terça-feira, 2 de março de 2021

É APENAS O FIM DO MUNDO (2016) - "Juste la fin du monde" de "Xavier Dolan"

 


O filme é uma indicação do CLUBE HYPE.

É Apenas o Fim do Mundo é um filme que passou meio batido no Brasil na época de lançamento mesmo se destacando em diversos festivais e está disponível no streaming do Telecine. O filme do jovem diretor e ator Xavier Dolan ressalta seu domínio em trabalhar elenco, contando nesse longa com nomes de peso como  Gaspard Ulliel, Marion Cotillard, Léa Seydoux e Vincent Cassel. Com uma filmografia de obras peculiares,  Xavier Dolan foi revelado ao mundo com o desconcertante “Eu Matei a Minha Mãe” (2009) e desde então, transformou-se em um queridinho entre os novos realizadores. Leia as impressões do nosso clube sobre seu sexto longa-metragem.

     Grande parte das reações sobre "É apenas o fim do mundo" é a clara assimilação de quão complexo e confuso podem ser as relações familiares. O filme tem talentos no elenco e apresenta uma história repleta de conflitos com um resultado final que pode parecer um pouco aquém do hype envolto ao diretor que simplifica respostas que muitas vezes não estão disponíveis ao espectador e devem muito a sensibilidade de cada um, desta forma o filme foi bastante massacrado pela crítica mesmo sendo uma obra bem aberta a outras interpretações. O canadense é um bom diretor de elenco, algo que ele assegura por também desempenhar o ofício da interpretação, ele também compreende as possibilidades de artimanhas da linguagem mas se perde em alguns momentos, a sua visão para dramas adultos ainda parece confuso e por vezes valorizando banalidades e visualizando tudo como o fim do mundo, ainda que a história de Louis tenha esse aspecto. 


     Na trama, um escritor oculta o fato de estar com uma doença terminal, Louis-Jean Knipper (Gaspard Ulliel), ele volta para a casa de sua família com a intenção de revelar a sua condição. Não há um segundo que ele não ensaie o modo como trará a informação à tona, mas sempre se acovarda quando se julga preparado ou outro problema familiar surge no caminho. Há quatro membros que o aguardam: a sua mãe (Nathalie Baye), a sua irmã caçula Suzanne (Léa Seydoux), o seu irmão mais velho Antoine (Vincent Cassel) e a sua cunhada Catherine (Marion Cotillard). Raramente se viu um núcleo familiar que usasse tanto as trivialidades como justificativa para discutir aos berros sem chegar a lugar nenhum. Ainda que alguma escolha no passado de Louis-Jean tenha deixado um mal estar na atmosfera da residência, briga-se por várias outras coisas, como a preparação do jantar, a ausência de contato, a passividade de Catherine, a notificação de partida do anfitrião e por aí vai. Nada se resolve, tudo é motivo para uma grande DR. 


     Dolan faz quase um teatro filmado. O que poderia ser um trunfo na história se transforma em algo bastante sufocante, quase sem pausas para respiros, a sua câmera fica grudada no rosto do elenco durante 90 minutos, como se pretendesse representar a tensão de seu protagonista, captando olhares e expressões, mas jogando fora a potencialidade dos intérpretes de ir além da captação de um drama visual, é como se eles estivessem enjaulados dentro da tela. Sem muita inovação e carregando  o peso da situação em "banho-maria" ainda sim é um filme que vale a pena por colocar a "instituição" família como confusa e muitas vezes pouco acolhedora. (Meu Hype)

      Existe uma busca de Louis (Gaspard Ulliel) que talvez sua família não tenha entendido, mesmo que com a distância e o seu retorno depois de 12 anos. A paz que permeia seus pensamentos pode ter sido sua maior companheira durante os anos em que ele evitou desconforto familiar e as memórias da casa onde cresceu.  Confrontar-se com questões mal resolvidas dentro da própria família pode ser o maior de seus pesadelos, mas também algo inevitável. O silêncio constante da personagem que pouco diz sobre si e mais ouve os integrantes de sua família, é de um incômodo expressivo. São tantas cobranças pelo seu desaparecimento que  em meio a dramas alheios, viajar em um universo paralelo, com uma trilha sonora lenta e imagens da decoração de sua casa,  se torna rotineiro na trama. É como se a consciência do caos não fosse mais tão importante quanto em outro momento e a nostalgia de acontecimentos menos depressivos fossem uma melancólica válvula de escape em meio a responsabilidade com os  ritos de sua árvore genealógica. Figuras arquetípicas se entrelaçam em diálogos e nós dramáticos tão amarrados que se observam parecer insolucionáveis. O personagem central, Louis, já não parece mais se surpreender, a não ser quando sabe da morte de sua paixão da adolescência, talvez a parte mais doce para se lembrar. Informação que não deixa dúvida sobre o seu destino inexorável e bem resolvido já no início da história. (Andy Souza)
 
       Filme com elenco forte e ótimas atuações onde o diretor  e roteirista canadense - Xavier Dolan - parece se preocupar mais com a distorção presente no afeto familiar, do que com a morte que pode abraçar o personagem principal - Louis - o escritor que volta à casa da família após 12 anos de ausência, pra falar sobre seu tempo de vida e fica perdido. Há uma certa dificuldade no filme de se mostrar mais eficaz nas decisões e diálogos problemáticos de uma família que grita anormalidades, porém tá mais pra uma família normal com endereço diferente de qualquer outra. Louis está com medo de todos, e todos estão com medo de Louis que foi ausente por tanto tempo para eles. Sobre o jovem diretor dar credibilidade aos dramas de quem tá vivo, é isso mesmo... pra morte o importante é a vida e pra quem tá vivo uma ausência também é uma preparação pra algo morto, ou seja, continue presente. Sendo assim Dolan vai no ponto certo, mesmo pincelando demais algo que poderia ser mais claro para o público. (Paulo Lana

     Louis, um escritor bem-sucedido decide voltar para casa da família depois de 12 anos longe se comunicando apenas por cartões postais, para contar que estava morrendo. Ao chegar na casa sua família estava a espera e ansioso, é muito bem recebido por sua mãe e sua cunhada, sua irmã mal o conhecia mas estava empolgada, seu irmão estava feliz mas receoso, no decorrer do filme fica evidente vários problemas de família, onde ninguém consegue se entender e pior se ouvir, vence quem falar mais alto, Luois nessa situação não tem espaço ou abertura para falar para a família o motivo da sua viagem, muito introspectivo quando vinha a coragem alguém falava mais alto, no fim de alguma forma dentro do caos ele aceita que não era necessário falar. A meu ver faltou um pouco de empatia de ambas as partes Louis por se afastar por tanto tempo da família e da família ao recebe-lo de volta em casa se lhe dar voz. (Dionatan Medeiros)


O filme está disponível no streaming do TelecineCom esse link você tem 30 dias grátis, vem: http://teleci.ne/MeuHype

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