sexta-feira, 13 de setembro de 2019

MIDSOMMAR: O MAL NÃO ESPERA A NOITE de "Ari Aster"


Produção não é exatamente um filme de terror, é uma experiência tensa de horror e desapego aos elos de afeto.


O novato diretor Ari Aster realizou sua perturbadora estréia com um dos filmes mais comentados do ano de 2018, Hereditário, um terror psicológico com características únicas que chocou o mundo positivamente. A expectativa da sequência de sua filmografia era enorme e nesse segundo longa metragem, o diretor não transita só no terror, ele realiza uma mistura de gêneros em uma viagem agoniante e solar com momentos brisantes e alucinógenos. A mente visionária de Ari Aster proporciona momentos de extrema angústia já nos minutos iniciais com um evento traumático e dolorido. Este é o pontapé inicial de uma jornada de superação da personagem principal seguida por belas imagens do caminho e do vilarejo onde o filme se desenvolve, tudo com um design de produção vibrante acompanhado de uma viagem sensorial que poucas produções conseguem despertar. Independente da condução encerrada por circunstâncias de sentimentos ruins manifestadas de forma  maléficas e macabras, o filme surge como um conto de fadas cinematográfico encharcado de pavor onde um mundo de escuridão se desdobra em plena luz do dia. Na trama Dani e Christian formam um jovem casal americano com um relacionamento prestes a desmoronar. Após uma tragédia familiar eles se mantém juntos, Dani, que está de luto, convida-se para se juntar a Christian e seus amigos em uma viagem para um festival de verão único em uma remota vila sueca. O que começa como férias despreocupadas de verão em uma terra de luz eterna toma um rumo sinistro quando os moradores do vilarejo convidam o grupo a participar de festividades que tornam o paraíso pastoral cada vez mais preocupante e visceralmente perturbador. A produção é uma experiência imersiva que convida o expectador a ter as sensações de seus personagens e questionar os acontecimentos que fluem em um tempo de tela um pouco extenso, a duração do filme é de 2 horas e 20 minutos e quem não embarcar na história viverá um pesadelo. Há alguns problemas no que se refere aos personagens, com decisões tomadas de forma precipitada e friamente calculistas, tornando a produção intrigante em toda atmosfera mesmo que tenha que abrir mão de uma dinâmica mais fluida para funcionar melhor com qualquer tipo de público. O foco é a personagem de Dani muito bem interpretada por Florence Pugh e os outros personagens infelizmente ficam com tempo reduzido em tela e sem o aprofundamento de suas vidas, quase como adereços no filme. Isso não chega a incomodar porém faz falta na hora de criar identidade com os mesmos. É uma produção muito bem filmada, confusa, pouco empática mas com toda qualidade do selo A24, o estúdio que apresenta atualmente uma qualidade impecável em suas produções saindo totalmente da linha produção do cinema comercial americano, se é isso que você busca como entretenimento o filme é uma viagem turbulenta com um misto de sensações e emoções. TERROR EM FORMATO DE ARTE.


O filme estréia nos cinemas dia 19/09 pela PARIS FILMES.

Filme visto na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: ÓTIMO- Nota: 8,0

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