segunda-feira, 28 de setembro de 2020

POSSESSOR (2020) - "Brandon Cronenberg"


"Filme é uma guerra psíquica ultra-sangrenta que desponta como uma das produções mais interessantes do ano

     O diretor Brandon Cronenberg se mostra bastante interessado em seguir os passos de seu pai, o icônico diretor David Cronenberg, que ficou conhecido por filmes intrigantes que carregam elementos como sangue, mutilação e deformações. São dele produções bizarras e adoradas dos anos 80, como Scanners (1981), Videodrome (1983) e A Mosca (1986). Infelizmente o diretor não lança um filme desde  2014. Enquanto isso, Brandon se mostra inspirado no Splatter ou gore, o subgênero do cinema de terror que se concentra em representações gráficas de sangue e violência. Consegue impor seu próprio estilo de maneira eficaz, esse é apenas seu segundo longa-metragem e constrói uma história angustiante sobre identidade em tempos de tecnologia, erra em algumas questões abertas mas simplifica de maneira elegante, consegue pleno destaque em um ano bem fraco para o Terror e Suspense. Possessor está entre os vários filmes que tiveram sua distribuição mundial adiada pela pandemia do novo coronavírus, chegando nos EUA em circuito limitado em Outubro e sem previsão no Brasil. 


    Na trama, Andrea Risenborough é Tasya Vos, ela trabalha em uma empresa secreta que criou uma tecnologia de implante cerebral. Por meio desse controle, os alvos escolhidos são assassinados.  As consequências desse trabalho causam drásticas mudanças na personalidade de Tasya, logo percebidas por sua chefe Girder (Jennifer Jason Leigh).  Mesmo estando mentalmente afetada, Tasya aceita uma nova missão que pode por em risco sua própria vida, ao tentar invadir o corpo de Collin Tate (Christopher Abbott), ela trava com ele uma batalha grotesca e alucinante pelo controle e para definir o que separa a indentidade dos personagens. O filme se inspira naquelas clássicas histórias de gênero Cyberpunk movida para um mundo semi-futurista mas também próximo da atualidade.


     Possessor é uma viagem surreal a um mundo de ficção científica e terror onde sua descrição oficial no Festival de Sundance o chamou de um “esplêndido foda-se a mente”. Brandon Cronenberg não se apega a fórmulas em um espetáculo cru e uma visão sufocante, exagera algumas vezes e acaba doentio a ponto de se tornar uma experiência agoniante para o público em geral. O filme se destaca principalmente em seu potencial assustador sem muito tempo para ajustar os delírios de seus personagens na sua trama, ainda sim, funciona bem. Os fãs de filmes sanguinários ganham um longa-metragem que se revela promissor como um ponto fora da curva, com frieza e originalidade que quase não se viu entre os novos realizadores esse ano. ATMOSFERA TENSA E PERTURBADORA.


Sem previsão de estréia no Brasil!

Hype: ÓTIMO - Nota: 8,0


Nenhum comentário:

Postar um comentário