Com atuação acima da média de Renée Zellweger, filme revisita história familiar de Judy Garland em biografia sobre seus últimos momentos de vida em trajetória pouco confortadora.
A adaptação do musical "End of the Rainbow" do quase novato no cinema Rupert Goold (A História Verdadeira, 2015), acompanha Garland em sua fase trágica e bucólica no showbizz, enfrentando turbulências internas. A decisão de contar o drama pessoal da famosa estrela do clássico filme "O Mágico de Oz" intercalado com números musicais não apresenta primor gerando uma desconexão na totalidade da obra. O destaque e todo brilho fica por conta do requinte da produção e do trabalho de atuação de Renée Zellweger, de volta a um musical após anos do sucesso Chicago (2002) e ocupa o papel do ícone musical em uma saga de luta contra seu passado. O registro pode ser pontuado por uma memória pouco "saudável" mesmo que coerente com os fatos e com o lado humano atormentado de uma das maiores celebridades do cinema. A produção foca em suas inseguranças que ao longo da sua vida foram agravadas por executivos de cinema que atormentavam a estrela com comentários sobre sua aparência. Judy Garland suportou décadas de uma longa luta contra o vício em medicamentos usados para controlar seu peso e aumentar a sua produtividade, falecendo de uma overdose acidental aos 47 anos, deixando duas filhas, Liza Minnelli, Lorna Luft e o filho Joey Luft. Mesmo problemático em alguns aspectos, a biografia apresenta passagens interessantes, como quando o magnata do estúdio Louis B. Mayer diz a Judy. "Eu faço filmes, mas é seu trabalho dar sonhos a essas pessoas", olhando-a enquanto andam pelo cenário do sucesso O Mágico de OZ. Durante o filme essas memórias fragmentadas aparecem com uma frequência nem sempre alinhadas com a trama, que em resumo é a atriz e cantora chegando em Londres para se apresentar na boate Talk of the Town em 1968. Lá, ela relembra velhas histórias com amigos e fãs e começa um romance com o músico Mickey Deans, seu futuro quinto marido. Sem muito foco na construção de um interesse do espectador por essa importante musa do cinema e da música, o filme acelera relações importantes e acrescenta sub-tramas que no geral fazem do seu conteúdo um relato intensamente triste, quando Garland sobe ao palco o filme ganha vida com raízes teatrais que alimentam a energia de uma história que investe no tumulto psicológico indo ao encontro com o melodrama. O legado da artista dificilmente caberia em um filme de 2 horas mas sua arte precisa ser conhecida por essa geração mesmo que seja de uma forma tão melancólica e descompensada. DRAMA NO PILOTO AUTOMÁTICO.
O filme estreia nos cinemas nesta Quinta-feira (30/01) pela PARIS FILMES.
Hype: BOM - Nota: 7,5
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