sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

MARIA E JOÃO: O CONTO DAS BRUXAS (2019) - "Gretel & Hansel" de "Oz Perkins"


Terror se inspira em clássica história infantil para apresentar o lado sombrio dos acontecimentos em um pontual suspense psicológico.

Baseado no conto de fadas João e Maria, popularizado pelos irmãos Wilhelm e Jacob Grimm, o filme dirigido por Oz Perkins (filho de Anthony Perkins, o Norman Bates de Psicose de 1960) muda o direcionamento da história e nos posiciona para um realismo interessante do famoso conto com algumas adaptações interessantes. Um detalhe importante é a inversão do nome dos personagens no título, a protagonista principal é Maria, interpretada por Sophia Lillis (It- A Coisa) em uma trama sobre amadurecimento e enfrentamento, seguindo apenas três personagens principais: Maria, João e a Bruxa. Há uma sensação de que Maria precisa levar João por toda parte, cuidar dele como uma mãe, é uma mudança bem estratégica, inclusive para diferenciar das milhares de abordagens de João e Maria no cinema. Como terror, o filme funciona bem na construção de tensão com alguns bons momentos. Como história, falta refinamento nas decisões que muitas vezes surgem como previsíveis. Desta vez, as migalhas guiam por um caminho muito mais sombrio. Durante um período de escassez, Maria (Sophia Lillis) e seu irmão mais novo, João (Sammy Leakey) saem de casa e partem para a floresta em busca de comida e sobrevivência. É quando encontram uma senhora (Alice Krige) cujas intenções podem não ser tão inocentes quanto parecem. Com um visual bem autêntico e cheio de simbologias, o suspense acerta em uma pegada diferenciada e semelhante a outra produção do gênero, A Bruxa, de Robert Eggers. A produção foi filmada na Irlanda, em locações que incluem um pavilhão de caça abandonado que, segundo uma crença local, era frequentado pelo Diabo. Mesmo com um visual excelente e boa atuação de Lillis, a tensão se torna meio repetitiva com o passar da história e no fim das contas se torna pouco contemplador mesmo com uma atmosfera perturbadora, fugindo de uma mera transposição da fábula para o cinema. Funciona melhor como fantasia adicionando novos elementos e ainda mantendo a história original. Como um filme de terror, pode não ser tão assustador como deveria mesmo sendo muito eficiente em gerar tensão, graças também a uma trilha sonora baseada em sintetizadores. O resultado final é positivo. INTERESSANTE.


O filme chega aos cinemas em 20/02 pela Imagem Filmes.

Hype: BOM - Nota: 7,0

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