Aproveitando o "Dia dos Namorados" e o "Mês do Orgulho" chega aos cinemas este filme que pode ser visto como uma oportunidade do público LGBTQIAPN+ de acompanhar uma comédia com ares de "sitcom" sobre os encontros e desencontros de um personagem após um rompimento amoroso.
Há dez anos, o roteirista e diretor brasileiro Daniel Ribeiro trouxe o inesquecível "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" (The Way He Looks) . Esse filme capturou lindamente os sentimentos sutis dos adolescentes retratados no filme e se tornou sucesso mundial. Como se fosse uma espécie de continuação, o personagem central de 13 sentimentos, o cineasta João (Artur Volpi) está na casa dos 30 anos, com um rompimento recente e sem saber como lidar com os tempos atuais. Sua carreira cinematográfica está estagnada e seus encontros o decepcionam, principalmente quando ele não consegue parar de compará-los com o ex- namorado Hugo, até ele se conectar com as novas formas de relacionamentos.
Embora tenha esse título, João parece demonstrar pouco sentimento e essa frieza conversa bastante com a modernidade onde novas atitudes sentimentais e outras maneiras de relacionamentos são praticados e foram adicionadas no filme quase como um relato do que acontece atualmente. O nome internacional do filme "Perfect Endings" combina muito mais com a história do personagem em buscar o final perfeito do roteiro de sua vida.
Como se estivesse constantemente reescrevendo seus roteiros, João conhece vários rapazes e explora diferentes cenários de sua vida amorosa. No final, ele consegue sair do mundo ficcional do roteiro de seu filme e conviver, feliz, com a realidade. 13 Sentimentos tem o objetivo de agradar o público mais do que qualquer outra coisa.
Todos os personagens do filme são gentis, agradáveis, compreensivos, atenciosos e com a terapia em dias. Rodeado de pessoas assim, como é possível que João não consiga encontrar um final perfeito? Em nenhum momento o filme trata assuntos delicados da comunidade ou mesmo a vivência de outras pessoas da sigla LGBTQIAPN+. Isso torna o filme bastante plástico e focado na masculinidade padrão gay. Em tempos atuais de obras-primas como Close (2022) e Monster (2023) pode ser difícil a conexão com o inofensivo filme brasileiro mas a experiência é no mínimo um passatempo agridoce, quase como a sensação de ver um "biscoito" nas redes sociais, um típico filme "sessão da tarde".
⭐️⭐️ REGULAR
O filme estreia nesta Quinta-feira (13) nos Cinemas.
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