quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A LUZ NO FIM DO MUNDO (2019) - "Light of My Life" de "Casey Affleck"


Drama interessante é uma história de sobrevivência com foco no afeto e no senso de proteção. 

Imagine um mundo sem mulheres? É com essa premissa, em uma hipótese no mínimo bizarra que surge o drama pós apocalíptico de Casey Affleck (Irmão de Ben Affleck), na história de "Light of My Life", seu segundo trabalho como roteirista e diretor, que em 2010 se aventurou no traumático filme "Eu Ainda Estou Aqui", que até hoje rende problema ao cineasta devido aos episódios de assédio a mulheres nos bastidores. Com um ritmo contemplativo e sem muito a entregar sobre a tal pandemia que exterminou as mulheres do mundo, o que sustenta o filme é a relação de sobrevivência entre pai e filha, isso é realizado de forma correta, muitas vezes emocionante e cativante, sem dúvidas o ponto alto do filme. O pai busca proteger sua filha, ela possivelmente seja a última mulher viva fora de algum cativeiro e sua sobrevivência depende de como ela conseguirá se manter afastada de homens mal intencionados. Pode parecer bizarro, mas esse é o ponto de partida da problemática do filme. Mesmo muito bem dosado na tensão e no drama, além de um bom desempenho de Casey Affleck e Anna Pniowsky, a produção testa a paciência de quem espera algo mais, informações detalhadas da tal pandemia e até mesmo um direcionamento de como eles sobreviverão ao próximo dia, se essa era a intenção do diretor (deixar o expectador no escuro) ele consegue com êxito, em resumo, é um dramático conto que acompanha até onde vai essa instigante fuga de proteção em um mundo sem saída e sem muitas perspectivas. Na trama, em uma realidade pós-apocalíptica, onde quase toda a população feminina do planeta foi devastada, um pai (Casey Affleck) precisa proteger sua filha (Anna Pniowsky) do perigo que os homens representam. Rag era apenas um bebê quando a pandemia global da Peste Feminina fez inúmeras vítimas e transformou a sociedade em um verdadeiro caos. Desde então, pai e filha vivem isolados na floresta, como forma de se protegerem de todas as possíveis ameaças. Rag é a única menina sobrevivente de que se tem notícia e, mesmo dez anos após a pandemia que tirou a vida de todas as mulheres, incluindo sua mãe (Elisabeth Moss), ela e seu pai ainda precisam lutar diariamente por sobrevivência. O filme foi exibido pela primeira vez no Festival de Berlim de 2019 com uma boa recepção. Casey Affleck (vencedor do Oscar de Melhor Ator por ‘Manchester à Beira Mar’) que, além de protagonista da história, é também o responsável pelo roteiro e pela direção do longa afirmou em entrevista que: “Muito do filme é baseado em sua experiência como pai”. O cineasta consegue dar a volta por cima e consolidar sua carreira cinematográfica após ser grande foco de tablóides devido a escândalos em sua vida pessoal, o filme tem seu valor e seu trabalho é satisfatório. No geral, um drama simples com uma mensagem até positiva de como os pais preparam os filhos para os perigos do mundo com o instinto de proteção, no caso do filme com um foco paterno, quase como uma mensagem de perdão do ator pelos seus erros estúpidos do passado com as mulheres, não deixa de ser nobre sua intenção em se redimir usando a arte a seu favor. A LUZ DA MINHA VIDA.



O filme estréia hoje nos cinemas pela IMAGEM FILMES.

Hype: BOM - Nota: 7,0

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