domingo, 5 de maio de 2019

PITTY - "Matriz" (2019)


Cantora baiana deixa o hiato de 5 anos sem lançar trabalho de inéditas e celebra suas origens explorando ritmos característicos de sua terra natal, porém, com a certeza que a música regional também pode ser universal com um trabalho cheio de misturas e representação da sua versatilidade como cantora. 

A essência roqueira de Pitty permite um leque de experimentações não tão profundas mas sempre com uma sinergia muito boa no que propõe. Sua carreira começou em meados dos anos 2000 com seu bem sucedido álbum de estréia "Admirável Chip Novo" com espertas canções de rock. Consolidada no meio rock ela então mergulhou no indie no duo Agridoce em 2011 e shows com uma pegada de MPB. Na prática, Pitty mantém o espírito rebelde do início de sua carreira integrando o rock com outros ritmos, como o reggae, o rap e o axé. Essa predominância da cantora nunca foi pelo caminho mais óbvio e isso se tornou uma característica da sua carreira. Além das guitarras, as melodias e as baladas que sempre se fizeram presentes, suas letras sempre foram acessíveis com uma inteligente reflexão sobre a sociedade em que vivemos. O álbum chega em momento esfervecente do cenário independente com bons artistas e trabalhos surgindo principalmente no nordeste e a cantora ajuda esse movimento fazendo parte dele com "Matriz", um trabalho que cresce a cada audição e demostra maturidade da cantora. Acompanhe nossas impressões faixa a faixa. "Bicho Solto" abre o trabalho com uma "intro" bem relacionado com os ritmos regionais que Pitty explora nesse álbum e a sua essência, ela diz na letra: “Eu me domestiquei pra fazer parte do jogo, mas não se engane, maluco, continuo bicho solto” mostrando que mesmo atingindo o mainstream ela respira o independente. "Noite Inteira" tem participação de "Lazzo Matumbi" e possui uma leveza muito gostosa até na atitude da letra: "Agente se junta pra fazer revolução, agente se junta pra falar besteira..." um dos acertos do trabalho. "Ninguém é de Ninguém" é a música mais próxima do que a cantora já realizou anteriormente com um misto de pop/rock com uma batida reggae no final. "Motor" é aquela balada que a cantora sempre faz para agradar uma parcela que fizeram de músicas como "Equalize" e "Na Sua Estante" grandes hits da cantora porém por incrível que pareça é um cover da banda alternativa Maglore. "Roda" traz parceria com "BaianaSystem" em faixa contagiante e grudada nos movimentos que estão em evidência misturando axé e rock, Pitty encara a parceria fugindo do óbvio. "Bahia Blues" é uma faixa que que mistura blues com uma batida pop que funciona bem. "Te Conecta" primeiro single lançado antes mesmo do trabalho já mostrava uma Pitty "Conectada" em um reggae muito gostoso que combinou bastante com a cantora. "Redimir" é uma canção bem estruturada no ritmo do som baiano sem definição própria, mistura um pouco de tudo. "Para o grande Amor" é uma balada animada e otimista. "Submersa" é dançante e fiel ao trabalho da cantora. "Sol Quadrado" traz parceria com "Larissa Luz" em batida de reggae para fechar o álbum precocemente. Matriz se revela um bom frescor para a cantora e um trabalho que pode ser necessário uma dedicação na sua audição para entender sua proposta e camadas. RENOVADA

FAVORITA DO ÁLBUM: "Noite Inteira"




São 13 músicas inéditas disponíveis nas principais plataformas digitais pela DECK

Hype: BOM

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