"Frances McDormand mostra seu poder de
atuação em um filme comovente"
O filme foi um dos mais elogiados de 2020 e com
bastante mérito para isso, é uma construção poderosa e um drama profundo com
uma reflexão sobre a comunidade nômade americana em um Road Movie centrado em uma personagem itinerante bem construída pela carismática Frances
McDormand (Três Anúncios para um Crime, 2017) que cruza o meio-oeste em uma casa móvel, pegando trabalhos sazonais
em resorts e armazéns antes de seguir para o próximo passo, sem rumo
definido. Há um material tão rico em Nomadland que poderia ser também, um documentário investigativo sobre a relação entre o
individualismo rude e os confortos de se viver em comunidade, bem como uma
crítica das condições sociais e econômicas que levam as pessoas a pegar a
estrada e se isolar do mundo sem visibilidade pelo governo.
O filme pega carona no fantástico olhar
apresentado no documentário Honeyland (2019). A curiosidade jornalística da
diretora Chloé Zhao e sua facilidade para filmar locações com lindas paisagens
são pontos positivos e genuínos neste contexto de uma constante viagem, sua
direção não chega a ser espetacular, é discreta e ao mesmo tempo afetiva e
eficiente. A figura importante da personagem Fern, viúva de anos 60 e de certa
forma naturalmente nômade, ressalta em primeiro plano como McDormand pode ser
considerada a melhor atriz americana de sua época - e potencialmente a caminho
de um terceiro Oscar por seu excelente trabalho. Ela se move
propositalmente sobre um joelho machucado através dos lindos quadros de Zhao,
Fern é uma máquina de movimento perpétuo cuja combinação de simpatia e
estranheza heterodoxa registra como real e vivida seu desejo de seguir sozinha, evidenciando uma forte vontade de lutar contra uma obscura logística
de dia-a-dia em viver em uma van.
Hype: ÓTIMO - (Nota: 8,5)
O filme estreia nos cinemas do Brasil em Fevereiro de 2021.
Lindo.
ResponderExcluir