"Valentina é feito com
bastante simplicidade, talento e tema importante que atinge o espectador graças a uma construção de personagem excepcional realizada por Thiessa Woinbackk"
O filme vem chamando bastante atenção por onde
passa, no momento já foi exibido em festivais on-line no Brasil e no mundo e
busca recursos para uma possível exibição nos cinemas assim que possível.
Protagonizado pela influenciadora digital e ativista trans Thiessa Woinbackk no papel-título,
o longa também é a estreia do roteirista e diretor mineiro Cássio Pereira dos
Santos e surpreende positivamente, é um filme diferenciado pela potência
narrativa sobre a transformação humana e social. A personagem Valentina é
acompanhada e apoiada apenas pela mãe (Guta Strasser, outro destaque), a garota
busca em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais recomeçar,
quase atropelando as primeiras dificuldades que deveriam ter ficado na
cidade anterior. Esta dupla de mulheres fortes vão lutar bastante para
sobreviver com dignidade em meio a uma sociedade que não respeita a liberdade
do outro. O mais interessante da história é como seu diretor e roteirista
consegue fugir muito bem dos clichês e construir uma maturidade narrativa, a
emoção e comoção vem ao natural e espontânea conforme se desenha sua problemática.
Tudo começa com a adolescente Valentina (Thiessa
Woinback) em sua despedida da cidade onde mora sendo incapaz de entrar em
uma boate com suas amigas porque sua carteira de identificação oficial ainda a
lista com seu nome de nascimento masculino. Ela mora com sua mãe solteira (Guta
Stresser) e estão prestes a fazerem as malas e se mudarem para outra cidade. Ela e sua mãe são particularmente próximas e ela apoiou
Valentina em todas as etapas da sua transição sendo sua defensora e protetora.
Quando Valentina tenta se matricular no ensino médio da única escola da
cidade, a diretora concorda que ela pode fazer a matricula com seu nome social de menina se também
conseguir que seu pai afastado assine o formulário. Ele as
abandonou porque Valentina é trans. Enquanto isso, Valentina toma uma decisão
consciente de não contar a ninguém que é trans por causa de toda a hostilidade
e ameaças de violência que sofreu no passado, ela acredita que cabe a ela
decidir quando ela quer revelar seu gênero. As coisas pioram quando seu
segredo é descoberto por alguém que começa a incitar a comunidade local contra
ela.
O filme acrescenta muito ao diálogo contínuo
sobre a comunidade transgênero e toda sua angústia. A jovem Woinbackk oferece
um desempenho cativante conseguindo engrandecer sua personagem, seja na emoção ou determinação. Ainda que seu final seja positivo e poderoso,
o filme não deixa de frisar no final dos créditos a dura realidade da vida
para as pessoas trans. (Estima-se que, no Brasil, cerca de 82% dos meninos e
meninas trans abandonam a escola. A expectativa de vida dessa população é
de 35 anos). A questão levantada no clímax do filme resume toda a obra, o
incômodo nas outras pessoas em não respeitar a liberdade individual de cada um, o problema ainda é maior para uma
pessoa trans, esse é o motim necessário e urgente desse filme que precisa
ganhar uma trajetória ainda mais relevante e ser disponibilizado para um número
ainda maior de pessoas. SEJA O QUE VOCÊ QUISER SER!
O Meu Hype conferiu o filme na 11° Mostra
Audiovisual de Petrópolis realizado on-line.
O filme não foi lançado comercialmente devido a
pandemia do Covid-19. Exibido em diversos festivais do Brasil e do Mundo on-line. Para lançar o longa nos cinemas brasileiros, a
equipe do filme organiza uma campanha de financiamento coletivo na internet.
"Um grupo de artistas que explodem em
diversidade e performance em uma metrópole que é um campo de guerra de uma
sociedade perigosamente intolerante e reflexo de todo um país"
O documentário apresenta um grupo de ativistas
LGBTQIA+ que fazem intervenções artísticas e ações com foco no importante
debate sobre desigualdades sociais, preconceitos e vidas marginalizadas, isso
em pleno caldeirão do centro da maior metrópole do Brasil, São Paulo. O discurso
sobre o coletivo, sobre o respeito a liberdade do outro, aprofunda-se na
complexidade do ativismo e suas causas tão fundamentais a sociedade quanto
conflitantes com valores retrógrados. O movimento composto por esses artistas
crescem e com o passar da metragem do filme, eles mostram uma riqueza
de personalidades, buscam em si a confirmação de convicções com a riqueza de
seus manifestos, isso fica mais intenso quando eles compartilham traumas
pessoais exemplificando o maior motivo de estarem ali, em uma vivência única,
na clara concepção que não existe ativismo sem uma causa e sem pessoas que se
identificam. A grande variedade de assuntos e recursos mostram uma produção com
forte contribuição às lutas sociais além de um ótimo trabalho de produção da direção composta por Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto
Amaral.
O elenco apresenta Ave Terrena Alves, Fernanda
Ferreira Ailish, Gabriel Lodi, Mariano Mattos Martins, Preta
Ferreira, Thata Lopes e Wan Gomez. Eles ocupam
um quadrilátero do centro de São Paulo e transformam o espaço público em um território de humor e tragédia naquilo que testemunham do preconceito em várias
nuances. A produção é um retrato que explode em performance, cor e discurso em um
revigorante vislumbre da comunidade LGBTQIA+ brasileira em meio ao
momento mais delicado por se tratar de um dos grupos mais perseguidos pela onda
conservadora do atual governo e de seus militantes. O pano de fundo para a maior parte do filme é uma rua movimentada
no centro de São Paulo, onde somos apresentados ao grupo que montam ali esse
parlatório. O filme começa seguindo os artistas conforme eles pedem aos
vendedores permissão para filmar em seu trecho da rua, colocando os
espectadores simultaneamente nos bastidores e na plateia. Os microfones e
a equipe de produção entram e saem do quadro como parte do
filme fluindo naturalmente entre a rua, um estúdio monocromático estilizado
onde ocorrem os monólogos, clipes da atualidade e a interação com as pessoas
que passam pela rua. O grupo canta, discursa para as câmeras e fala sobre temas
como transfobia, anti-negritude, colonização e povos indígenas do Brasil, em
uma conversa pública aberta, ainda que sejam encarados por alguns com um afronte
subliminar de não aceitação.
O que mais se destaca nessa exposição é a confiança e a tranquilidade que os artistas demonstram quando são confrontados por uma opinião divergente, esse assédio é tão forte que necessita de um embate lúcido sobre as partes, esse tom mesmo elevado em alguns instantes possuem um poder enorme sobre como isso tratado pelas ameaças e por quais motivos elas acontecem. Em sua totalidade o filme propõe essa
série de intervenções equilibrando momentos sérios com um ar lúdico. A câmera procura o olhar espontâneo do campo de guerra e capta as imagens da
performance e consequentemente da reação dos envolvidos. No geral, é uma obra
abrangente e impactante, seja pela espontaneidade de algumas respostas, pelo
duro enfrentamento do discurso de ódio e preconceito ou simplesmente pela
potência das suas manifestações. Esse vislumbre "educacional" sobre movimentos e
discussões importantes que acontecem no Brasil oferecem um exemplo de um
ativismo corajoso que lida diretamente com os opressores. Para onde voam as
feiticeiras tem em seus protagonistas uma enorme demonstração de coragem em um
documentário necessário, atual e evolvente. IMPERDÍVEL.
O Meu Hype conferiu o filme na 11° Mostra
Audiovisual de Petrópolis realizado on-line
Nosso TBT de hoje aproveita os quase 20
anos para relembrar um filme indie atemporal sobre jovens perdidos em sua
própria vida. Em uma era de overdose de comédias adolescentes como American
Pie, Ghost World (no Brasil ganhou o subtítulo: Aprendendo a Viver e Mundo Cão)
foi um alívio e um antídoto contra a mesmice desse tipo de produção. Baseado
em uma história em quadrinhos, o filme colegial se tornou um clássico cult e
tem um legado duradouro de influências de realizadores atuais. O filme envolvia uma obra muito
conceitual do criador de quadrinhos Daniel Clowes que mirou no deserto cultural
da América moderna. Ele criou um novo tipo de heroína: imparcial,
autodestrutiva e comprometida com a linha cáustica, independentemente do
custo. O criador nunca imaginou que o HQ pudesse ser transformado em um
filme. Era um minúsculo mundo dos quadrinhos de pequena imprensa e não uma
parte do mundo em que Hollywood conhecesse ou se interessava.
O projeto aconteceu devido ao interesse de
Terry Zwigoff, um documentarista que criou filmes bem recebidos sobre o músico
de country-blues Louie Bluie e o cartunista Robert Crumb. Não poderia estar em
melhores mãos ainda que era uma certa novidade esse tipo adaptação. Clowes e
Zwigoff expandiram os instantâneos existenciais dos quadrinhos na história
agridoce do afastamento de Enid (Thora Birch, recém-saída do sucesso Beleza
Americana) de sua melhor amiga mais convencional, Rebecca (Scarlett Johansson,
em início de carreira e que logo depois ganharia destaque em Encontros e
Desencontros de Sofia Coppola), sua crescente preocupação era com um idiota
misantrópico, de meia-idade e obcecado por blues chamado Seymour (Steve
Buscemi). A visão de mundo de Enid é tipificada por momentos icônicos, já
na cena inicial ela se balança zombeteiramente com uma dança
hipnotizante. Seus únicos momentos de libertação vêm através da música:
dançar ao som de Mohammed Rafi, tingir o cabelo ao som dos Buzzcocks e ouvir
country blues de Skip James repetidamente. Mas tudo que não a impressiona,
ela destrói com ironia e desprezo a um mundo que ela odeia, não faz parte e não sabe como lidar.
Muitas pessoas se viam em Enid. Sempre há
pessoas que estão fora da sociedade com um ponto de frustração agudo, comum naquela época de poucas distrações. O ano de 2001 ainda era uma época sem tecnologia,
internet ou movimentos jovens que poderiam aliviar a dor de quem não se enquadrava no
senso comum. Até hoje pode se dizer que é assim. Por baixo da enxurrada de piadas mordazes do filme surgia uma
ressaca melancólica de como se inspirar em um tom libertador. Todo o
arco da história mostra como, de uma forma triste, Enid não consegue nem mesmo
manter um melhor amigo. A influência do filme foi sísmica, estourou em diversos festivais, foi parar até no Oscar, concorrendo em Roteiro. Os críticos amaram mas a sua atmosfera sempre foi alternativo e fora dos padrões, não sendo até mesmo conhecido pelo grande público. Ghost World foi um dos
dois roteiros que Diablo Cody comprou cópias antes de escrever outro sucesso da
época, Juno, e seu DNA pode ser visto em vários produtos da cultura pop
atual também, como em Euphoria da HBO, Sex Education da Netflix entre outros. Visto hoje, Ghost World permanece totalmente novo, fresco e imperdível.
O
filme pode ser visto no You Tube no link abaixo!
"A magia das animações Disney ganham uma
representação que sua fórmula clássica continua em ascensão para as novas
gerações"
Raya e o Último Dragão é
o 59º longa-metragem de animação da Walt Disney Animation Studios e mostra o
crescimento do estúdio tanto na beleza visual estonteante quanto na competição
acirrada com a Pixar por um patamar de qualidade cada vez mais difícil
de se alcançar, tamanha a competição e criatividade dos principais estúdios de
animação. Os filmes da Disney possuem ultimamente a busca pelo tom
da comédia sendo atualizados com gírias contemporâneas e até, com
moderação, referências à cultura pop, isso é bom para algumas pessoas e pode
decepcionar quem busca algo mais tradicional. O material mais importante a
se levar em conta é um modelo já esculpido a décadas pelo estúdio que precisa
se modernizar para um nova geração sem deixar de lado o encantamento dos
personagens e sua mensagem positivista. A mitologia de Raya é construída de
maneira fluida e quase automática, mas tem seu lado negativo também, sua condução não dá tempo
necessário para nos permitir conhecer os personagens, ou o mundo, ou
simplesmente curtir uma narrativa, a história avança constantemente em alta
velocidade, arrastando consigo seus personagens e diversas possibilidades. São
detalhes importantes de citar mas que não tiram o brilho do longa animado.
Na história, há muito tempo atrás, no mundo de
fantasia de Kumandra, humanos e dragões viviam juntos em harmonia. Mas
quando monstros sinistros conhecidos como Druun ameaçaram a terra, os dragões
se sacrificaram para salvar a humanidade. Agora, 500 anos depois, esses
mesmos monstros voltaram e cabe a uma guerreira solitária, Raya, rastrear o
último dragão para finalmente parar o Druun para sempre. No entanto, ao
longo de sua jornada, ela aprenderá que será necessário mais do que magia de
dragão para salvar o mundo - também será necessário a confiança e união entre 5
reinos diferentes. Não é necessário analisar muito para chegar a conclusão que
é uma história generosa e confortável que ainda consegue algumas sacadas
importantes e trabalhe com um
roteiro sofisticado usando uma interessante distopia. São poucas coisas que não
funcionam e seu entusiasmo frenético para a ação deve funcionar principalmente
para as crianças mais ansiosas por aventura.
A animação tem um fotorrealismo soberbo,
combinado com alguns efeitos de encher os olhos, alguns desses momentos
protagonizados pelo dragão que manipula a água, em todas as suas formas, o que
significa muitos respingos, muita chuva, muita neblina, e sua névoa mágica,
com tendência cintilante na chuva mágica que o dragão
pode transformar em uma escada, com salpicos de cor iluminando onde seus pés
tocam as gotas de chuva. Isso é sem dúvidas a magia da animação CGI que a
Disney apresenta de forma impecável como pouco visto em suas últimas produções. Raya é
um filme incrivelmente lindo, bem desenhado, iluminado, animado e
encenado. Sua narrativa forte e seus personagens encantadores são tão
requintados que agrada tanto as crianças como os adultos em um filme divertido e cheio de magia. UMA SAGA SOBRE CONFIANÇA.
O filme tem sessões nos cinemas abertos do
Brasil porém em um dos momentos mais tensos da pandemia com cidades em Lockdown
e cinemas fechados. A opção segura é ver em casa pelo "Premier Acess",
um acesso pago dentro do Disney Plus por R$69,99. O
desenho estará disponível sem custo adicional aos assinantes brasileiros da
Disney Plus no dia 23 de abril.
É Apenas o Fim do Mundo é um filme que passou meio batido no Brasil na época de lançamento mesmo se destacando em diversos festivais e está disponível no streaming do Telecine. O filme do jovem diretor e ator Xavier Dolan ressalta seu domínio em trabalhar elenco, contando nesse longa com nomes de peso como Gaspard Ulliel, Marion Cotillard, Léa Seydoux e Vincent Cassel. Com uma filmografia de obras peculiares, Xavier Dolan foi revelado ao mundo com o desconcertante “Eu Matei a Minha Mãe” (2009) e desde então, transformou-se em um queridinho entre os novos realizadores. Leia as impressões do nosso clube sobre seu sexto longa-metragem.
Grande parte das reações sobre "É apenas o fim do mundo" é a clara assimilação de quão complexo e confuso podem ser as relações familiares. O filme tem talentos no elenco e apresenta uma história repleta de conflitos com um resultado final que pode parecer um pouco aquém do hype envolto ao diretor que simplifica respostas que muitas vezes não estão disponíveis ao espectador e devem muito a sensibilidade de cada um, desta forma o filme foi bastante massacrado pela crítica mesmo sendo uma obra bem aberta a outras interpretações. O canadense é um bom diretor de elenco, algo que ele assegura por também desempenhar o ofício da interpretação, ele também compreende as possibilidades de artimanhas da linguagem mas se perde em alguns momentos, a sua visão para dramas adultos ainda parece confuso e por vezes valorizando banalidades e visualizando tudo como o fim do mundo, ainda que a história de Louis tenha esse aspecto.
Na trama, um escritor oculta o fato de estar com uma doença terminal, Louis-Jean Knipper (Gaspard Ulliel), ele volta para a casa de sua família com a intenção de revelar a sua condição. Não há um segundo que ele não ensaie o modo como trará a informação à tona, mas sempre se acovarda quando se julga preparado ou outro problema familiar surge no caminho. Há quatro membros que o aguardam: a sua mãe (Nathalie Baye), a sua irmã caçula Suzanne (Léa Seydoux), o seu irmão mais velho Antoine (Vincent Cassel) e a sua cunhada Catherine (Marion Cotillard). Raramente se viu um núcleo familiar que usasse tanto as trivialidades como justificativa para discutir aos berros sem chegar a lugar nenhum. Ainda que alguma escolha no passado de Louis-Jean tenha deixado um mal estar na atmosfera da residência, briga-se por várias outras coisas, como a preparação do jantar, a ausência de contato, a passividade de Catherine, a notificação de partida do anfitrião e por aí vai. Nada se resolve, tudo é motivo para uma grande DR.
Dolan faz quase um teatro filmado. O que poderia ser um trunfo na história se transforma em algo bastante sufocante, quase sem pausas para respiros, a sua câmera fica grudada no rosto do elenco durante 90 minutos, como se pretendesse representar a tensão de seu protagonista, captando olhares e expressões, mas jogando fora a potencialidade dos intérpretes de ir além da captação de um drama visual, é como se eles estivessem enjaulados dentro da tela. Sem muita inovação e carregando o peso da situação em "banho-maria" ainda sim é um filme que vale a pena por colocar a "instituição"família como confusa e muitas vezes pouco acolhedora. (Meu Hype)
Existe uma busca de Louis (Gaspard Ulliel) que talvez sua família não tenha entendido, mesmo que com a distância e o seu retorno depois de 12 anos. A paz que permeia seus pensamentos pode ter sido sua maior companheira durante os anos em que ele evitou desconforto familiar e as memórias da casa onde cresceu. Confrontar-se com questões mal resolvidas dentro da própria família pode ser o maior de seus pesadelos, mas também algo inevitável. O silêncio constante da personagem que pouco diz sobre si e mais ouve os integrantes de sua família, é de um incômodo expressivo. São tantas cobranças pelo seu desaparecimento que em meio a dramas alheios, viajar em um universo paralelo, com uma trilha sonora lenta e imagens da decoração de sua casa, se torna rotineiro na trama. É como se a consciência do caos não fosse mais tão importante quanto em outro momento e a nostalgia de acontecimentos menos depressivos fossem uma melancólica válvula de escape em meio a responsabilidade com os ritos de sua árvore genealógica. Figuras arquetípicas se entrelaçam em diálogos e nós dramáticos tão amarrados que se observam parecer insolucionáveis. O personagem central, Louis, já não parece mais se surpreender, a não ser quando sabe da morte de sua paixão da adolescência, talvez a parte mais doce para se lembrar. Informação que não deixa dúvida sobre o seu destino inexorável e bem resolvido já no início da história. (Andy Souza)
Filme com elenco forte e ótimas atuações onde o diretor e roteirista canadense - Xavier Dolan - parece se preocupar mais com a distorção presente no afeto familiar, do que com a morte que pode abraçar o personagem principal - Louis - o escritor que volta à casa da família após 12 anos de ausência, pra falar sobre seu tempo de vida e fica perdido. Há uma certa dificuldade no filme de se mostrar mais eficaz nas decisões e diálogos problemáticos de uma família que grita anormalidades, porém tá mais pra uma família normal com endereço diferente de qualquer outra. Louis está com medo de todos, e todos estão com medo de Louis que foi ausente por tanto tempo para eles. Sobre o jovem diretor dar credibilidade aos dramas de quem tá vivo, é isso mesmo... pra morte o importante é a vida e pra quem tá vivo uma ausência também é uma preparação pra algo morto, ou seja, continue presente. Sendo assim Dolan vai no ponto certo, mesmo pincelando demais algo que poderia ser mais claro para o público. (Paulo Lana)
Louis, um escritor bem-sucedido decide voltar para casa da família depois de 12 anos longe se comunicando apenas por cartões postais, para contar que estava morrendo. Ao chegar na casa sua família estava a espera e ansioso, é muito bem recebido por sua mãe e sua cunhada, sua irmã mal o conhecia mas estava empolgada, seu irmão estava feliz mas receoso, no decorrer do filme fica evidente vários problemas de família, onde ninguém consegue se entender e pior se ouvir, vence quem falar mais alto, Luois nessa situação não tem espaço ou abertura para falar para a família o motivo da sua viagem, muito introspectivo quando vinha a coragem alguém falava mais alto, no fim de alguma forma dentro do caos ele aceita que não era necessário falar. A meu ver faltou um pouco de empatia de ambas as partes Louis por se afastar por tanto tempo da família e da família ao recebe-lo de volta em casa se lhe dar voz. (Dionatan Medeiros)
O filme está disponível no streaming do Telecine! Com esse link você tem 30 dias grátis, vem: http://teleci.ne/MeuHype