sexta-feira, 17 de abril de 2020

THE STROKES - "The New Abnormal" (2020)


O sexto álbum de estúdio da banda americana se mostra atrativo se afastando da fase ruim  sem o rock que a consagrou.

Sem a pressão de antigamente e tentando se reencontrar em meio a crise que afetou seus integrantes, o The Strokes consegue oferecer um repertório interessante ainda longe de empolgar por completo nesse álbum, que é quase um EP. Esse é o trabalho mais inspirado da banda após um início de carreira promissor, lá em meados de 2000, onde "Last Nite" se tornou a música de rock que levantou o gênero depois de um bom tempo no marasmo. O que se sabe então é que a banda foge justamente do estilo que a consagrou. O primeiro álbum "Is This It” (2001) é sem dúvidas o trabalho mais marcante da banda seguido justamente dos trabalhos seguintes, “Room of Fire” (2003) e “First Impressions of Earth” (2006). Nessa década de 2000 a banda reinou tranquilamente como um dos principais nomes do rock contemporâneo. Infelizmente o The Strokes entrou em crise, brigas nos bastidores, carreiras solo sem apelo e uma década seguinte de álbuns tediosos e sem qualquer inspiração.“Angles” (2011) ainda tem bons momentos mas “Comedown Machine” (2013) e o EP “Future Present Past” (2016) são bem ruins. Fez a banda cair no esquecimento assim como fizeram seus integrantes entrarem em colapso entre eles. Esse retorno demontra um certo interesse da banda em voltar com nova força, tanto que eles já estão escalados em diversos festivais assim que a crise do Covid-19 passar e são músicas que podem ter uma pegada legal para um show. A vibe oitentista que invade os trabalhos lançados esse ano por vários artistas também passa por aqui, como uma colagem um pouco melhor aproveitada que em “Comedown Machine”. O recomeço nem sempre é confortador até pelo caminho escolhido por eles e "The New Abnormal" vale a pena pela intenção de se restabelecer. Nossas impressões Faixa a Faixa. "The Adults Are Talking" abre o álbum com uma vibe dançante, a base de “Stepping Out” de Joe Jackson, combina bem e mesmo sem sustentar a pegada é um bom começo. "Selfless" destrói a pegada inicial do álbum em uma balada morna e comum com destaque ao vocal seguro de Julian Casablancas, a música é só dele. "Brooklyn Bridge To Chorus" se inspira no Strokes feito para as pistas com uma leve inspiração no rock britânico e com um melodia deliciosa até seu final climático. "Bad Decisions" se perde em tudo que a banda já trouxe em outros trabalhos, tem todos elementos sonoros que a banda adora sendo uma boa pedida no trabalho. Tem cara de single fácil."Eternal Summer" é quase um hino pela pureza sonora com uma construção impecável e com uma guitarra surpreendente além de uma simplificação dos instrumentos que mistrura Franz Ferdinand com o melhor do indie rock atual. É a melhor do trabalho. "At The Door" acerta na melancolia e consegue ir um pouco além das baladas da banda mesmo sem energia e preguiçosa, agrada pelas guitarras e o final quase eletrônico porém é uma faixa muito extena em uma zona segura da banda. "Why Are Sundays so Depressing" busca impor ritmo em uma sequência que não ajuda o álbum a ter um sustento. Menos mal que em uma canção sobre depressão a banda demonstre leveza mesmo que a mistura de elementos não funcione plenamente aqui. Esquecível. "Not The Same Anymore" é o tipo de música "fim de festa". Vocal estranho e uma sensação que falta a energia. Pouco inspirada e abrindo alas para o fim do trabalho. "Ode To the Mets" é um final de álbum triste mas confortador, afinal, entre altos e baixos não seria nesse momento que tudo iria engrenar. Uma pena "The New Abnormal" não ser inspirador como deveria, chegou próximo e pelo menos afastou a fase complicada de trabalhos estranhos e falta de identidade. O Rock"n Roll sente falta daquela pegada nervosa da melhor fase dos Strokes que eles insistem em ignorar, uma escolha própria deles, esse retorno pode ser um novo começo para pretensões maiores e com mais confiança. FALTOU UM POUCO DE GÁS.



O Álbum possui 9 músicas e está disponível nas principais plataformas de músicas pela RCA Records.

Hype: BOM - Nota: 7,0






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