sexta-feira, 6 de setembro de 2019

LANA DEL REY - NORMAM FUCKING ROCKWELL (2019)



Cantora lança álbum intimista, maduro e despojado se revelando como uma das compositoras mais descoladas da atualidade.

Elizabeth Woolridge Grant atingiu um alto patamar ao fugir dos porões do indie e explodir no alto escalão do pop mundial nos últimos anos. Mais conhecida por seu nome artístico Lana Del Rey, ela tem uma voz doce e marcante, é compositora, é modelo de corpo e alma e ainda tem talento como atriz. Seu estouro como uma cantora triste e estilosa foi em meados de 2012 com a música Video Games que foi o carro chefe do seu primeiro álbum, Born To Die lançado no mesmo ano. Ela era um promessa interessante da música, o termômetro hype explodia e rapidamente com a ajuda da internet e angariando muitos fãs ao seu estilo inspirado em clássicos e boas sacadas estéticas. A coroa de flores "Lana Del Rey" reinou por um bom tempo entre as meninas. Após um EP que complementou Born to Die ela resolveu ir além em sua sonoridade no intenso segundo trabalho Ultraviolence em 2014, cheio conceitos e despertando cada vez mais uma pegada moderna em seu som e catapultando a cantora a novos patamares. Em seguida a cantora zombou da própria onda que surfava com o álbum HoneyMoon de 2015 quase como um freio aos principais impulsos de seus trabalhos anteriores. Seu último disco, Lust for Life (2017), foi estruturalmente ambicioso e focado no mainstream. O trabalho reuniu um time de peso com o renomado produtor Rick Nowels e alguns nomes do trap, como Metro Boomin além de dividir os microfones com os rappers A$AP Rocky, Playboi Carti e o cantor The Weekend. Norman Fucking Rockwell consolida o êxito comercial da cantora sem abandonar seus principais requisitos que a tornaram o diferencial invadindo o meio pop com seu vocal lírico somado a toda estrutura conceitual do trabalho. Ela se tornou uma diva pop sem soar de fato como tal. O álbum é produzido por Jack Antonoff que também produz estrelas como Taylor Swift, Lorde e St. Vincent. Seu principal dedo no trabalho é instigar as cantoras e deixá-las confortáveis em seu processo criativo, com Lana ele organiza sua pegada pop controlando excessos e equilibrando os momentos sem tornar a obra cansativa. A cantora consegue aproximar seu trabalho a um campo maior de proporções além de usar seu charme para agregar valor ao seu jeito de compor e se apresentar ao público. Confira nossas impressões faixa a faixa do álbum. A faixa que dá nome ao trabalho "Norman Fucking Rockwell" abre o álbum com uma balada com todo estilo da cantora, voz doce, instrumental leve e sua letra sobre homens e como eles podem virar objeto para um mulher ou simplesmente como ela pode se apaixonar por um canalha. Uma canção que mostra seu poder de falar de coisas safadas de forma polida. "Mariners Apartment Complex" segue o clima empodarado sem deixar o lado feminino florescer como um poema com musicalidade crescente a cada trecho. "Venice Bitch" é aquela canção dor de cotovelo pronta para desabafar e longe de passar o porre de álcool, são mais de 9 minutos de lombra. "Fuck it love you" a cantora continua sua ode as dores de cotovelo, revoltada por gostar do boy. Não pulsa como deveria e essa é sua pegada. "Doin' Time" é atrativa no ritmo e tem uma energia contagiante com pegada noturna e nem parece um cover da banda Sublime, tem vida própria. "Love Song" é aquela música romântica que encanta de primeira com todos elementos já apresentados pela cantora nós outros trabalhos, tem seu charme. "Cinnamon Girl" é a virada que o álbum precisava se tornando mais intenso em uma canção irresistível a sua maneira, principalmente no final cheio de beats. "How to Disappear" é aquela música que relaxa ao mesmo tempo que pode deprimir de leve, Lana seduz a cada trecho da letra com total controle do tom de voz entregando aos poucos sua melodia. "California" é a musicalidade que a cantora faz bem mesmo quando não está em seus melhores momentos, domina a canção sem surpresas. "The Next Best American Record" segue como uma balada cheia de camadas interessantes e detalhes atrativos. Não traz novidades mas cumpre seu papel. "The Greatest" é uma música de vibrações, começa rápida e termina lenta com um piano, a pegada certa para um momento relaxante. "Bartender" é uma canção inofensiva mesmo com nuances que envolvem, é o tipo de canção que cresce a cada audição, quase um piano e voz com direito a sussurros. "Happines is a Butterfly" é bem construída sem medo de ser comum. "Hope is a Dangerous Thing for a Like Woman to like me to have - but I have it" é uma conclusão especial com uma canção linda e complexa. Um álbum que pode ser quase considerado perfeito dentro de seus aspectos, bem produzido, estiloso, atual e sem abandonar o estilo saudosista a épocas passadas, marca registrada da cantora que a cada trabalho se torna maior em agregar positivamente seu toque pessoal com simplicidade e sensualidade. Não deixe de assistir aos vídeos deste trabalho incluindo "Doin' Time" que traz a cantora gigante transitando em uma cidade e explodindo beleza. MELANCOLIA DO BEM!




São 14 músicas disponíveis nas principais plataformas digitais de música pela Universal Music.



Hype: ÓTIMO - Nota: 9,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário