quarta-feira, 24 de julho de 2019

AS TRAPACEIRAS - "The Hustle" de "Chris Addison"


Comédia sem graça tem Anne Hathaway e Rebel Wilson como maior atrativo.


As Trapaceiras foi anunciado como uma releitura de Os Safados (1988), de Frank Oz. Fazendo uma analogia direta, Anne Hathaway está no lugar do trambiqueiro personagem de Michael Caine, que também trazia Steve Martin como protagonista. Desta vez ao invés de dois canalhas temos duas mulheres e a troca de gênero pode ser uma proposta transparente para os tempos modernos, mas é uma das poucas coisas que realmente funcionam em uma comédia datada que beira a banalidade. As principais protagonistas do filme não gostam apenas de dinheiro, elas também gostam muito de enganar os homens maus e ostentar com a riqueza dos outros. O principal problema do filme é a falta de um roteiro interessante, praticamente escorando nas talentosas atrizes, elas precisam se virar com todos absurdos apresentados na trama, são cenas grotescas e até escatológicas, mais parece uma esquete de improviso com um humor que não combina com o visual fino e paradísico filmado na ilha de Mallorca, Espanha ou mesmo com o figurino de classe. Não há muito o que esperar de um filme que se esquece do principal, ter uma história que apresente funcionalidade ao humor e relevância as personagens. Na trama Josephine (Anne Hathaway) e Penny (Rebel Wilson) são duas manipuladoras, conhecidas pela arte de extorquir milionários por quem fingem estar apaixonadas. No entanto, enquanto a primeira é sofisticada, a segunda tem métodos muito menos elegantes. O caminho das trapaceiras se cruza na Riviera Francesa, onde ambas procuram por algo novo. Apesar de competirem pela fortuna de Thomas Westerburg (Alex Sharp), um prodígio da tecnologia, Josephine e Penny logo descobrem que talvez tenham mais chances de sucesso se trabalharem juntas. A diversão poderia está nas imitações ridículas e sotaques no entanto, as atrizes nunca conseguem um ritmo de performance; Hathaway emprega um terrível sotaque britânico pouco convincente e depois um sotaque alemão ainda pior quando ela se faz passar por um lendário médico conhecido por curar “cegueira histérica”, a trama nos leva a um ponto em que Penny finge ser cega e Josephine finge ser a médica que pode curá-la através de métodos não ortodoxos. Wilson está fazendo o mesmo e cansativo personagem de sempre, tropeçando, escorregando, caindo e rebatendo as pessoas com "piadas" não filtradas que não são particularmente engraçadas ou perspicazes. O diretor Chris Addison, tem muitos episódios de Veep em seu currículo, mas aqui sua técnica, especialmente para o pastelão, é praticamente nula. O filme  é catastroficamente sem graça e há um desdém bem claro pelas personagens femininas, lançando-as em papéis estereotipados, em vez de dar-lhes camadas de profundidade. Infelizmente um fracasso em praticamente todos aspectos. DESPERDÍCIO DE TALENTOS.



O longa estréia nos Cinemas dia 25 de julho com distribuição da Universal Pictures.

Nossa equipe assistiu ao filme na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: RUIM - Nota: 3,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário