do escritor de terror mais famoso do mundo, sua mente criativa e detalhista para tratar os medos é exposto em um filme que surpreende sempre positivamente. O terror nem sempre vem da forma que esperamos e o filme deixa isso muito explícito já na parte introdutória, o medo está no bullying, no preconceito, no assédio e nos traumas sofridos, tudo pode ser um reflexo para justificar um mundo tão repleto de maldade, Pennywise é a representação de todos os males que vivemos desde criança. A obra “IT” é um romance do gênero terror, publicado inicialmente em 1986. Em 1990 ganhou uma minissérie em duas partes chamada It - Uma Obra-Prima do Medo. Em 2017 a Warner Bros resolveu trazer a tona novamente a história do demônio maligno que se apresenta na forma de um palhaço assassino de crianças, desta vez, em formato de filme e dividido em 2 capítulos. O primeiro capítulo foi um sucesso de crítica e público, foi o filme de terror mais bem sucedido da história do cinema arrecadando mais de 700 milhões de dólares. Muito se questionou sobre a abordagem escolhida, se o filme era um terror ou uma mescla de gêneros. Independente disso, o estúdio aproveitou o fenômeno e apresenta um segundo capítulo tão bom quanto o primeiro, a  inclusão do novo elenco não minimiza o poder dos personagens, agora adultos, a história transita entre as crianças e os adultos, então há pouca chance de perder o interesse na história. Na trama 27 anos depois dos eventos de "It - A Coisa", Mike (Isaiah Mustafa) percebe que o palhaço Pennywise (Bill Skarsgard) está de volta à cidade de Derry. Ele convoca os antigos amigos do Clube dos Otários para honrar a promessa de infância e acabar com o inimigo de uma vez por todas. Mas quando Bill (James McAvoy), Beverly (Jessica Chastain), Ritchie (Bill Hader), Ben (Jack Ryan) e Eddie (James Ransone) retornam às suas origens, eles precisam se confrontar a traumas nunca resolvidos de suas infâncias, e que repercutem até hoje na vida adulta. Mesmo com extensa duração de 2h 51m, o filme tem um bom ritmo e tudo que acontece tem um propósito, o clube dos perdedores (Losers Club) ganham uma conclusão digna e se torna a vitória de uma concepção de repressão ou de derrota. O elenco tem boa postura e com bom tempo de tela para cada um, sem nenhum grande destaque. Quanto ao filme em si, ele possui ingredientes que agradam quem busca um bom entretenimento independente do gênero favorito e também vários "easter eggs" que tornam a experiência ainda melhor. Uma sequência tão impactante quanto o capítulo um. TENEBROSO E EDIFICANTE.


O filme chega aos cinemas em 5 de Setembro pela WARNER.BROS.

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0