sábado, 20 de abril de 2019

O MAU EXEMPLO DE CAMERON POST (2018) - "The Miseducation of Cameron Post" de "Desiree Akhavan"


Após grande atraso, chega aos cinemas mais um filme que aborda a polêmica “Cura Gay” geralmente utilizada por igrejas para tratar jovens que se relacionam afetivamente com o mesmo sexo. 

O filme é uma história sensível de amadurecimento mesmo que de certa forma trate o assunto de forma genérica sem se posicionar contra as instituições religiosas que utilizam tal método que não possuí qualquer comprovação científica ou médica. O certo dessa prática é o preconceito, o fato do filme entrar em cartaz nos cinemas já é importante mesmo que seja em circuito limitado. Um exemplo polêmico foi  da Universal Pictures que não lançou  nos cinemas Boy Erased, que aborda esse tema também, diferente da Fox Film que deu um tratamento melhor com a comédia romântica Gay, Com Amor Simon, que proporcionam a oportunidade de debater o assunto e trabalhar essa temática com um público maior afastando essa mente fechada que pensa no LGBT como minoria. A história de "O Mau Exemplo de Cameron Post" se passa na década de 90 e acompanha a jovem Cameron Post (Chloe Grace Moretz) que possui um romance lésbico com Coley (Quinn Shephard), sua colega de estudos bíblicos. Esse conflito de liberdade e fé faz com que Cameron, após ser flagrada com a parceira seja internada num acampamento de conversão pela família religiosa. O filme é uma adaptação do livro homônimo de Emily M. Danforth focado na experiência desse retiro coordenado por um reverendo "ex-gay" (interpretado por John Gallagher Jr.) e uma terapeuta responsável por sua "cura". Já tem um bom tempo que esse assunto já foi esclarecido, homossexualidade não é classificada como doença e o preconceito e a distorção religiosa sobre o tema que é o principal problema. O melhor do filme é encarar que cada pessoa tem suas particularidades, Cameron não tem certezas sobre sua orientação sexual ou seu cristianismo, o que permite que a mesma seja envolvida pela experiência de forma intensa, vulnerável onde todas as influências, afinal, precisa de definições para se encaixar. Esse sentimento de incertezas da jovem gera um filme maduro e que trata o expectador com inteligência mesmo que ele não seja LGBT. Porém o fato de não se posicionar ativamente contra esse ato faz com que o expectador acabe cúmplice de pessoas que acham ter as respostas sobre a homossexualidade, tratada pelos personagens apenas como pecado. O filme se isenta do assunto e isso incomoda um pouco. Mesmo sem elementos marcantes talvez a história seja interessante para que haja um debate sobre isso. Essa fase da vida é repleta de descobertas e também ressalta as diferenças, o certo é que todos nós precisamos escolher um caminho e que isso ocorra de forma natural sem opressão. MELHOR CURAR O PRECONCEITO!


O filme é distribuido pela Pandora Filmes.

Hype: BOM - Nota: 7,0


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