terça-feira, 1 de dezembro de 2020

THE DARK AND THE WICKED (2020) - "Bryan Bertino"

 


"Em clima assustador e tenebroso essa pérola independente se torna um dos melhores filmes de terror do ano"

     Não é de hoje que o quase desconhecido diretor Bryan Bertino consegue com muito pouco criar uma história envolvente e arrepiante. Seu filme mais conhecido foi o bom suspense Os Estranhos (Strangers, 2008) e depois ainda dirigiu Um Monstro no Caminho (The Monster, 2016). Recentemente participou como produtor e roteirista de Os Estranhos: Caçada Noturna (The Strangers: Prey at Night, 2018), dentre outras produções. The Dark and The Wicked (2020), seu mais novo filme, ainda sem título e distribuição no Brasil, surpreende por cumprir um papel que qualquer produção que faça parte do gênero Terror/Suspense precisa ter, causar sensação de horror e tensão sem necessidade de muita explicação, o sobrenatural por si só já é algo instigador, e sua principal jogada é não ser didático. Mesmo transitando com "jumpscares" gratuitos e violência gráfica, tudo surge em tela bastante calculado e com certa propriedade original para evitar que a produção se perca nos clichês do gênero. Quem curte terror que precisa de um propósito para que algo aconteça, esse não é o seu filme, é uma história mais voltada ao lúdico, ao escuro e ao perverso. O mal não precisa de qualquer explicação plausível, sua própria definição já evidencia sua característica de incertezas. 


      Na trama, em uma fazenda isolada, um homem está morrendo lentamente. Acamado e lutando contra seus últimos suspiros, sua esposa está lentamente sucumbindo a uma dor avassaladora. Para ajudar a mãe e dizer adeus ao pai, os irmãos Louise (Marin Ireland) e Michael (Michael Abbott Jr.) voltam para a fazenda da família. Não demora muito para eles perceberem que há algo de errado com a mãe, algo a mais que sua grande tristeza pelo marido inconsciente. Gradualmente, conforme suas próprias dores aumentam, Louise e Michael começam a sofrer de uma escuridão semelhante à de sua mãe, marcada por pesadelos acordados e uma sensação crescente de que algo de tenebroso está tomando conta de sua família. Com bastante paciência em introduzir a problemática, rapidamente o espectador se convence que o sobrenatural está presente nessa situação peculiar dessa família ainda que o cenário seja muito bem construído com elementos que ajudam na concepção dos acontecimentos. 


   A história de terror consegue ser efetiva mesmo em um núcleo limitado de personagens e um roteiro que não entrega nada brilhante, isso graças a uma sensação claustrofóbica em cada momento que a escuridão se instala na família. O início apreensivo e misterioso toma as rédeas e fica cada vez mais sem controle com o seu desenrolar aterrorizante e dramático. No mais, a obra de Bryan Bertino conta com um terror psicológico pesado, invoca produções recentes como Hereditário e A Bruxa, ainda que essas produções alcançaram um patamar cult incomparável. Como destaque também as cenas de terror são muito bem filmadas apesar do baixo orçamento, o que deixa tudo mais surpreendente. The Dark and The Wicked é uma bela surpresa no terror desse ano, contando com boas atuações do elenco e uma ótima coleção de sustos. TENSO E ASSUSTADOR.


Hype: ÓTIMO (Nota: 8,0

Sem previsão de lançamento!



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