terça-feira, 21 de maio de 2019

TOLKIEN (2019) de "Dome Karukoski"


Cinebiografia sonolenta retrata os anos iniciais da vida de um dos maiores escritores da literatura fantástica, J.R.R. Tolkien e sua obra que até hoje possui um valor inigualável na Cultura Pop. 

Este modesto e honesto drama de época oferece sua própria versão romântica dos acontecimentos em sua vida esbarrando na questão de seu papel como fonte de um dos maiores fenômenos do entretenimento recente, a adaptação de O Senhor dos Anéis. Tolkien, discretamente tenta trabalhar tonalidades e problemas pessoais do escritor aliado a sua criatividade de lidar com os seus dramas pessoais. Esse tumultuado desenrolar envolve um romance e uma guerra criando uma resiliência no rapaz em transformar o seu imaginário em algo admirável. Esse retrato calmo da vida acadêmica do famoso escritor é o reflexo desde pequeno filme biográfico juntando fatos com o roteiro de Stephen Beresford e David Gleeson dedicando mais atenção ao fascínio dele por línguas antigas e fictícias do que a seu romance proibido com Edith Mary. Bratt (Lily Collins). O principal problema da história é o marasmo e a falta de interesse em focar em seu lado esotérico e de certa forma "Nerd" que inspirou sua adorada obra. Esse retrato do artista quando jovem, como um estudante talentoso, que se vê olhando para uma arma em uma guerra e prefere não lutar, é o embate mais interessante de um filme que foge completamente de seu papel de interlocutor de sua obra, deixa muito a desejar como biografia do grande escritor e talvez desperte fascínio nos fãs mais pacientes. A trama explora os anos de formação do autor interpretado por Nicholas Hoult ao encontrar amizade, amor e inspiração artística entre um grupo de colegas excluídos da escola. Isso o leva para a eclosão da Primeira Guerra Mundial, que ameaça acabar com essa “irmandade” criada entre eles. Todas essas experiências inspirariam Tolkien a escrever seus famosos romances da Terra-Média. Dirigido pelo cineasta finlandês Dome Karukoski, em seu primeiro grande filme, ele constrói uma bela história de superação, sobretudo para quem sobreviveu à Primeira Guerra Mundial, mas está muito aquém do que uma cinebiografia de Tolkien poderia alcançar diante sua popularidade. É um filme pequeno, com uma trajetória um tanto quanto discreta de seu legado, que deslanchou entre 2001 e 2003 com os filmes de O Senhor dos Anéis dirigidos por Peter Jackson e se estabeleceu no cinema, mantendo até hoje o recorde de Oscars numa saga (17 ao todo, sendo 11 apenas em O Retorno do Rei). A adaptação de O Hobbit por Jackson, lançada entre 2012 e 2014, não conquistou o mesmo reconhecimento de crítica. Em 2017, a Amazon anunciou a produção de uma série para sua plataforma de streaming, o Amazon Prime Video, baseada no universo de Tolkien. Ainda não há confirmação a respeito da data de lançamento, mas sabe-se que a série abordará um período pouco explorado da mitologia, situada antes dos eventos narrados em "O Senhor dos Anéis". O poder de J.R.R. Tolkien na literatura, cinema e em breve na TV com essa produção milionária da Amazon só representa a força do seu legado que neste filme se resume na composição do autor como protagonista sem oferecer qualquer vestígio de sua genialidade e processo criativo, culminando em uma boa história e uma frustante condução nada ambiciosa. DISCRETO E SEM BRILHO.


O filme tem estréia nos cinemas na próxima Quinta-Feira (23/05) pela Fox Filmes.

Filme visto da Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: REGULAR

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