BANKS entrega terceiro álbum com personalidade
realizando acréscimos interessantes em sua musicalidade.
A cantora Jillian Banks, mais conhecida por BANKS, cria um mundo musical à parte com
sons difusos de várias vertentes adicionadas a letras nervosas ou não sobre
relacionamentos. A certeza deste trabalho é que as músicas compensam repetidas
audições e fogem do conforto alcançado em seus primeiros trabalhos, Goddess
(2014) e The Altar (2016). As músicas possuem detalhes de produção e letras
semi-enigmáticas que focam principalmente com sua experiência de fim de
relacionamento, sem se esbaldar na melancolia extrema ou se entregar ao
pessimismo. "Você quer que eu acaricie seu ego" ela canta em
"Stroke", uma música sobre apaixonar-se por um narcisista, que
combina melodias leves com batidas industriais. Em "Till Now" ela
diz, “Você coloca suas palavras na minha boca até agora” quase como um trauma e
em "If We Were Made of Water" apresenta uma expressão de
arrependimento sexual: "Quando você me perguntou se eu poderia te foder /
Quando você me perguntou, eu deveria ter dito não." Mesmo no pop enganosamente
alegre de 'Alaska' ela diz "Você poderia me colocar no seu bolso, Você não
gostaria disso?". O álbum poderia soar bastante comum indo ao encontro de
músicas que facilmente estariam na playlist de "milleniuns" mal amados porém a
maturidade musical da cantora entrega um trabalho que instiga o ouvinte a se
entregar em suas histórias. Nessas experimentações que ela se entrega mesmo se afastando da pegada dançante, mesmo quando a cantora
usa sintetizadores. Um álbum que certamente coloca a artista em alto patamar de
criatividade além de uma das vozes mais bonitas do pop atual. Acompanhe nossas
impressões Faixa á Faixa do trabalho: "Till Now" abre o álbum com uma
canção curtinha e com a pegada sombria do trabalho. A música começa quase toda
acapella e são adicionados sintetizadores e a poderosa voz da cantora em ritmo
estourado pelos graves misteriosos. Interessante. "Gimme" lembra
repertório da cantora, é possível notar uma diferença mais pesada na sonoridade
que mistura pop com a pegada trap com sensualidade na voz. Outra faixa rápida e
certeira. "Contaminated" essa balada mostra a cantora madura em suas
composições, com confiança em apresentar uma canção pronta pra se tornar um
Hit, envolvente e sombria na medida certa, o grave tá controlado porém há uma
pegada pop mesmo que ofuscada pelo tom meio apocalíptico. "Stroke" é
simples e pesada ao mesmo tempo, nesta faixa ela usa a experimentação na batida
pesada e finalizando com leveza radiofônica. Os efeitos vocais recebe
profundidade musical. Uma faixa que poderia ser mais aprofundada e se torna
perdida na repetição já apresentada. "Godless" aposta no pop
realizado pela cantora com um vocal solar realizado uma canção quebrando um
pouco a expectativa sombria e trazendo vibração ao som."Sawzall" traz
leves acordes de guitarra com teclado aliado a voz suave da cantora. O clima
quase acústico flerta com os anos 80 e mistura um R&B leve e bastante
conectado a letra dor de cotovelo. "Look What you"re Doing to
Me" traz feat. com Francis and The Lights, segundo single lançado antes do
trabalho, explora muito bem a pegada pop com frescor e empolga na medida que
foge um pouco da melancolia instaurada pela maturidade do som da cantora,
talvez seja uma das faixas mais despojadas e menos pesadas em sua concepção
musical. Essa pegada agrada mais que o lado sombrio da cantora. Uma música para
deixar no repeat sem enjoar. "Hawaiian Mazes" a artista deixa o
instrumental ditar o ritmo da canção que mistura r&b retrô e detalhes
sonoros que a fazem se destacar no compilado, agradável e suave, o som cria
sensações sensoriais provando sua riquíssima produção. "Alaska" traz
a cantora mais solta e divertida fugindo novamente da escuridão sonora, a
balada possui melodia a refrão pegajoso que pega carona na letra onde a cantora
fala sobre alguém com que ela se relacionava, e que em vez de resolver os seus
problemas, ele resolveu ir embora e fugir para o Alaska. Uma curiosidade é que
a música surgiu a partir de um sonho, e ela acordou com a frase “He’s going to
leave me for Alaska” na cabeça. Uma das melhores do álbum. "Propaganda" exalta sua linha pop conceitual já praticado pela
cantora principalmente no álbum de estréia, uma faixa simples e eficiente mesmo
não trazendo qualquer frescor ao trabalho. "The Fall" a cantora
arrisca na mudança drástica do inicio controlado alternando com sintetizadores
graves em uma mistura que chega quase próximo de um Rap. Funciona mas não chega
a empolgar. A composição da música teve parceria com o famoso cantor de
r&B, Miguel. "If We Were Made of Water" chega em uma balada
misteriosa e cheia de nuances interessantes em sua concepção, a batida
eletrônica cheia de contrastes foge um pouco da normativa quase focada no
r&b, uma mudança no som necessária para provar o quanto ela se esforça na
mistura e no tempero do álbum. "What About Love" finaliza o álbum
acompanhada de um piano, violinos e outras surpresas na sonoridade, é uma
música perfeita para fechar um trabalho sobre rompimento amoroso mas que no
final se declara ao amor. Termina bonito e fofo na medida do possível. III
representa aquele momento de transição de sentimentos juntamente com o
amadurecimento do rompimento com a ingenuidade de uma garota inocente para o
sentimento de uma mulher pronta para enfrentar a perda. Com uma um produção
impecável e um conjunto de misturas que combinam na medida que desconstroem seu
perfil, BANKS realiza uma obra musical completa e certeira que traz pimenta a
um ano muito bom ao pop com trabalhos cheios de personalidade e cuidado
técnico. INTRIGANTE.
MÚSICA FAVORITA DO ÁLBUM: Look What you"re Doing to Me
São 13 faixas disponíveis nas principais plataformas de streaming pela Capitol
Records.
Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0
Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0
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