terça-feira, 1 de setembro de 2020

INVASÃO ZUMBI 2 - PENÍNSULA (2020) - "Train To Busan - Península" de "Sang Ho Yeon"


"Continuação de Invasão Zumbi investe na ação sem qualquer novidade para o gênero" 


     Os filmes de zumbis já atravessam décadas desde quando o mestre do terror George A. Romero construiu o clássico do terror "A Noite dos Mortos Vivos" (1968). As criaturas foram revitalizadas nesta última década sendo tema de diversos projetos, alguns com bastante êxito. Esse foi o caso do filme coreano "Train to Busan" de 2016 do diretor Yeon Sang-ho, no Brasil ganhou o título "Invasão Zumbi", sua premissa nervosa levava Zumbis a uma viagem de trem em um thriller cheio de estilo, pulsante, inteligente e sincero. Devido ao sucesso, quatro anos depois, Yeon retorna com a premissa de uma franquia, onde não há mais a tal "Viagem de Trem" até Busan e sim o apocalipse zumbi já consumado em uma Coréia já devastada. Peninsula é ambientado no mesmo mundo que o filme original, mas não é uma sequência tradicional, pode ser considerado um derivado. Infelizmente, isso significa que o herói Seok-woo de "Yoo Gong" não retorna e o filme segue com um elenco de novos personagens. O filme original apresentava um estudo da sociedade sul-coreana, desde o trabalhador assalariado "Seok-woo" ao arrogante e egoísta "Yon-suk" a um sem-teto, todos tendo suas vidas diárias jogadas no caos quando os zumbis aparecem. Nessa continuação o filme foca na ação pós-apocalíptica com zumbis, infelizmente, sem o diferencial intimista do original. 


     Na trama, quatro anos após a total dizimação da Coreia do Sul, Jung-seok, um soldado que escapou do ataque zumbi, revive o horror quando designado para uma operação secreta. Quando sua equipe se depara inesperadamente com sobreviventes, suas vidas dependerão de circunstâncias causadas pelo apocalipse zumbi. A produção não aborda a origem ou a explicação da catástrofe zumbi, a história humana que funcionou tão bem no original aparece pouco, o foco principal é a sobrevivência. Neste quesito o filme ganha mais ação, para isso, o diretor reforça os locais de combate, na Península há um tipo de arena de luta onde sobreviventes são jogados no octógono contra zumbis, explorando um mundo em ruínas, onde a sociedade entrou em colapso e existem novas e mais selvagens regras em jogo. Jung Seok e seus companheiros soldados terão sua missão comprometida e a missão principal será tentar sair vivo da península, que engloba toda região da Coréia do Sul devastada por zumbis.


     O filme não transcende o gênero como o original fez em 2016, infunde a mesma inventividade e energia em cenas de ação, correndo sério risco de perder o público conquistado e preparando terreno para uma franquia sem muito diferencial da tonelada de produções sobre zumbis. Sem muitas respostas sobre o que este universo tem a oferecer, o grande mérito de canalizar o apocalipse zumbi confinado dentro de um trem usado no primeiro filme é expandido em grande escala para toda a cidade, em um cenário de mundo invadido e que consequentemente se choca com outras produções do gênero. Nesse momento a imersão falha com efeitos especiais confusos e artificiais de paisagens urbanas, o aspecto se aproxima de um cenário de videogame. O gancho do real motivo desses personagens estarem se arriscando na tal Península não é tão forte quanto os vagões estreitos do filme anterior, ainda que alguns personagens consigam impulsionar a ação. O roteiro de Yeon explora tudo com bastante desinteresse em favor de disputas destrutivas e inevitavelmente fracas. O filme agrada quem busca adrenalina e não vai além da experiência de um filme Blockbuster de Zumbi, esse caminho escolhido não repete o brilho do original. MAIS DO MESMO.


O filme será lançado no Brasil pela PARIS FILMES com previsão de estréia nos cinemas para Novembro de 2020.

Hype: REGULAR (Nota: 5,0)

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