segunda-feira, 22 de julho de 2019

AS RAINHAS DA TORCIDA (2019) "Poms" de "Zara Hayes"


Comédia usa argumento frágil para entregar ao elenco veterano papel de protagonismo.

Hollywood atualmente possui vários atores e atrizes que já envelheceram com saúde e ainda podem executarem papéis de destaque e permanecerem em atividade. O problema principal é a falta de oportunidades relevantes. A bola da vez é a atriz vencedora do Oscar, Diane Keaton, que usa a oportunidade para se divertir em tela sem muito trabalho de atuação, assim como a atriz Jacki Weaver que  carrega o filme nas costas com o carisma da sua personagem, Celia WestonRhea Perlman e as outras atrizes também aparentam se divertir mesmo em papéis menores. Isso não é suficiente para entregar um filme digno ao elenco, tudo acontece de forma banal não aproveitando várias cartas na manga que a história naturalmente apresenta, a escolha é se tornar leve, com um fluxo bem clichê e piadas que não levam ao riso mesmo sendo um passatempo que não propõe algo novo ou alguma reflexão, apenas entretenimento. Na trama, Martha (Keaton) se muda para uma comunidade da terceira idade e, com o apoio da sua vizinha Sheryl (Jacki Weaver), começa a comandar um grupo mulheres animadas e corajosas, que enfrentam as barreiras da idade e provam que nunca é tarde demais para seguir seus sonhos. Sun Springs é um lugar tecnicamente tranquilo e possui várias particularidades, como uma ambulância que passa duas ou três vezes por dia para levar algum idoso embora para sempre. É nesse lugar que surge  a primeira equipe de líderes de torcida de mulheres com mais de 60 anos quebrando barreiras e também se divertindo. Dirigido pela documentarista Zara Hayes, estreante no cinema, As Rainhas da Torcida apresenta personagens com uma realidade de certa forma até confortável, não vai há fundo em problemáticas comuns dessa idade, a rotina apresentada de alguém com mais de 65 anos de idade é quase uma utopia, o filme é uma comédia onde os personagens viram caricaturas ao invés de focar em sua força de vontade em continuar vivendo ativamente. A atividade escolhida pelas senhoras de Cheerleader, muito popular nos EUA, realmente não é a mais adequada mesmo que no fim das contas pode ser o diferencial do filme. Nenhuma das personagens sabe que a liderança fervorosa da protagonista de Diane Keaton é alimentada pelo fato dela estar morrendo de câncer, algo tratado na história superficialmente, não é abordado seu drama com a doença e o principal motivo de renunciar o tratamento, não há o apelo emocional necessário para ir além de uma comédia boba com um potencial de passar uma mensagem de perseverança e até mesmo da luta contra a doença. Ela esconde seu problema com seu objetivo. Se isso é o melhor que Hollywood pode oferecer a essas atrizes, não é culpa delas quererem trabalhar. Em vez disso, os escritores e os estúdios precisam investir em papéis que não menospreze a velhice ou precisem dar tom caricato a essa fase da vida. Infelizmente a trama não flui bem e rende momentos que beiram o constrangedor, com piadas de mal gosto envolvendo morte e de certa forma burocrático em momentos chave da trama. Sem o apelo dramático necessário aos problemas apresentados, sobra uma típica comédia de situação que não se leva a sério tendo como destaque seu elenco dando o máximo de si em um roteiro raso e sem "timing" necessário para o humor. SEM SAL.




O longa estréia nos Cinemas do Brasil no dia 25 de julho, com distribuição da Diamond Films.

Nossa equipe assistiu ao filme na Cabine de Imprensa realizada em Brasília.

Hype: REGULAR - Nota: 5,0

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