segunda-feira, 27 de julho de 2020

A COR QUE CAIU DO ESPAÇO (2019) - "Color Out Of Space" de "Richard Stanley"




Adaptação da história de H.P. Lovecraft tem estilo original com visual encantador e pertubador.

   A produção tem uma missão bastante complicada, adaptar uma obra de Howard Phillips Lovecraft, mais conhecido por H. P. Lovecraft, adorado escritor americano que revolucionou o gênero de terror, atribuindo-lhe elementos fantásticos. Suas obras já receberam diversas adaptações no cinema, Re-Animator (1985) foi uma das mais conhecidas no Brasil pois reprisava sempre nas sessões de filmes do SBT na década de 90 e outras produções exibidas no Cine Trash da Band. Suas criações no universo do terror sempre são usadas em outras sagas, como na franquia A Morte do Demônio, que tem sua trama inspirada no livro dos mortos, um objeto do conto "Necronomicon" do escritor. Seu legado dessa vez ganha o reforço de uma produção bastante caprichada, ainda que realizada por vários estúdios independente, dentre eles a SpectreVision, a mesma do filme indie Mandy (2018), sua intenção é adaptar outras obras do gênio do terror. "Color Out Of Space" de Richard Stanley é a quinta adaptação ao cinema desse conto e merece ser descoberto, principalmente agora que chega oficialmente ao Brasil pelo Telecine.



   A nova versão consegue modernizar os elementos originais do conto utilizando a temática da fantasia e da ficção científica, incorporando o poder artístico que uma história de terror pode ter, com uma pegada de Filme B e lindas cenas de conteplação visual  sem deixar de explorar o bizarro do que pode ser o desconhecido. Na trama, os Gardners, liderados por Nicolas Cage, são uma família que se muda para uma fazenda remota na zona rural para escapar da agitação da cidade grande. Eles estão ocupados se adaptando à sua nova vida quando um meteorito cai em seu quintal. O misterioso aerólito parece fundir-se com a terra, infectando tudo ao seu redor com uma estranha cor sobrenatural. Essa força alienígena está gradualmente transformando e modificando todas as formas de vida que ela toca, incluindo eles. A história original se passa no final do século XIX, e aqui se passa nos dias atuais. Essa é algumas mudanças que surgem nessa adaptação assim como o ponto de vista de um geólogo, que está na região fazendo um estudo sobre o solo, vamos descobrindo junto com ele o que acontece naquele lugar. 


    Uma adaptação sempre sofre de escolhas na transposição de mídia, ainda mais quando nem tudo exposto em um livro consegue ganhar forma em um filme. Ainda que os fãs mais exigentes do escritor vão achar motivos para comparar as experiências, é necessário um desprendimento para se conectar a essa versão e tentar aceitar as diferenças. O diretor quase desconhecido, Richard Stanley tem paciência em desenvolver os personagens e tranformar o início lento da trama em algo intenso e único na metade final, ainda que minimize a melancolia presente no texto original e estimule uma afetação de Cage. São  problemas pequenos de uma experiência satisfatória e lúdica, com um trabalho de fotografia espetacular que esconde as falhas no roteiro e também deixa a linha trash mais suave. Uma produção cheia de requinte e com bom potencial para agradar os fãs do gênero.  DELEITE VISUAL.



O filme entra no catálogo do Telecine nesta Sexta-Feira dia 31/07.

Hype: ÓTIMO  - Nota: 8,0

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