"Conclusão da era Daniel Craig como
007 tem bons momentos e abre espaço para novos caminhos"
Os filmes de James Bond são uma das mais antigas e populares
franquias da história do cinema, chegando ao seu vigésimo quinto filme e ainda
muito relevante e popular. O último filme, “007 Contra Spectre” foi um sucesso
global de bilheteria e o anterior “007 – Operação Skyfall” arrecadou mais de 1
bilhão de dólares em escala mundial, sendo o primeiro filme de Bond a atingir
essa marca. O sucesso de James Bond se tornou cobiça dos principais estúdios de
cinema, a MGM, que possui os direitos do personagem vive processo de venda para
a Amazon Studios em um negócio milionário, essa provavelmente será a próxima
casa de Bond no futuro. "Sem Tempo Para Morrer" ou carinhosamente
apelidado de Bond 25 é notícia desde 2019 e esbarrou na Pandemia do Covid-19
com vários adiamentos e incertezas sobre seu lançamento nos cinemas. A Netflix
tentou lançar o filme com exclusividade direto no streaming com cifras
milionárias mas sem sucesso. O longa marca o retorno de Daniel Craig ao papel
do icônico personagem James Bond, de Ian Fleming – pela quinta e última
vez. O filme carrega esse papel de fim de ciclo e acabou virando um dos
principais problemas também. São quase 2h45 de duração, entre apresentações e o
clímax final, a despedida de Craig é ofuscada por uma trama bem amarrada porém
acomodada, já preparando terreno para uma revitalização de uma estrutura que já mostra cansaço.
No filme, Bond está desfrutando de uma vida
tranquila na Jamaica, depois de ter deixado o serviço ativo. Contudo, sua paz
dura pouco já que um antigo amigo da CIA, Felix Leiter, surge pedindo ajuda.
Sua nova missão é resgatar um cientista raptado, mas tudo indica que a tarefa
será mais perigosa do que o esperado, o que levará Bond à uma trilha misteriosa
por um vilão altamente armado com uma nova e perigosa tecnologia. No
elenco além de Daniel Craig, tem o retorno de Ralph Fiennes, Christoph
Waltz, Naomie Harris, Rory Kinnear, Léa Seydoux, Ben Whishaw e Jeffrey Wright.
Como novidades surge Ana de Armas, Dali Benssalah, David Dencik, Lashana
Lynch, Billy Magnussen e Rami Malek. Toda estrutura da franquia 007 continua
presente, abertura frenética e enigmática, apresentação da música tema, desta
vez a cargo da cantora teen Billie Eilish, belos cenários, cenas de ação
eletrizantes, muito charme e um vilão principal bastante ameaçador interpretado
por Rami Malek. Tudo no seu devido lugar e tentando correr riscos para
apresentar algo diferente.
O problema de Sem Tempo para Morrer é que, tanto
tematicamente quanto estruturalmente, é quase o mesmo visto em Skyfall. Portanto,
os riscos são visíveis a quilômetros de distância e infelizmente, não é muito
surpreendente. Alguns aspectos também incomodam como excesso de personagens
secundários que pouco são amarrados com dignidade. Félix Leiter (Jeffrey
Wright) da CIA, não visto desde Quantum of Solace, aparece
rapidamente e sua relação histórica com Bond não é aproveitada de forma suficiente. Novos
personagens são igualmente marginalizados, Ana de Armas como Paloma, Billy
Magnussen como Ash e Lashana Lynch como o novo 007, Nomi. Todos superficiais e
explícitos como coadjuvantes. O foco quase todo é em James Bond, isso não
é nada ruim de início, porém vai perdendo força ao longo da trama. Mesmo
enquanto dá passos ousados em direção ao futuro, Daniel Craig como 007 e Sem
Tempo para Morrer parece uma mistura frustrante dos filmes que vieram antes
dele. Funciona em um nível básico, passivamente divertido o suficiente no
momento, mas esquecível no final. Agora é esperar os próximos passos da franquia sem Craig e após quase 15 anos à frente do papel, a despedida
de fato só causa um sentimento agridoce e nada mais. O FIM NÃO TEM FIM!
O
Meu Hype conferiu o filme na Cabine de Imprensa realizada pela Warner Bros
(Distribuição no Brasil), Universal e Espaço Z!
Hype: BOM (🌟🌟🌟)
(Nota: 7,5)
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