quinta-feira, 23 de maio de 2019

TERRA À DERIVA (2019) "Liu Lang Di Qiu" "The Wandering Earth" de "Frant Gwo"


Blockbuster chinês cheio de marketing tem boa produção mas deixa a desejar na enxurrada de clichês apocalípticos e subtramas desinteressantes. 

A mistura de ação e ficção científica apresentada no filme ficou mundialmente famosa ao bater de frente na bilheteria com Capitã Marvel e Os Vingadores na China e ainda assim ser amplamente lucrativo, Terra á Deriva conta com uma estrutura  que corresponde ao padrão da ficção científica e do cinema-catástrofe norte-americano, focando-se num grupo de cientistas salvando o planeta de uma ameaça à humanidade de um futuro amaldiçoado no qual o sol se tornou instável e a única esperança de sobrevivência da humanidade é nos lançar em direção a um sistema solar que está a 4.2 anos-luz de distância. A trama é complicada e cheia de buracos com personagens descartáveis, o espetáculo visual é o melhor incentivo para acompanhar a produção que atualmente é o segundo filme de maior bilheteria na história da China e mundialmente está entre os 3 filmes de maior bilheteria mundial atingindo quase 700 milhões de arrecadação. São números impressionantes para uma produção fora do eixo hollywoodiano. No Brasil o filme passou longe dos cinemas e chegou abandonado na Netflix sem alarde. Na trama, no ano de 2500, a Terra passa por um difícil período de sobrevivência enquanto o sol fica cada vez mais perto de seu desaparecimento completo. Para tentar salvar a raça humana, um destemido grupo de jovens enfrenta o desafio de reestabelecer a ordem e embarca em uma viagem para fora do nosso sistema solar. Muitas pessoas defendem a obra pela sua qualidade técnica perante aos blockbusters americanos por outro lado, é uma pena que esta configuração seja prejudicada por um roteiro bagunçado e condução surpreendentemente fraca. Logo no inicio sua aparência segue a tradição dos épicos da China e os efeitos especiais são usados ​​com certa moderação com um  design de produção inteligente. Mas tudo isso muda quando a ação começa e o filme  se transforma em uma apressada overdose de efeitos especiais sem muita organização. Prateleiras de gelo caindo, satélites em disparada e quantidades infinitas de destroços cósmicos esticam a visão do diretor muito além do que deveria se igualando aos mestres do espetáculo digital de Hollywood, Roland Emmerich e Michael Bay. O diretor Frant Gwo usa as duas horas de filme para contornar a quantidade de informações e reviravoltas de maneira superficial nas descobertas científicas e nos riscos de cada missão. Nem a montagem e o roteiro se entendem e pulam freneticamente de uma decisão à outra. Não há arcos claros, nem momentos de drama humano com personagens sem carisma tornando a trama  fria além de mentalmente desgastante. O resultado é uma obra sem alma e caótica que infelizmente chama a atenção pelo visual e não pelo conteúdo. CANSATIVO.


O filme está disponível no Netflix.

Hype: REGULAR

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