segunda-feira, 11 de maio de 2020

EMMA (2020) de "Autumn de Wilde"



Graciosa e divertida adaptação de Jane Austen transforma o romance de época em uma comédia adolescente radiante.

Dentre as adaptações de Emma, romance da escritora Jane Austen, as mais famosas foram o filme de 1996 onde Emma era interpretada por Gwyneth Paltrow e a minissérie de 2009 da BBC com o papel principal de Romola Garai. A nova releitura se destaca pela coragem e estilo próprio. Nada surge em tela sem que fosse um espetáculo visual da época retratada ou por seu figurino muito bem alinhado e nada fora do tom. Anya Taylor Joy encarna mais um papel de destaque em sua promissora carreira, com destaque no terror A Bruxa (2015), em Fragmentado (2016) e no filme Indie Puro Sangue (2017). Ela é um brilho mesmo sem se esforçar muito, sua atuação é tão doce e verdadeira que rapidamente nos entregamos ao seu deboche e ao tédio de sua personagem. O contra-romance já bastante conhecido da escritora inglesa ganha um contorno interessante nas mãos do novato diretor "Autumn de Wilde", especialista em videos musicais de artistas de rock. Ele não despediça nenhuma cena do filme, enquanto ainda apreciamos toda atmosfera criada, ele constrói personagens apenas com imagens e símbolos. Ainda que falte química entre o casal principal, percebemos aos poucos como ele consegue nos envolver de uma maneira agradável para mudar os padrões, fugindo do esgotamento de romances de época e histórias de pessoas em "ataques belos de vida" em sua própria riqueza. Tudo funciona bem planejado para agradar o espectador. Na trama, Emma Woodhouse (Anya Taylor Joy) é uma jovem rica, bonita e inteligente, que não tem pretensões de se casar tão cedo, para ficar sempre perto do pai (Bill Nighy). Porém, isso não a impede de dar uma de 'casamenteira', tentando juntar casais que considere apropriados entre seus conhecidos em sua pacata cidade natal. Sem perceber os problemas causados com sua imaginação e teimosia ela descobre que seu amor pode estar ao seu lado. A personagem principal do filme, mesmo com dualidades, se torna real e perceptível em suas nuances, assim como Austen proporcionou em seu romance, com asagacidade e ironia sem deixar a humanidade de lado. Com uma musicalidade estonteante que acompanha cada expressão dos personagens, o elenco ainda tem como destaque alguns desconhecidos do grande público, como Johnny Flynn, Mia Goth e Gemma Whelan. Sem pretensão de ser maior, é um filme sobre amadurecimentos e paixões sem deixar de ser realista e jovem. AFETUOSO.


O Filme não tem previsão de estréia no Brasil. 

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0

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