O filme é mais uma indicação do CLUBE DO HYPE. Vem ler nossas impressões.
Os filmes que abordam gays sempre foram um gênero a parte que em geral abordam o mesmo tema de maneiras diferentes, histórias sobre se assumir gay, histórias sobre amor não correspondido e histórias sobre o impacto da AIDS. Assuntos que permeiam a comunidade. Conquistar, Amar e Viver Intensamente consegue passar por esses temas com uma intensa maturidade sem precisar ser um filme de nicho ou de festival. Grande parte do potencial da história é no talentoso diretor Christophe Honoré que possui obras peculiares no currículo, dentre eles Em Paris (2006), Canções de Amor (2007) e Bem Amadas (2011). Sem apelar a uma construção fácil da história e lindamente encenado, a produção contém momentos de uma inteligência profunda com assuntos que podem representar não só o gay mas o ser humano, sua beleza comovente compõe um olhar épico convertendo laços que começam e terminam como o ciclo da vida.
O longa nos leva de volta ao ano de 1993, onde o choque e o estigma inicial da AIDS já estava sendo deixado de lado mas o diagnóstico ainda era considerado terminal e todas as feridas desse peso ainda faziam parte de cotidiano gay. Assim acompanhamos a história de Arthur (Vincent Lacoste), um estudante de 20 anos que vive em Rennes. Sua vida muda no dia em que ele conhece Jacques (Pierre Deladonchamps), um escritor que mora em Paris com seu filho. Durante o verão, Arthur e Jacques se divertem e se amam. Mas esse amor, Jacques sabe que deve ser vivido rapidamente devido a obstáculos que a vida lhe impõe. A história não é uma visão calorosa e nostálgica da vida nos anos 90 e sim como a condição vital em sentir emoções passa tanto pelas alegrias quanto ao sofrimento. Os dois protagonistas oferecem performances luminosas, é admirável vê-los flertar e descobrir o caminho para algo mais significativo a cada momento juntos.
O filme é, afinal, sobre um importante momento de virada na história da comunidade gay, capturando um momento que existiu de muita dor e que pode representar um prazer sem remorso mas que necessita de diálogo e de discussões mais apuradas de uma nova geração que não se espelha em seu passado histórico para construir um futuro mais leve. O roteiro intelectualmente amplo de Honoré é uma afirmação carinhosa e detalhada da identidade masculina gay, embora seja capaz de retratar o gay como uma propriedade humana em si, sem estereótipos. Honoré transforma as circunstâncias sórdidas em uma declaração coletiva sobre um ciclo que com o passar do tempo se torna bem claro na comunidade gay, além de ser um lindo tributo as artes e a vida em si. (MEU HYPE)
A vida é refletida em "Conquistar, Amar e Viver Intensamente"- como um romance truncado, que mostra a crueldade refletida num "homem inacabado e, deixa claro como assim é a definição da crueldade - o homem inacabado! A vida vai acontecer e sempre teremos essa sensação de que deixamos de fazer algo; Vamos nos matando, nos culpando e enchendo o mundo de julgamentos. O Homem como um ser inquieto e inacabado das questões filosóficas de humanização nessa obra, entra em constante evolução e vagueia por indagações de Paulo Freire, Kant, Rimbaud e Walt Whitman. O filme traz a consideração do que somos, num mundo único, onde cada um tem suas visões e experiências que acabam, inacabadas. (PAULO LANA)
Começaria com um: -Poxa, que filme difícil, difícil até de gostar. São relações bem conturbadas, fala muito da solidão que é algo que todos fogem e, ao mesmo tempo, não abrem mão. O filme aborda o amor, a amizade, as formas mais variadas de se satisfazer e acaba mostrando o "mundo gay" de uma forma bem real, onde todos fazem ou se realizam na famosa pegação, mas poucos admitem. O filme é bem interessante, porém o desfecho me decepcionou bastante. (SILAS HOHENSTAUFFEN).
O filme está disponível no streaming Telecine.
Lindo
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