terça-feira, 20 de agosto de 2019

BRINQUEDO ASSASSINO (2019) "Child's Play" de "Lars Klevberg"



Remake esperto tem bons elementos para trazer o personagem a modernidade.

Já são mais de 30 anos desde que o personagem Chucky surgiu nos cinemas no fim da década de 80 em um terror simples e eficiente que catapultou o personagem para a lista de grandes personagens do terror moderno. O personagem ganhou novas características na década de 90 sendo incorporado em filmes caricatos e voltados ao humor. O personagem voltou recentemente em filmes mais sérios porém sem serem exibidos no cinema, deu tão certo a proposta que resolveram arriscar um remake do personagem. Este novo filme segue a linha "Reboot", com um novo começo ao personagem assim como referências a saga original, como foi realizado com Michael Myers no último Halloween (2018), por exemplo. Diferente daquele boneco macabro de 1988 que ganha vida por meio de uma Bruxaria realizada por um bandido prestes a morrer, Chucky (agora com a voz de Mark Hammil) é mais do que um boneco, é uma inteligência artificial criada pela empresa Kaslan, que possui todo um aparato tecnológico, preza pela integração de seus serviços. Ele tem o nome comercial de Buddi, antes de ser batizado pelos respectivos donos e vai além das funções básicas de um boneco, além de um "companheiro para toda a família" ele executa ações básicas no ambiente familiar, como apagar e acender luzes, ligar e desligar a televisão e até acionar o aplicativo de carros da empresa, em uma clara alusão ao Uber. Essa mudança na origem dá maiores possibilidade ao boneco que mesmo com as limitações de fábrica pode causar um imenso terror se algo der errado. A sacada funciona muito bem e o visual do boneco que nas divulgações aparentava ser tosca e muito inferior ao antigo combinou com a proposta e tem seu charme diabólico. O garoto Andy também de certa forma colabora, mesmo inocentemente na formação maldosa do boneco que peca por querer agradar seu mais novo amigo. No fim das contas, o filme cumpre bem seu papel mesmo que nos tempos atuais seja complicado o Brinquedo Assassino novamente virar o pavor das crianças que temiam o boneco nos anos 90. Resta ao personagem uma nova realidade e isso é feito de maneira digna. Na trama Andy (Gabriel Bateman) e sua mãe se mudam para uma nova cidade em busca de um recomeço. Preocupada com o desinteresse do filho em fazer novos amigos, Karen (Aubrey Plaza) decide dar a ele de presente de aniversário um boneco tecnológico que, além de ser o companheiro ideal para crianças e propor diversas atividades lúdicas, executa funções da casa sob comandos de voz. Os problemas começam a surgir quando o boneco Chucky se torna extremamente possessivo em relação a Andy e está disposto a fazer qualquer coisa para afastar o garoto das pessoas que o amam. O Brinquedo Assassino contemporâneo tem alguns pontos efetivos em se inspirar em Goonies quando Andy e seus novos amigos (Beatrice Kitsos e Ty Consiglio) se unem para derrubar o esquema maníaco do boneco. A fotografia caprichosa lembra a estética dos anos 80 do primeiro filme porém o roteiro se perde em uma trama pouco atrativa e previsível. Os filmes antigos são mais assustadores e se divertiram mais com as possibilidades criativas que a tecnologia do século 21 oferecia. Ao renegar a franquia do criador Don Mancini e tentar fazer algo maior e mais ousado o filme recai em ingredientes que vimos antes e vimos um pouco melhor. O novo Chucky termina pálido mesmo com momentos divertidos e um gore mais explícito porém sem muitos sustos ficando no meio termo. A maior força do filme é o equilíbrio entre humor mordaz e o medo psicológico, mesmo quando todo potencial tecnológico do boneco é dispensado para se tornar um Slasher de sempre. CHUCKY MODERNO


O Filme estréia Quinta-feira 22/08 nos Cinemas pela Imagem Filmes.

Filme Visto na Sessão de Imprensa realizada em Brasília!

Hype: BOM - Nota: 7,0

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