quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O HOMEM INVISÍVEL  (2020) "The Invisible Man" de "Leigh Whannell"



Nova origem do famoso personagem conta com Elisabeth Moss em boa atuação dramática em suspense realista e intimista.

O filme é uma adaptação contemporânea do romance homônimo de H. G. Wells e é uma reinicialização da série de filmes do personagem O Homem Invisível. Tal personagem já ganhou as telas em diversas abordagens desde a decáda de 30. Essa nova roupagem faz parte de um projeto que infelizmente não foi adiante, o estúdio Universal em 2017 iniciou uma franquia intitulada Dark Universe, onde o estúdio faria novas adaptação dos seus famosos monstros com uma roupagem moderna e com várias possibilidades de adaptações, tudo desandou já no ambicioso projeto de A Múmia com Tom Cruise que não conseguiu o retorno financeiro esperado e não empolgou o público como deveria. Após poucas notícias sobre essa continuidade, surge discretamente essa adaptação do Homem Invisível que passa longe de toda pompa divulgada na época do projeto, com um baixo investimento, o filme ganha a produção da Blumhouse, especialista em filmes temáticos de suspense e terror. O cineasta Leigh Whannell responsável pelas produções Sobrenatural: A Origem (2015) e Upgrade: Atualização (2018), consegue sucesso na abordagem com um clima bastante assustador e longe do formato adotado em A Múmia, que tinha foco na aventura e também na conexão de outros personagens conhecidos da Universal. O principal diferencial dessa produção é seu aspecto simples, longe de grandes pretensões de expansão além do importante protagonismo de uma mulher, o papel do Homem Invisível é de Oliver Jackson-Cohen, visto na série A Maldição da Residência Hill (2018) e no filme O Que De Verdade Importa (2017), sua participação é singela com todo foco nos abusos sofridos por Cecilia (Elisabeth Moss), que carrega o filme nas costas ao viver um relacionamento abusivo com o cientista em uma tortura psicológica assustadora. Ele misteriosamente morre e lhe deixa uma fortuna de herança, Cecília de repente em meio a paranóia dos acontecimentos começa a ser perseguida por alguém que não é possível enxergar, esse é o ponto forte do horror abordado pelo personagem, ele pode fazer coisas que as pessoas não enxergam e ainda manipular situações que podem ser prejudiciais caso não sejam usadas para o bem. Cecilia fica cada vez mais vunerável e a obsessão doentia de seu ex-companheiro se torna uma situação bastante sinistra. O que se pode concretizar desde o início do filme é que o Homem Invisível, adrian, é um gênio do ramo ótico, que passou a vida atrás de uma tecnologia que pudesse tornar uma pessoa invisível. Ele é o vilão deste filme. Logo nos primeiros minutos da trama, acompanhamos Cecilia fugindo de uma verdadeira fortaleza onde os dois moravam. Ela não apenas enfrenta o desconhecido, num misto de fuga e confrontamento, mas ao mesmo tempo precisa desenvolver artimanhas para neutralizá-lo. Essa situação agoniante de observar uma mulher indefesa sendo agredida por um homem se reflete no debate proposto na produção que se mostra interligada ao que acontece atualmente não se perdendo apenas em apresentar o personagem, existe um propósito bastante importante sobre as consequências de seus atos e como ele usa esse poder. O filme se mostra bastante interligado, onde um personagem fantástico vive em uma realidade atual, algo que falhou bruscamente em A Múmia, não há também ligações com os demais personagens, ficando uma incógnita se esse universo vai continuar realmente. Como entretenimento, a história tem muitos pontos positivos, é bastante violenta, sem disfarces ou exageros narrativos, livre da ostentação de possibilidades que o estúdio tem em mãos. Sem muito alarde, o personagem volta as telas em filme surpreendente que aguarda o retorno do público para que a franquia se desenvolva em um começo bastante animador. TENSO.


O filme chega aos cinemas hoje 27/02 pela Universal Pictures.

Hype: BOM - Nota: 7,5

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