terça-feira, 7 de abril de 2020

BLOW THE MAN DOWN (2019) de "Bridget Savage Cole" e "Danielle Krudy".



Promissor filme independente do Amazon reforça um caminho longe do lugar comum e ressalta o poder de uma história bem contada.

A estréia excêntrica na direção de Bridget Savage Cole e Danielle Krudy chamaram a atenção quando Blow The Man Down (Sem título em português) teve sua estréia no Festival de Tribeca em 2019. Conhecemos a cidade gelada de Easter Cove e nos despedimos da mãe de duas garotas, as irmãs Connolly, lutando contra a dor de perder a mãe e a incerteza de um futuro desmantelado. Tudo só piora quando acontece um assassinato na cidade. Priscilla (Sophie Lowe) e Mary Beth Connolly (Morgan Saylor) são diferentes e terão cada uma, seu particular modo de lidar com a ausência da mãe. “Pris” sempre foi a madura, enquanto Mary Beth se mostra a desprendida dos laços. Na noite do funeral de sua mãe, enquanto Pris trabalha na cozinha, Mary Beth foge para um bar local para desabafar um pouco, e é aí que ela encontra Gorski (Ebon Moss-Bachrach), um pescador. Esse encontro será o pontapé de uma reviravolta na cidade pacata de Easter Cove, cheia de pessoas que se conhecem há décadas mas com estranhos segredos guardados. Embora a história do filme seja fixado principalmente nas irmãs Connolly, o roteiro de Savage Cole e Krudy apresenta constantemente outros personagens, incluindo a estranha Alexis (Gayle Rankin), um par de policiais desajeitados (Skipp Sudduth e Will Brittain), Mary Margaret (Linda Shary) e um grupo de senhoras preocupadas com a vida alheia. Enquanto a incursão acidental de Pris e Mary Beth em um crime violento já preenche parte da história, o humor sombrio assola seu desenrolar e também o desenvolvimento dos personagens mostrando uma capacidade envolvente nesse círculo social bastante peculiar. Ocasionalmente, um grupo de pescadores locais em forma de coro grego aparece em cena para cantar alguma canção local de pescadores, uma proposta arriscada e estranhamente engraçada na maneira proposta. Tudo no filme é montado de maneira inteligente e atraente. Seria a produção uma espécie de Fargo (1996), filme Cult dos irmãos Coen, dessa nova geração. Não satisfeitas, as diretoras ainda propõem um segundo ato com um acréscimo de situações que propositalmente não se desenvolvem, voltando ao lugar seguro de uma pequena jóia Indie, sem a necessidade de ser mais do que já é, uma atualização das comédias criminais equilibrando o noir com um humor frio, inventivo e original. DELIRIO REFINADO.



O filme está disponível no Amazon Prime Video.

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0

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