sexta-feira, 12 de julho de 2019

CHERNOBYL (2019) de "Craig Mazin"


Produção lida com uma difícil e assustadora tragédia real de maneira detalhada e dramática.


A reconstituição do maior acidente da história, com horrível sofrimento das vítimas juntamente com a incompetência e inoperância do governo soviético, além da obstinação dos cientistas, é uma daquelas obras imperdíveis em quase todos aspectos, com um nível de excelência impressionante além de um elenco capacitado e cheio de expressões, com destaque ao ator Jared Harris que consegue arrancar em sua atuação vários aspectos e nuances interessantes além de Stellan Skarsgard e Emily Watson. Uma das principais frentes que devem se levados em conta é que a produção não é um documentário sendo um trabalho ficcional com inconsistências factuais e licenças poéticas exageradas e mesmo nessas condições tem uma narrativa que consegue dar a tangibilidade a esse poder destruidor invisível ocorrido com o acidente. O trabalho estético da Rússia dos anos 80 é vivo e tangível. A trilha sonora nunca é pomposa, discreta e eficaz captando o clima da história. É uma produção que gruda o expectador na cadeira, com uma trituração de nervos, bem ritmada e sombria, Chernobyl é de longe a maior dramatização do erro humano já produzida para a televisão, enfatizando que a toxicidade da humanidade é tão destrutiva quanto a fumaça mortal da energia nuclear. A trama conta a história de uma explosão seguida de um incêndio na Usina Nuclear de Chernobyl que dizima dezenas de pessoas e acaba por se tornar o maior desastre nuclear da história. Enquanto o mundo lamenta o ocorrido, o cientista Valery Legasov (Jared Harris), a física Ulana Khomyuk (Emily Watson) e o vice-presidente do Conselho de Ministros Boris Shcherbina (Stellan Skarsgård) tentam descobrir as causas do acidente. Sinopse e impressões sobre os episódios, SEM SPOILERSEpisódio 01 - 1:23:45 - Operários e bombeiros colocam suas vidas em risco para controlar uma explosão catastrófica em abril de 1986 em uma usina nuclear soviética. O episódio piloto é contemplativo na medida certa para instigar e apresentar a história de uma forma misteriosa. Episódio 02 - Please Remain Calm  - Com incontáveis milhões em risco, a física Ulana faz uma tentativa desesperada de alcançar o cientista Valery e avisá-lo sobre a ameaça de uma segunda explosão na usina. A história começa a se intensificar e engrena justamente neste episódio repleto de reflexões. Episódio 03 - Open Wide, O Earth - Valery cria um plano detalhado para descontaminar Chernobyl; Lyudmilla ignora os avisos sobre a contaminação do marido bombeiro. Esse episódio é mais dramático e possui camadas de humanidade intensas. Episódio 04 - The Happiness of All Mankind - Valery e Boris tentam encontrar soluções para remover os detritos radioativos; Ulana tenta descobrir a causa da explosão. A preparação para o fim da história é simplesmente agoniante do início ao fim se tornando bastante comovente. Episódio 05 - Vichnaya Pamyat - Valery, Boris e Ulana arriscam suas vidas e reputação para expor a verdade sobre Chernobyl. O episódio final é uma reflexão intensa sobre tudo mostrado na minissérie e fecha com chave de ouro deixando o espectador atordoado com tudo vivido e apresentado. O roteirista e criador Craig Mazin e o diretor Johan Renck viajam no acontecimento para intensificar a trama. É provável que uma pessoa que conhece profundamente o ocorrido vai reparar esses pontos de desvio mas não atrapalhar a visão cinematográfica. Já no primeiro episódio acompanhamos a brigada de incêndio que se movia para se dedicar ao fogo sem saber que tudo ali estava contaminado, ou mesmo os técnicos da usina completamente despreparados nos corredores da usina na esperança de poder explicar tudo que ocorreu ou então, quando as crianças brincam na chuva de cinzas contaminadas. Eles usam todas ferramentas necessárias para contar uma das histórias mais terríveis da era moderna. A produção virou uma sensação da HBO, foi amplamente aclamada pelo público e pela crítica e instigou fãs a procurarem mais fatos sobre o que realmente aconteceu na usina nuclear em 1986. Começa como recreação visceral e gráfica e termina como um colapso sistemático das limitações de um governo que esconde segredos mórbidos sobre o ocorrido. Certamente um marco na TV. MISTIFICADORA E ENTERRADA EM PAVOR EXISTENCIAL.




A minissérie tem 5 episódios exibidos na HBO e está disponível no streaming HBOGO.

Hype: EXCELENTE (Nota: 9,5)

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