quarta-feira, 3 de novembro de 2021

ETERNOS (2021) "Eternals" de "Chloé Zhao"

"Inovando em sua franquia de super-heróis, Marvel Studios investe na ambição construindo drama épico interessante"

     A Marvel Studios permanece interessada em mudar completamente o tom de sua nova fase, desta vez investe no drama, na inclusão da diversidade e na profundidade dos personagens se afastando do tom agridoce e juvenil do que geralmente se espera de um filme do estúdio. Eternos adiciona a seu universo cinematográfico um time com dez novos heróis criados por um dos maiores nomes das HQs, Jack Kirby nos anos 70. Com publicações intermitentes ao longo dos anos, sua existência é interligada com a mitologia inteira dos quadrinhos da editora, mas os personagens tiveram poucos papéis de destaque na linha do tempo principal. Uma exceção é Thanos, que acabou virando um dos principais vilões das HQs e dos cinemas. Sem questionar a relevância ou popularidade do grupo, ainda é uma incógnita algumas decisões tomadas  sobre o filme, uma delas e a escolha surpreendente da diretora Chloé Zhao (Nomadland), minimalista e extremamente talentosa em dramas, a repercussão da escolha gerou a pressão em entregar um filme com um "algo mais" deixando uma sensação pouco confortável em toda atmosfera. Talvez seja o filme menos divertido da Marvel mas nem por isso o pior. Outro grande problema é a longa duração  de 2h37 e ainda duas cenas pós créditos. A metragem de Eternos e também do primeiro filme dessa fase, Shang Chi, os tornam cansativos e pecam pela falta de uma edição ágil. Eternos é visualmente lindo e impecável, o elenco dentro das expectativas e ainda que seja imperfeito nas ambições e concepções, apresenta um rumo totalmente novo e válido para a Marvel.


    Os Eternos são formados por Sersi (
Gemma Chan), Ikaris (Richard Madden), Giglamesh (Don Lee), Duende (Lia McHugh), Phastos (Brian Tyree Henry), Kingo (Kumail Nanjiani), Thena (Angelina Jolie), Makkari (Lauren Ridloff), Druig (Barry Keoghan) e a líder do grupo, Ajak (Selma Hayek), eles são uma raça de seres quase divinos criados por deuses cósmicos gigantescos, os Celestiais. Eles foram enviados à Terra para proteger os humanos de uma espécie destruidora, os Deviantes. No filme acompanhamos flashbacks com os feitos dos Eternos na antiga Mesopotâmia, Babilônia e outros locais de significância histórica, o filme abraça a ideia de questões filosóficas, de debates pessoais com consequências para toda a sociedade. As decisões destes seres têm grande peso para os humanos em cenas nos quais debatem seus feitos e a natureza da humanidade. Na verdade, por meio da visão de Chloe Zhao e do incrível conjunto, podemos nos conectar e ver a história e os relacionamentos de todos. Isso pode fazer o filme parecer um pouco lento às vezes porque leva a muita exposição, especialmente no início.


  Os Eternos tem uma história linda e convincente sobre a complexidade, vulnerabilidade e a força da humanidade, enquanto desafia os limites da moralidade. O excesso de exposição ainda que cansativa é necessária para estabelecer a base. Zhao e a equipe de roteiristas receberam uma história bastante difícil de contar e eles enfrentaram esse desafio com coragem. Apesar de todas as escolhas incidentais que parecem prometer que a Marvel encontrou a ousadia necessária para quebrar o molde do Blockbuster padrão, o filme de Zhao ainda se rende a fórmula e confunde um pouco o expectador. Na prática, ainda significa várias horas assistindo heróis salvando o mundo, enquanto diferenças filosóficas surgem em uma batalha real que se torna "sem peso" enquanto a própria civilização está em risco, com o filme a Marvel ilustra de forma eficaz por que mesmo os cineastas mais independentes são impotentes para desenvolver algo novo em um modelo de franquia que ainda atende a massa. Eternos é um texto denso e pesado de fantasia que pede ao público para se desprender de uma logística instaurada no modelo dos filmes anteriores, isso pode abrir sim portas para a reinvenção da Marvel ainda que seja muito difícil caso o seu público alvo não permita essa desconstrução. Não é o pior e nem o melhor filme do estúdio. ESTRANHO NO NINHO.


O filme estreia exclusivamente nos cinemas nesta Quinta-feira 04/11 e terá sessões de pré-estréia nesta Quarta-feira 03/11!

O Meu Hype conferiu o filme na Cabine de Imprensa realizada pela Disney e Espaço Z!

Hype: BOM (🌟🌟🌟) (Nota: 7,0)

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