quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

MATRIX RESURRECTIONS (2021) de "Lana Wachowski"

 

"Novo Matrix busca novos caminhos e se perde em um rumo sem brilho"

      O primeiro Matrix foi lançado no final da década de 90 e revolucionou a indústria Hollywoodiana com efeitos especiais inovadores e com bastante filosofia em sua história, o filme estremeceu a cultura pop da época ao mostrar uma realidade onde poderíamos ser manipulados pelas máquinas, isso deixou de ser algo do futuro e se provou uma grande realidade nos dias de hoje. Tanto tempo depois o desafio de trazer esse universo de volta tentar ser relevante para os tempos atuais. Infelizmente a trajetória de Matrix já se mostra problemática dentro de sua trilogia clássica, Matrix Revolutions que fechou a trilogia não foi unânime, deixou tudo muito confuso e não passou nem perto do original. A nova produção entra na onda recente de Hollywood em reciclar franquias antigas, seja através de sequências, de remakes ou de reboots. Sem qualquer elemento "fenomenal" que justifique sua existência a produção não se conecta visualmente com a trilogia original visto que a fotografia é bastante diferente e inferior ao que já foi feito e sobra aos flashbacks tentar tal conexão com a trilogia original. O filtro esverdeado que marcou a simbologia original dá espaço para um tom azulado meio cafona. O filme surge com uma narrativa cômica e uma escala bem mais intimista que os filmes anteriores, até devido a pandemia do Covid-19 que afetou sua pós produção. Ainda que a história traga boas discussões, o uso de uma metalinguagem esquisita não funciona como deveria e representa alguns erros nas escolhas que fazem a experiência ser inferior as expectativas.


Ao final de Matrix Revolutions, Neo acaba morrendo para salvar a humanidade e dar fim à guerra contra as máquinas. Logo, o novo filme da franquia se passa alguns anos após os eventos conclusivos do terceiro longa. Para descobrir se sua realidade é uma construção física ou mental, o Sr. Anderson, também conhecido como Neo, terá que escolher seguir o coelho branco mais uma vez. Se ele aprendeu alguma coisa, é que a escolha, embora seja uma ilusão, ainda é a única maneira de sair - ou entrar - na Matrix. Neo já sabe o que deve fazer, mas o que ainda não sabe é que a Matrix está mais forte, mais segura e muito mais perigosa do que nunca. Keanu Reeves retorna ao papel de Neo e Carrie-Anne Moss assume novamente o papel de Trinity. As novidades incluem Yahya Abdul-Mateen II, como Morpheus, Neil Patrick Harris, de How I Met Your Mother e diversos atores de Sense 8, série da Netflix criada pelas irmãs Wachowski. Quase 20 anos depois do terceiro filme, a diretora Lana Wachowski retorna para a Matrix. O motivo por trás dessa volta à franquia está ligado a uma tragédia pessoal dela. Lana revelou que o filme foi inspirado por três perdas na vida dela, do pai, de um amigo e da mãe dela. Com isso, a mente da diretora voltou-se à Matrix. Ainda que o relato de Lana faça sentido o filme mostra outras nuances desse retorno da franquia.


Nos primeiros 45 minutos ou mais, Matrix Resurrections segue com uma metalinguagem onde Neo confunde as linhas que separam a realidade, a ficção e os sonhos. Essa dimensão pode até ser aprimorada mas quando a história começa, Neo (Reeves) está mais uma vez vivendo a vida inútil e sem alma de “Thomas Anderson”, tendo sido conectado de volta à simulação algum tempo depois dos eventos de RevolutionsNeste programa específico, Thomas Anderson é um desenvolvedor de jogos de renome mundial, aclamado por seu trabalho visionário em uma trilogia de videogames. Presumindo que teve um surto psicótico depois de completar a trilogia Matrix, Thomas toma seus comprimidos azuis todas as manhãs e visita um terapeuta (Neil Patrick Harris), que explica que às vezes os criativos ficam tão imersos em seu trabalho e que perdem a capacidade para discernir a imaginação da memória. Então, o parceiro de negócios de Anderson, Smith (Jonathan Groff), o chama em seu escritório e anuncia que “ a controladora do negócio, Warner Bros. decidiu fazer uma sequência de Matrix. Assim começa a jornada mais gratificante do filme, quando Wachowski coloca todo o seu ressentimento sobre a existência de Matrix Resurrections. Lana e sua irmã Lilly declararam várias vezes que não tinham interesse em continuar Matrix como uma série de filmes. Resurrections se mostra que a única razão pela qual Lana voltou para um quarto filme foi porque a Warner Bros. o teria feito com ou sem sua participação. Matrix Resurrections é um compromisso calculado e nem sempre divertido. Falha na encenação da ação com coreografias menos legíveis e um olhar minimalista ao seu universo e pode ser um sinal de esperança. Uma esperança confusa e vulnerável, que ainda deve cativar algumas pessoas mas em sua totalidade deixa de ser atrativo como deveria. GENÉRICO.


O filme entra em cartaz exclusivamente nos cinemas hoje 22/12! Em breve no HBO MAX.

O Meu Hype conferiu o filme em sua sessão de imprensa realizado pela Warner Bros. e Espaço Z.

Hype: REGULAR / BOM (🌟🌟🌟) (Nota: 6,0)

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