quarta-feira, 24 de abril de 2019

O TERNO - "Atrás/Além" (2019)


Retorno da banda traz um novo cardápio de canções delicadas e bem executadas indo ao encontro de uma musicalidade cheia de qualidades.


Tim Bernardes que lidera o grupo não só assina todas as faixas, como canta, toca e é o responsável pelos arranjos, direção e produção musical. Ele ressalta toda experiência adquirida em sua carreira solo e também em diversas e interessantes parcerias com outros artistas, como Tiê, Paulo Miklos, Jards Macalé e Baco Exu do Blues. A banda ainda é formada por Gabriel Basile (Bateria) e Guilherme d’Almeida (Baixo) e tem uma musicalidade autoral nascida no “indie rock”, o grupo paulista formado em 2009 ressaltou vitalidade em um som desapegado de gêneros e rótulos musicais. Eles se tornaram uma das referências da música independente brasileira até a pausa para projetos individuais. “Atrás/Além”, o quarto álbum do trio, chega após quase três anos de pausa e ressalta uma nova fase com uma maturidade sonora repleta de belos e sofisticados arranjos que vão do Pop ao Rock, do Samba a MPB, com muita propriedade. O Terno sempre foi uma banda de contrastes, da agitação maluca a calmaria, da beleza das composições e das letras despojadas. O álbum chega repleto de contrastes e sonoridade apurada, com destaque aos arranjos orquestrais, referências tropicalistas sem se prender a um estilo só. Impressões faixa a faixa: "Tudo que eu fiz" já começa muito o bem o trabalho com uma melodia agradável e uma letra serena e madura sobre envelhecer. "Pegando Leve" é uma balada sobre desilusão amorosa com tom otimista que nunca se rende a melancolia e lembra a sonoridade antiga da banda. "Eu vou" já abandona os graves e encarna uma melodia que exalta a voz perfeita de Tim Bernardes. "Atrás/Além" ressalta o tom silencioso porém com uma pegada interessante que flerta com a MPB e sua virada é sensacional protocolando o amadurecimento da banda. "Nada/Tudo" é quase um complemento da música anterior com uma mistura interessante de sons relaxantes. "Pra sempre será" segue o fluxo da calmaria com afetividade em ótima letra. "Volta e Meia" tem colaboração de "Devendra Banhart' e "Shintaro Sakamoto" e dá uma reviravolta na temática do álbum acrescentando latinidade. "Bielzinho/Bielzinho" traz batuque e brasilidade ao trabalho com um acréscimo interessante de samba no som em uma homenagem ao baixista da banda. "O Bilhete" é uma canção de amor introspectiva porém equilibrada. "Profundo/Superficial" dá continuidade a melancolia com uma das canções mais tristes e profundas do álbum. "Passado/Futuro" é o início do fim do trabalho em uma música repleta de viradas e com uma gostosa melodia e letra reflexiva com direito a um "punch" no final entregando toda alma do grupo misturado a essência da musicalidade passada da banda com o som de agora."E no Final" é um lindo poema sobre o fim. No geral um trabalho delicioso de uma banda que deixou de ser promessa e atingiu a maturidade de forma brilhante. CALMARIA AOS OUVIDOS.




São 12 músicas inéditas disponíveis nas principais plataformas digitais de Música! 

Hype: ÓTIMO


Nenhum comentário:

Postar um comentário