sábado, 8 de fevereiro de 2020

FORD VS FERRARI (2019) de "James Mangold"



Drama de automobilismo com Matt Damon e Christian Bale é um relato bonito que emociona quem gosta de corridas ao apresentar a rivalidade entre as montadoras de carros mais famosas do mundo.

O filme é um drama esportivo naquela velha construção habitual do cinema Hollywoodiano de exaltação de pessoas comuns que se tornam personagens de uma história extraordinária de superação. A produção tem aparência bonita em retratação interessante da época abordada e cenas de ação corretas mas não muito empolgantes, sobre dois garotos do mundo admirador do automobilismo. Baseado em uma história verídica e repleta de momentos emocionais bem concentrados ao mundo de personagens masculinos, que trabalham em fábricas e possuem uma dedicação ao esporte e amor por carros. James Mangold dirige em piloto automático o filme a partir de um roteiro original do dramaturgo Jez Butterworth, John-Henry Butterworth e Jason Keller. Matt Damon traz seu familiar personagem "gente-boa" com descontraído charme infantil para o papel de Caroll Shelby, o piloto que virou designer de corrida que foi contratado pela Ford no final dos anos 60 para montar um carro e uma equipe que derrotariam a Ferrari, de origem italiana e pompa de referência em qualidade e beleza. Christian Bale interpreta Ken Miles, o britânico difícil, impulsivo, mal-humorado, mas brilhante, contratado por Shelby como seu piloto principal, o rebelde que bate de frente as imposições da Ford, que querem um jogador de equipe que obedeça as regras. Tracy Letts interpreta Henry Ford Jr com gosto e Josh Lucas interpreta Leo Beebe, seu assistente. Jon Bernthal faz o que pode com o papel subimaginado de Lee Iacocca, o executivo da Ford cuja ideia evidentemente era o primeiro lugar para a montadora assim como entrar no mundo glamouroso e caro do automobilismo. A pessoa com o papel mais ingrato é Caitriona Balfe, que interpreta a adorada esposa de Miles, Mollie. Ela não tem muito o que fazer, e este é um filme de homens. É um filme que assim como O Irlandês de Scorcese, mostra o abismo entre homens e mulheres nos séculos passados, é constrangedor que uma produção nos tempos atuais ainda se permita a exaltar a masculinidade tóxica e mulheres apenas como um adereço a grandes "homens". O desempenho de Bale é o oposto da representação descontraída de Damon. É uma exibição de ator: uma coleção ridícula de maneirismos espetaculares, esquisitos, sotaques e uma linguagem corporal matuta. O filme ganha vida rapidamente nos solavancos e acidentes que ocorrem quando motoristas ferozmente competitivos se chocam, e percebemos que, ao contrário de muitos outros esportes, o automobilismo é potencialmente perigoso e foi especialmente o caso nos anos 60. Todo esse risco em busca da glória a empresa uma de motores ou serão apenas emoções de velocidade egoístas? São questionamentos necessários mas que certamente não afeta a base de fãs de corridas e muito menos quem ainda perde horas da vida assistindo um corrida de Fórmula 1 na tv. Como filme é uma produção correta, meio monótona, antiquadra e cheia de vícios tóxicos da sociedade sem mostrar consequências. CORRA, FORD, CORRA!


O filme está disponível em Vídeo On Demand e plataformas digitais para alugar ou comprar.

Hype: BOM - Nota: 7,0

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