quarta-feira, 3 de julho de 2019

WIG - "A New York Drag Story" de "Chris Moukarbel"


Documentário apresenta o trabalho da Drag Queen Lady Bunny com bom humor e relevância.
Integrando a programação da oitava temporada de Documentários da HBO, Wig foi exibido no último dia 24 de junho explorando as origens e a influência do festival anual de Drag Queens, Wigstock, uma cena artística pioneira e importante em Nova York e também como ela virou uma fonte de resistência de um trabalho que cada vez mais ganha seu valor e atinge popularidade. O diretor indicado ao Emmy, Chris Moukarbel por Banksy Ocupa Nova York, também da HBO é mais conhecido pelo documentário da Netflix Gaga: Five Foot Two, o realizador tem habilidade em juntar filmagens e depoimentos de uma forma acessível sem ser massante, essas imagens de arquivo mostram as origens e as influências deste festival do movimento Drag contemporâneo além de suas inspirações. Criado em 1984 em Nova York, em uma época de crise na comunidade gay principalmente pelo aumento do impacto do vírus HIV e as intensas reações contra o orgulho gay, o Wigstock foi uma celebração que marcou o fim do verão durante mais de 20 anos. Em 2018, Lady Bunny reeditou o evento, conectando Queens lendárias com uma nova geração de "performers" em uma das maiores apresentações de Drags já realizada no mundo. O festival era uma parte bastante importante da representativa cena LGBT de Nova York nos anos 80 e 90 e que nos anos 2000 muitos achavam que ainda estava acontecendo mas, por uma razão ou outra, o festival terminou em 2001. No ano passado, o fundador, Lady Bunny, junto com Neil Patrick Harris e David Burtka, trouxeram o festival de volta a cena com uma resposta saudosista do meio gay. O documentário mostra o passado, lá em 1984, no badalado Club Pyramid, um dos artistas mais proeminentes do local, Lady Bunny decide após o fechamento da casa juntar seus amigos e irem se apresentar em um parque durante a luz do dia e quebrar padrões, já que as Drags sempre eram conhecidas por seus shows noturnos, era uma quebra de paradigmas. Wigstock agradou e atraiu plateias cada vez maiores porém em 2001, após o incidente de 11 de setembro, toda a atmosfera de Nova York mudou principalmente em relação a shows extravagantes e ousados como esses. Não havia público suficiente para as apresentações, surgiram movimentos pequenos mais nada que mobilizasse a cena. Já praticamente no presente, em 2018 é mostrado essa edição especial onde Bunny, Harris e Burtka, trouxeram de volta Wigstock com uma enorme produção em um telhado no Pier 17 de South Street Seaport, apresentado por Harris (que também se apresenta como Hedwig, que ele tocou na Broadway em 2014). A maioria dos contemporâneos de Lady Bunny estava lá, assim como jovens artistas drags como Bobbie Hondo e pessoas como Charlene Incarnate, que é trans e também uma Drag Queen moderna. Esse evento é exibido em um compacto especial de quase meia hora no documentário. Wig não mergulha em profundas questões da comunidade LGBTQ+ e todas suas batalhas daquela época, mas indiretamente mostra como um festival pode representar a vitória de uma comunidade, que nos tempos atuais saíram do underground e agora fazem parte da cultura pop, principalmente por causa de Ru-Paul e seu reality Show que se tornou um Hit mundial. Ela aparece no documentário discretamente em uma apresentação no inicio da carreira e seguiu um caminho paralelo que a levou ao estrelato. O filme é uma oportunidade para conhecer um pouco da caminhada dessa comunidade e mostrar sua exuberância e identidade em uma crônica de como o momento atual da cultura drag praticamente sucumbiu as dificuldades de suas origens. RELATOS COLORIDOS.  

O Documentário está disponível na programação do Canal HBO e no streaming HBO GO.
Hype: BOM (Nota: 7,5)

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