sexta-feira, 7 de junho de 2019

DEAD FISH - "Ponto Cego" (2019)


Novo álbum da banda de punk rock traz a urgência do cenário político e social do Brasil com letras diretas, contestadoras e com bastante peso num momento em que o rock tem perdido o papel crítico de suas origens de atitude e protesto. 


"Ponto Cego" chega no momento certo com a mensagem que precisamos ouvir. O Dead Fish é uma banda brasileira de punk rock e hardcore que se formou em Vitória, Espírito Santo, no ano de 1991. O grupo lançou quatro discos e inúmeras demos antes de romper a barreira independente. Composto, atualmente, por Rodrigo Lima (vocal), Marcos Melloni (bateria) e Ricardo Mastria (guitarra e baixo). O grupo conquistou projeção no âmbito nacional através do disco "Zero e Um" lançado pela Deckdisc em 2004, com produção de Rafael Ramos e mixado por Ryan Greene, responsável por faixas-símbolo do hardcore mundial. Ponto cego marca  retorno da banda tanto a gravadora que deu projeção a banda quanto a produção de Rafael Ramos. O resultado é bastante satisfatório e afasta uma onda de álbuns apagados após "Zero e Um". Acompanhe o que achamos Faixa a Faixa. "A Inevitável Mudança" inicia o trabalho já com todo peso das letras urgentes e pronto para chegar muito próximo aos trabalhos memoráveis da banda, abordando temas atuais com bastante sagacidade. "Sangue nas Mãos" o grupo segue com impulso em letras fortes e sobre o atual momento do brasil, trecho como "O lado certo da história não tem sangue nas mãos" já trazem caráter de hino a canção que cita os protestos de 2013, o impeachment de Dilma e até nosso atual presidente. "Pobres Cachorros" é uma música sobre submissão com a analogia sobre cães de "marca" e liberdade limitada. "Não Termina Assim" é uma música que fala sobre a falta de empatia na atual circunstância e funciona bem, destaque para o trecho: "Preso em seu umbigo mundo". "Sombras da Caverna" tem melodia e letra simples aliviando o peso do trabalho."O Melhor em Um" toca discretamente no assunto da meritocracia. "Doutrina do Choque" é uma canção importante sobre o domínio de quem comanda o mundo sobre os pobres. Entre os trechos interessantes da letra está  "Destruir para lucrar com a construção"."Etiqueta Social" é uma intro ou grito sobre a desigualdade. "Suv's (Stupids Utility Vehicle)" é uma interessante analogia  a estupidez humana. "Apagão" é uma canção sobre a alienação e os absurdos que vivemos. "Janelas" é aquela música que contagia  pela simplicidade da letra e fala sobre ambição. "Janelas abertas, mentes fechadas, cortinas bonitas, ideias erradas" é a frase de impacto da música. "Messias" é um hino sobre "fake news" e "salvadores da pátria". "Receita pro Fracasso" fala de desigualdades e o culto ao ódio. "Descendo as escadas" é o fim do trabalho sem aliviar e muitos menos demostrar otimismo quanto ao atual momento do país. O Nono álbum da banda tem letras que refletem o som pesado e clássico do hardcore e também melodias mais calmas com protagonismo da voz do vocalista. Um dedo diretamente na ferida e um trabalho imperdível para quem curte Rock. A ESSÊNCIA DO ROCK

MÚSICA FAVORITA DO ÁLBUM: Sangue nas Mãos



São 15 músicas disponíveis nas principais plataformas digitais pela DECK.

Hype: ÓTIMO 

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