O filme tem trama violenta e intensa adaptada de um livro com bastante nuances e moderamente difícil de compensar em pouco mais de 2 horas, esse tempo é mal utilizado abandonando detalhes importantes dos personagens. Abordar as consequências do exagero da fé em um período antigo se mostra um tema complexo em exaltar a urgência em repensar valores desgastados e o atraso causado pela loucura "cristã" que afeta as pessoas. O público padrão que consume Netflix tem a oportunidade de se aproximar de uma obra que mesmo com os diálogos massivos e didáticos, tem um propósito bem definido beirando o sombrio e pouco confortável. A narração da história é um detalhe negativo e pouco marcante, só ajuda ao filme a se conectar com o senso comum que precisa de um direcionamento e requer um certo esforço para o real impacto de um drama carregado de acidez. Embora sua estrutura nem sempre funcione em seu máximo, o cenário obscuro fica envolvente à medida que se desenvolve, muito também pelo seu bom elenco. O tema "crença religiosa" se torna uma meditação bastante violenta, angustiante e com uma concepção aterrorizante sobre o fanatismo que isso envolve. A principal reflexão que surge é a necessidade da evolução intelectual, que se faz necessária no implacável mundo de uma fé mal utilizada e datada, porém ainda muito presente na sociedade de hoje disfarçado de hipocrisia.
A história acompanha a vida de um grupo de pessoas em duas pequenas comunidades nos estados de Ohio e Virginia, leste dos Estados Unidos no final dos anos 50. Ambas comunidades muito religiosas, com famílias que definem e norteiam sua vida e seus fatos pela “vontade de Deus”. Temos a apresentação de Willard Russell (Bill Skarsgård), um veterano da segunda guerra, que devido as atrocidades vistas e cometidas, não se considera mais um homem de fé. Essa situação muda após sua esposa Charlotte (Haley Bennett) contrair câncer. Para Willard, a única forma de salvá-la é pedindo ao criador para fazê-lo. O que o faz obrigar também seu filho Arvin Russell (Tom Holland) para que reze – mesmo sem vontade – pela vida de sua mãe, além de realizar outros sacrifícios. O filme nos mostra que – geralmente, a não ser que você seja ateu – as pessoas tendem a buscar refúgio ou a fazer pedidos a algo superior sempre que os recursos do mundo não lhes favoreçam. A época abrange o pós-guerra ao conflito no Vietnã, refletindo um momento de desesperança e angústia na vida das pessoas. A história segue outros personagens em uma jornada de impulsos hostis em relação ao mundo ao mesmo tempo que certas escolhas sejam baseadas em culpa e desesperança.
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