quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

TBT - FANNY AND ALEXANDER (1982) - "Fanny och Alexander" de "Ingmar Bergman"


     Nosso TBT de hoje aproveita a época de Natal para relembrar um clássico de um dos cineastas mais influentes de nosso tempo. A produção é também um filme bastante pessoal para o diretor e baseia-se muito na infância infeliz dele com sua irmã Margareta e os muitos atritos com o rígido pai, um pastor luterano. Existem duas versões de Fanny e Alexander: uma mais curta de cerca de três horas (188 minutos), e uma longa, de mais de cinco horas (312 minutos). A versão menor foi lançada primeiro. A mais longa foi exibida como minissérie para a televisão. O filme foi bastante premiado na época de lançamento, dentre os principais prêmios venceu o Oscar nas categorias de melhor filme estrangeiro, melhor fotografia, melhor figurino e melhor direção de arte. Também venceu como melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro, Cesár e Veneza


     A história se passa durante os anos de 1907–09 (com epílogo em 1910), na cidade sueca de Uppsala. Após um alegre Natal na família Ekdahl, Oscar, o pai do casal de crianças Alexander e Fanny, passa mal quando representava o fantasma da peça de Hamlet e falece. Alexander começa a ter visões do pai falecido e sua mãe, Emilie, se casa com o bispo Edvard Vergérus, um religioso extremamente rígido. As crianças são obrigadas a deixar a casa da avó paterna, onde foram muito felizes, e passam a viver com a família do padrasto: a mãe, irmã, a tia enferma e as criadas, numa casa afastada e ascética. São despojadas de qualquer bem, inclusive livros e brinquedos e passam a sofrer com hábitos severos, sendo tratadas como prisioneiras. Alexander é imaginativo e conta uma história sobre ter visto os fantasmas da ex-esposa do Bispo e suas filhas, todas falecidas. Ele é severamente punido pelo padrasto durante a ausência da mãe e passa a fantasiar sobre a morte dele. A mãe também toma consciência da real personalidade do marido e de quanto os seus filhos sofrem naquela casa, assim planeja uma maneira de tirá-los daquele lugar e levá-los de volta à casa da avó. 


     O filme é uma obra de arte épica, uma reflexão poderosa com mensagens envolventes, arco dramático bem construído e de uma certa forma também meio místico. O bispo Edvard Vergérus deve ser um dos maiores vilões do cinema. A história  passa uma semelhança com os contos de Charles Dickens e tem espirito natalino. A produção possui um elenco grande e qualificado em uma primorosa fotografia, sem dúvidas a obra máxima de Bergman. Fanny & Alexander é um excelente filme para qualquer cinéfilo ou fã de boas histórias.

Clube do Hype (Opiniões sobre a obra)

Ingmar Bergman transmite a abrangência da infância na formação das pessoas, explorando traumas  e com uma atenção meticulosa aos detalhes. Destaque para a visão suntuosa da fragilidade humana em meio a hipocrisia das relações familiares. Uma obra-prima que mostra muitas das preocupações do diretor em transmitir sensibilidade em um épico familiar praticamente perfeito. Resenha: Meu Hype

Acho que Fanny & Alexander mostra a fragilidade da família em declínio e suas celebrações falsas pra mostrar que tudo vai bem para os subalternos que também vivem o caos do preconceito, humilhação e abismo. É  pesado, tem suas liberdades sexuais que a Suécia adora mas tem também a prisão do ser-humano. Esses loops do cotidiano. Resenha: Paulo Lana

O filme é bem complexo, no início tedioso, mas quando acontece passa que nem se sente, aborda vários temas, família, amor, submissão, relações das mais diversas, é rico em detalhes e a fotografia é linda... A crítica à religião faz todo o filme valer a pena, a verdade nunca está apenas de um lado só. É opressor e, me fez ter, ainda mais raiva de igreja e seus líderes. Resenha: Silas Lana

O filme começa com uma grande festa de natal com toda a família (inicio bem entediante). A trama realmente começa com a morte do pai das crianças, a mãe abalada, fragilizada, acaba se envolvendo com a primeira pessoa que vê, acaba envolvida pelo charme do Bispo, sem saber que era apenas uma fachada, igual a maiorias das religiões, por fora uma coisa e admirável mas por dentro podre, desde o início já se via que a relação entre o enteado e o padrasto não seria boa quando ele repreende as histórias contadas na escola. O casamento aconteceu, chega o dia da mudança da família para a casa do bispo, onde deixam a casa da avó, onde é cheio de vida, cores, alegria e onde eram amados, para uma casa onde é cheia  de regras, preta e branca e  fria. A mãe até tenta se impor, mas já era tarde demais. Com o  passar dos dias a empregada da casa se fazendo de amiga, oferece biscoitos para comprar a confiança das crianças e Alexander acabou criando uma história da antiga esposa do bispo, ela na mesma hora ela foi fazer a fofoca e sem a mãe por perto acabou sendo interrogado, fez um juramente diante da bíblia negando com muita convicção que não falou nada, foi colocado algumas opções de punição e friamente ele escolhe  uma vara para apanhar até assumir o que falou, desta forma o bispo condena a criança ao inferno por mentir sob o juramento, a família revoltada cria um plano para resgatar as crianças, elas foram levadas para uma loja de bonecos onde existe uma pessoa trancada, aparentemente perigosa, nessa parte eu fico um pouco confuso se o que acontece é real ou a imaginação. Em determinado momento Alexander se perde, termina encontrando essa pessoa perigosa, acaba que ela é a própria consciência da criança onde ela induz a pensamentos de morte ao bispo e simultaneamente o que é pensado acontece de fato. Todos voltam para a antiga casa e mesmo assim o Alexander continua sendo atormentado pelo Bispo. Filme muito envolvente. Resenha: Dionatan Medeiros.

 


O filme pode ser visto no streaming do Telecine.

O filme foi lançado em Edição Definitiva em Blu-ray no Brasil pela Versátil, um item obrigatório na coleção de um cinéfilo. 


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