quinta-feira, 13 de junho de 2019

OBSESSÃO (2019) "Greta" de "Neil Jordan"


Novo filme do interessante porém datado, Neil Jordan ("Traídos pelo Desejo" e "Entrevista com o Vampiro") acredita que por ter Isabelle Huppert no elenco, maior atriz francesa da atualidade, seja suficiente para sustentar sua colagem de filmes de suspense clichê da década de 90.

Em resumo, Isabelle Huppert é sensacional no papel mais é pouco para sustentar o filme. O resultado é uma atuação curiosa da atriz que mata, dança, toca piano e enlouquece em um suspense que se torna um enorme "blefe" sem ir a lugar nenhum. O que chama mais atenção é justamente a presença de Isabelle Huppert que já fez mais de 120 filmes, ganhou Cannes, Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar em 2017 no papel de uma executiva estuprada que busca vingança em “Elle”, sua presença em Obsessão muda a perspectiva da atriz ao viver o oposto de seu consagrado papel, desta vez sendo o abusador, isso só confirma suas entrevistas, aonde diz não escolher papéis pensando em premiações. Talvez a atriz só quisesse se divertir torturado a personagem de Chloe Grace Moretz e faz isso muito bem. Ela se entrega ao papel de uma viúva graciosa que se converte em uma psicopata cínica em uma produção até charmosa com cara de filme B possuindo um leve desvio em sua concepção, segue o fluxo de qualquer filme do gênero sem surpresas, nada fora da curva. Greta, a personagem de "Huppert" que dá nome à versão original do filme, tem bons momentos, seja na tensão de segurar graciosamente uma arma desafiando uma autoridade ou enquanto orquestra maldades após ser rejeitada ou quando costura um dedo decepado com a graça de uma senhora fazendo tricô. É um papel que navega entre o terror e a comédia, é quase um "Giallo" americano. O que ressaltar de uma produção onde todas as qualidades estão concentradas em Isabelle e nada mais! Talvez esse seja o "pecado" do diretor que raramente erra a mão. O filme passa longe de ser ruim mas faltou coragem em ir além. A trama retrata uma situação que pode ser comum em grandes cidade, a jovem Frances (Chloe Moretz) acha uma bolsa num assento do metrô na volta do trabalho e por questões pessoais de caráter, ela quer devolver o objeto ao dono, o que ela não imaginava é que isso era só o começo de algo que se tornaria uma tormenta. A tal mulher que "perdeu" a bolsa é Greta (Huppert) uma mulher sozinha. Perdeu marido, perdeu filha. E por diversas vezes evoca a tristeza da solidão para pedir piedade a garota, pedindo uma conversa e uma xícara de chá. A garçonete Frances, ainda sofrendo a perda da mãe se sensibiliza com a senhora sem saber aonde estava se metendo. O filme tenta construir sua história focando nas fraquezas de Frances, a graciosa atriz Chloe Grace Moretz segue seu bom padrão de atuação, esses elementos são usados para embasar a relação de obsessão de Greta, já que as duas lidam com situações de perdas e problemas familiares. Esse motim não é tão crível, não se sustenta por muito tempo e muito do que acontece no desvio de personalidade de Greta é a principal problemática da história. A perseguição e o assédio entre as duas mulheres em Nova York poderia render uma obra prima psicológica mas infelizmente o roteiro simplista de Ray Wright desperdiça uma boa oportunidade com duas atrizes de peso em uma trama razoavelmente envolvente e bastante comum de qualquer outro thriller de suspense. FLOPOU


O filme estréia hoje (13/06) nos Cinemas pela GALERIA DISTRIBUIDORA.

Hype: REGULAR

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