quinta-feira, 9 de julho de 2020

TBT - AURORA (1927) - "Sunrise" de "F. W. Murnau"


  Nosso TBT de hoje relembra um clássico marcante do cinema. O filme ganhou o Oscar de melhor produção cinematográfica única e artística, prêmio nunca mais concedido novamente, uma espécie de consolação pelo segundo lugar na disputa pelo Oscar de melhor filme laureado a Asas em 1929. Aurora é considerado um dos mais importantes filmes da cinematografia mundial. Sem dúvidas, uma obra máxima do genial cineasta alemão F. W. Murnau, diretor dos memoráveis Nosferatu, Fausto e Tartufo. Além de ter vencido 3 oscars em 1929, em 1967 a conceituada revista francesa Cahiers du Cinéma escolheu o filme com a maior obra prima da história do cinema, em 1989 recebeu a classificação de significância histórica estética e cultural pela biblioteca do congresso dos Estados Unidos e foi selecionado para preservação pelo British Film Institute, uma pesquisa feita entre os críticos para este mesmo instituto considerou Aurora o 7º maior filme da história do cinema. Dentre os cineastas que o têm como seu filme favorito, estão John Ford, que o considerou "o maior filme já produzido, o cineasta francês François Truffaut, que o elegeu o "filme mais belo do mundo" e Martin Scorsese que classifica Aurora não como um filme, e sim como um "poema visual".




   Na historia, seduzido por uma moça da cidade, um fazendeiro tenta afogar sua mulher, mas desiste no último momento. Esta foge para a cidade, mas ele a segue para provar o seu amor. Seu roteiro foi adaptado a partir do conto Viagem a Tilsit, do escritor alemão Herrman Suderman, embora nele possam ser encontrados vários elementos do romance Uma história americana, de Theodore Dreiser, lançado dois anos antes e um sucesso comercial literário daquela época nos Estados Unidos. Sua influência se estende por um sem-número de filmes. A cena do beijo do casal que interrompe o trânsito foi copiada à exaustão, com muitas variações. Outra passagem marcante é a que ocorre na igreja, quando o casal, ao presenciar uma cerimônia de casamento alheia, recupera sua identidade matrimonial. Esse mesmo trecho existe em Assim caminha a humanidade, filme americano de 1956, dirigido por George Stevens. Seus efeitos especiais eram inovadores para a época, com imagens soprepostas, e o efeito Schüfftan, que emprega espelhos para inserir a imagem de atores em cenários em miniatura, ambos também utilizados no ano anterior por Fritz Lang em sua obra-prima Metrópolis, as técnicas abriram muitas possibilidades para o cinema mundial, permitindo a exploração de temas antes inalcançáveis. 




    Uma grande herança artística do filme são seus avançados movimentos de câmera. A sofisticada fluidez da sucessão de imagens cria uma inusual sensação de vastidão e profundidade. Filmes notáveis sofreram forte influência dessa técnica cinematográfica primorosa, como O Delator, rodado em 1935 por John Ford, e Cidadão Kane, filmado em 1941 por Orson Welles. Aurora foi a primeira grande produção cinematográfica com som ambiente sincronizado. Também foi o primeiro a ter trilha musical incorporada, composta por Hugo Riesenfeld. A bela atuação de Janet Gaynor (Nasce uma Estrela) rendeu a ela o Oscar de melhor atriz, Aurora é uma obra poética de grande beleza plástica, repleta de cenas inesquecíveis e pureza que fazem dessa obra admirável. PRECIOSO.



A Versátil Home Video lançou a produção no Brasil em DVD em versão restaurada e esgotada. Haverá um relançamento da obra em mídia física pela distribuidora, um item essencial na coleção de um cinéfilo.

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