sábado, 30 de novembro de 2019

VOLUME MORTO (2019) de “Kauê Telloli”


Thriller tem atmosfera tensa em um exercício psicológico como um quebra-cabeça.

Filme foi exibido na Mostra Competitiva do Festival de Brasília após sua premier mundial na seleção oficial do Festival Internacional de Tallin na Estônia. Dirigido por Kauê Telloli, que chamou atenção em sua estréia com o longa "Eu Nunca" de 2016 (segunda melhor nota dos filmes paulistas em lista da Spcine em 2016) e também roteirista das séries Rio Heroes (Fox) e No escuro (Globo), ele demostra certa segurança em um filme praticamente em plano sequência que se passa num único cenário: uma sala de aula vazia. A tarefa árdua de manter o expectador interessado no filme mesmo com poucos elementos acontece em um jogo psicológico se tornando um filme nervoso, com boa condução, segurando cada reviravolta até seu clímax misterioso. O filme não entrega o que se espera de maneira fácil. O empenho da professora Thamara (Fernanda Vasconcellos) ao tentar solucionar o estranho caso de Gustavo, um menino que passa por um processo de bullying na escola, em muitos momentos deixa em dúvida o seu real objetivo e isso é o diferencial da produção. Gustavo é um protagonista de sete anos que não está presente nas cenas do filme mas é o foco da história. Os pais dele são Roberto (Daniel Infantini), o pai desestruturado por eventos que envolvem a vida do filho, expõe o quão tóxico pode ser às relações, principalmente a exibida no filme, conseguindo seu objetivo de criar repulsa a cada atitude do personagem. A mãe Luíza (Júlia Rabello) bastante submissa ao marido mas bastante misteriosa. No geral, é um longa sobre a dificuldade de saber a verdade dos fatos. Nada é absoluto e cada versão da história possui dúvidas que terminam como um reflexo de concepções. Ficamos o tempo inteiro tentando juntar as peças do quebra cabeça, o grau de confiança nos envolvidos da trama muda a cada atitude sem a chance protocolar de entregar o que se espera de um filme comum. O longa metragem é quase um teatro filmado onde se observa as intenções. Com uma duração de 75 minutos, bem compensados em ritmo acelerado, que mesmo em um roteiro limitado consegue êxito em incomodar o expectador, em deixar mais dúvidas do que respostas. O filme é como uma bomba relógio prestes a explodir, para o bem ou para o mal. TENSO!



O filme não tem previsão de lançamento nos Cinemas! Distribuição pela O2 Play!


O Meu Hype assistiu ao filme em sua exibição no 52° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.



Hype: BOM – Nota do Crítico: 7,0

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