segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

JUDY : MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS (2019) de "Rupert Goold"


Com atuação acima da média de Renée Zellweger, filme revisita história familiar de Judy Garland em biografia sobre seus últimos momentos de vida em trajetória pouco confortadora.

A adaptação do musical "End of the Rainbow" do quase novato no cinema Rupert Goold (A História Verdadeira, 2015), acompanha Garland em sua fase trágica e bucólica no showbizz, enfrentando turbulências internas. A decisão de contar o drama pessoal da famosa estrela do clássico filme "O Mágico de Oz" intercalado com números musicais não apresenta primor gerando uma desconexão na totalidade da obra. O destaque e todo brilho fica por conta do requinte da produção e do trabalho de atuação de Renée Zellweger, de volta a um musical após anos do sucesso Chicago (2002) e ocupa o papel do ícone musical em uma saga de luta contra seu passado. O registro pode ser pontuado por uma memória pouco "saudável" mesmo que coerente com os fatos e com o lado humano atormentado de uma das maiores celebridades do cinema. A produção foca em suas inseguranças que ao longo da sua vida foram agravadas por executivos de cinema que atormentavam a estrela com comentários sobre sua aparência. Judy Garland suportou décadas de uma longa luta contra o vício em medicamentos usados  para controlar seu peso e aumentar a sua produtividade, falecendo de uma overdose acidental aos 47 anos, deixando duas filhas, Liza Minnelli, Lorna Luft e o filho Joey Luft. Mesmo problemático em alguns aspectos, a biografia apresenta passagens interessantes, como quando o magnata do estúdio Louis B. Mayer diz a Judy. "Eu faço filmes, mas é seu trabalho dar sonhos a essas pessoas", olhando-a enquanto andam pelo cenário do sucesso O Mágico de OZ. Durante o filme essas memórias fragmentadas aparecem com uma frequência nem sempre alinhadas com a trama, que em resumo é a atriz e cantora chegando em Londres para se apresentar na boate Talk of the Town em 1968. Lá, ela relembra velhas histórias com amigos e fãs e começa um romance com o músico Mickey Deans, seu futuro quinto marido. Sem muito foco na construção de um interesse do espectador por essa importante musa do cinema e da música, o filme acelera relações importantes e acrescenta sub-tramas que no geral fazem do seu conteúdo um relato intensamente triste, quando Garland sobe ao palco o filme ganha vida com raízes  teatrais que alimentam a energia de uma história que investe no tumulto psicológico indo ao encontro com o melodrama. O legado da artista dificilmente caberia em um filme de 2 horas mas sua arte precisa ser conhecida por essa geração mesmo que seja de uma forma tão melancólica e descompensada. DRAMA NO PILOTO AUTOMÁTICO.


O filme estreia nos cinemas nesta Quinta-feira (30/01) pela PARIS FILMES.

Hype: BOM - Nota: 7,5

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