quinta-feira, 19 de setembro de 2019

RAMBO - ATÉ O FIM (2018) "Rambo: Last Blood" de "Adrian Grunberg"



Clássico personagem de Sylvester Stallone confronta seu passado e finaliza seu legado se esvaziando em viés violento.

A franquia Rambo que já arrecadou mais de 700 milhões de dólares ao redor do mundo e consagrou Stallone como uma verdadeira lenda dos filmes de ação e tinha um principal objetivo, ser a voz do espectador em uma guerra. O combatente que você torce para vencer o inimigo a todo custo das ameças que geralmente promovem o terror. O personagem John Rambo é um veterano da Guerra do Vietnã e soldado do Exército norte-americano, ele apareceu pela primeira vez nos cinemas em 1982 em Rambo: Programado Para Matar, que usa espertamente a situação de trauma dos soldados que voltam da guerra. Ele quer seguir sua vida, mas, provocado numa cidadezinha, reage com fúria. Até então, o clássico "testosterona" tem seu charme mesmo com os outros três filmes pegando carona como desculpas para trucidar seus inimigos. Neste filme, o principal conflito é a inclusão do narcotráfico mexicano, é um tema sério e delicado para se tratar em uma época de extremo preconceito étnico, ainda mais sem a devida tratativa de um roteiro mais elaborado, servindo apenas para justificar um herói já pertubado da guerra a voltar ao terror pela fúria da vingança saciando a sede de violência dos fãs. Rambo: Até o Fim marca o quinto e último capítulo dessa história tentando retomar as origens do personagem, esse é o primeiro filme da série, desde o original, a se passar nos Estados Unidos usando desta vez os mexicanos como os "inimigos da vez", é uma linha tênue perigosa para se transitar. Sem qualquer paciência em tratar os assuntos sérios como os traumas e o sentimento de culpa por ter sobrevivido ao Vietnã, enquanto seus amigos morreram, seu passatempo é construir túneis cheios de armadilhas que convenientemente se tornam o clímax do filme. O alicerce da trama é tão bobo como todos esses filmes dos anos 80 que aprendemos a gostar pelo simples fato de serem a luta do bem contra o mal, com o senso de justiça raso e pouco lúcido e dos vilões mais estúpidos possíveis para amenizar o lado racional. O importante para quem ainda gosta do personagem é tentar esquecer a realidade e embarcar nessa idéia louca proposta de entretenimento, talvez não funcione como antigamente, são outros tempos. Na trama, já com o peso da idade, Rambo (Sylvester Stallone), agora vive recluso em um rancho. Sua vida marcada por lutas violentas ficou para trás, mas deixou marcas inesquecíveis. No entanto, quando uma jovem de uma família amiga é sequestrada, Rambo precisará confrontar seu passado e resgatar suas habilidades de combate para enfrentar o mais perigoso cartel mexicano. A busca logo se transforma em uma caçada por justiça, onde nenhum criminoso será perdoado. Dirigido por Adrian Grunberg (Plano de Fuga) e com roteiro assinado por Matthew Cirulnick (Absentia) e pelo próprio Stallone, a trama não vai além, não surpreende. Rambo se vê forçado a reviver suas habilidades de combate exaltando o lado justiceiro do personagem, se esse é seu objetivo como entretenimento de ação, siga em frente e aproveite cada morte violenta sem qualquer racionalidade. Inclusive o filme ganhou censura 18 anos pela crueldade das cenas, quase um Jogos Mortais de ação. É uma ficção pragmática realizada para esse objetivo, ver Stallone vencer seus inimigos violentamente. Seu fim é decretado de forma melancólica em uma temática que infelizmente se perdeu com o tempo assim como as próprias guerras vividas pelo personagem, quase como um velho rebelde, pertubado, louco, fazendo justiça com as próprias mãos ao se entregar a um acerto de contas. Esse motim funciona na mesma medida que a violência urbana que nos acostumamos a ver no dia a dia sendo pouco recompensador. Talvez essa seja a nova guerra de Rambo. O TÍPICO HERÓI AMERICANO. 



Filme visto na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

O filme estréia em 19/09 no Cinemas pela IMAGEM FILMES e CALIFORNIA FILMES.
Hype: REGULAR - Nota: 5,0

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